Vergonha: Brasil desperdiça em média de 37% de sua água tratada.


Vladimir Chaves

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que atualmente, as perdas de água tratada no Brasil alcançam a média de 37%. Ou seja, mais de um terço da água distribuída pelas companhias de saneamento não chegam ao consumidor, por problemas como a falta de precisão de equipamentos, uso de aparelhos obsoletos, falta de manutenção e os chamados “gatos”.

Tal situação representa menos investimento nos serviços de saneamento, uma vez que para cada R$ 100 de água produzida apenas R$ 63 são faturados pelas companhias. O estudo da CNI concluiu também que quanto menor o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região, menor o atendimento de água, coleta e tratamento de esgoto. Os números mostram, por exemplo, que o Norte e o Nordeste, onde o IDH historicamente é mais baixo, apresentam os piores resultados de perdas de água, com 50,8% e 45%, respectivamente.

Com o atual ritmo de redução das perdas, a meta para a Região Norte – que seria atingir a marca de 33% de perdas em 2033 – só seria alcançada em 2089. Projeção de investimentos Para que sirva todos os lares do país com água tratada e coleta de esgoto, o Brasil precisa investir R$ 274,8 bilhões. O valor é o aporte necessário para atingir as metas de universalização traçadas para 2033 pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Para a CNI, solucionar o histórico déficit na infraestrutura de saneamento deve ser prioridade na agenda de desenvolvimento do Brasil.


Este cálculo consta do estudo Saneamento: Oportunidades e ações para a universalização, realizado pela CNI como parte das propostas entregues aos candidatos à Presidência da República, em 2014. A universalização dos serviços, além de melhorar a saúde pública e proteger o meio ambiente, é fator de competitividade, porque melhora a produtividade do trabalhador e movimenta a economia. 

0 comentários:

Postar um comentário