O blefe de candidatura própria e a necessidade da pauta dos cargos


Vladimir Chaves

Na manhã do último sábado, 21, no limite leste da nossa Paraíba, o PT iniciou mais um ciclo de “construção” partidária. O distanciamento da sociedade foi um traço marcante dos debates. A memória partidária não alcançou os “movimentos de junho”. A voz das ruas não conseguiu penetrar no ambiente ártico, incrustado diante do nascente paraibano.

A Resolução construída e aprovada foi o eixo central da reunião do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores no estado. Um Frankenstein sem estética. A superficialidade como marca. O Brasil está bom. A Paraíba vive “sem rumo”. João Pessoa é o paraíso.

A conjuntura foi desenhada diante das ilhas estabelecidas acima. O amontoado de análises sem nexos refletiram uma marcante ausência de diretrizes programáticas. A sociedade continuou distante. Todavia, nada de Nadja.

A candidatura da neo petista Nadja Palitot esteve ausente das vozes que ecoam do Paço Municipal. O método, com um lançamento hierárquico, sem perspectiva de unidade, sem identidade histórica, simplesmente fragilizou o blefe.

Diante disso, o encontro do Diretório Estadual clamava por significados. Papéis e personagens precisavam de diretor. Na ausência do debate, de horizonte, viabilidade, projeto político, desenvoltura, atrelada à superficialidade das análises, só restou à máscara de oxigênio que faz respirar setores do “nosso” PT, ou seja, a pauta anacrônica dos cargos.

2016 já começou. Assim, eventuais petistas “devem” sair do governo Ricardo Coutinho em 30 dias. Ao incluir os filiados da “Rainha da Borborema” e suas relações com o governo tucano, assistimos o aprofundamento das contradições diante da ausência de conteúdo. Dessa forma, “minha querida Campina Grande” pintou de forma diferente a velha justificativa, servindo para amenizar os abismos encastelados na “resolução zenedyana”.

O direcionamento na proposta foi construído pela família que detém o comando da prefeitura de João Pessoa. A oligarquia estabeleceu o alcance e, impôs limites. Afinal, a pauta política não estava adornada com o “palitot” do prefeito Cartaxo.

Todavia, a sombra do “gabinete central” não consegue responder questionamentos que inquietam a militância além do Rio Sanhauá. A inclusão do PSD no rol taxativa de inimigos do PT da Paraíba, mesmo sendo primeiro partido a declarar apoio à reeleição da presidenta Dilma, denota qual o papel esse agrupamento familiar se propõe.

Além disso, aprofundando a crise de parâmetros, o PPS de Roberto Freire, um dos principais opositores ao projeto petista em nível nacional é colocado como alternativa de desenvolvimento ao nosso estado, principalmente no universo protagonista do PT paraibano. De fato, política faz boi voar.

Adentrando ao mundo da “ficção”, o personagem Nonato Bandeira (PPS) está no escuro dos cinemas da política paraibana retornando às hostes socialistas, sonho para uns, pesadelo para muitos.

O boi voando, um novo Frankenstein (resolução do PT estadual) será lançado? Revolucionando o conteúdo do enredo, abrindo a possibilidade de uma evolução estética?
Como consequência real, será que vamos assistir o PPS estadual abraçar PSD, DEM, PSDB e, os demais inimigos do petismo oligárquico da terra de João Pessoa?


Por: Rafael Maracajá (Vice-presidente do PT da Paraíba)

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