O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social está sob nova gestão desde 17 de julho e
também com novas metas, capitaneadas pelo presidente da instituição, Gustavo
Montezano. Egresso do sistema financeiro, Montezano deseja que o BNDES se torne
um banco de serviços, prestando assessoria e inteligência financeiras para
governos estaduais e municipais na elaboração de projetos de privatização,
concessão, desinvestimento e reestruturação de dívidas.
Nesses projetos, duas
áreas têm atenção do BNDES: infraestrutura e saneamento básico. Montezano
avaliou que são setores que trazem retorno financeiro ao banco, já que o
crédito é de longo prazo, e impactam a vida do cidadão. “Ao a gente se
aproximar mais desse segmento dos nossos governos, a gente acha que o gestor
público vai conseguir prestar um serviço de melhor qualidade para o cidadão
brasileiro. Então, nós estamos aqui para servir o gestor público, pra que este
possa servir ao cidadão”, afirmou.
Ele ainda contou que a
oferta de crédito e o atendimento a micro e pequenas empresas continuam, mas a
tendência do banco na próxima década é atrair o grande volume de capital que
circula pelo mundo, chamado, no jargão econômico, de excesso de liquidez. A
instituição deve aproximar esses recursos das áreas que precisam de
investimentos no Brasil. “A gente vê um volume muito grande de ativos mal
explorados ou inexplorados pela máquina pública. E, hoje, você tem um excesso
de capital no mundo. Você tem um excesso de recursos sobrando no mundo. Então,
o BNDES vai fazer essa ponte de trazer esses ativos hoje que são mal utilizados
ou inexplorados pelo estado e trazer o capital privado pra fazer bom uso
deles”, explicou.
Devoluções de recursos
para o Tesouro Nacional
Outra tendência do banco é
dar continuidade à desconstrução do financiamento a setores específicos com
juros subsidiados, ou seja, quando a instituição financia um projeto e cobra
juros abaixo daqueles praticados pelo mercado.
Esta foi uma prática que
começou em 2005 e teve o auge em 2015, quando o BNDES acumulou R$ 487 bilhões
em recursos do Tesouro Nacional. Desse pico de alocação de recursos, o volume
caiu para R$ 237 bilhões em 30 de junho deste ano, uma devolução de recursos do
BNDES para o Tesouro de R$ 240 bilhões no período.
Segundo Montezano, a meta
é zerar o saldo devedor até o fim do mandato à frente da instituição, o que,
teoricamente, terminará em dezembro de 2022.
O presidente do BNDES
afirmou ainda que o nível de subsídio tem de ser o mínimo na economia, porque,
no fim, a conta cai nas costas do cidadão. “O Governo Federal tem mais recursos
aplicados no BNDES do que se você somar todas as estatais federais juntas,
Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, e todas elas juntas.
Então, é uma alocação muito concentrada em um único ativo. Então, o que a gente
tá fazendo agora é rebalanceando essa distribuição de recursos”, concluiu.
Agência Brasil
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