A disputa pela presidência do PT


Vladimir Chaves

Guardadas as devidas proporções, o deputado federal paulista Paulo Teixeira representa hoje no PT o que o era o PT para o Brasil nos anos 80. Ou seja: uma opção simpática, mas arriscada.

Como no verso de Aldir Blanc que pede "glória a todas as lutas inglórias", ele está rodando o Brasil em uma cruzada (ou seria caravana?) improvável para se eleger presidente do partido.

Enquanto seu adversário, Rui Falcão, disputa a reeleição com apoio da dupla Lula-Dilma e articula no grande tabuleiro de 2014, Teixeira tenta acender a fagulha da paixão militante perdida dos petistas.

"Precisamos promover uma profunda transformação para oxigenar o PT e resgatar as instâncias partidárias", disse ele à coluna. Teixeira pertence ao grupo "Mensagem ao Partido", o segundo mais forte dentro da máquina petista.

Pelos cálculos da maior corrente petista, a situacionista "Construindo um Novo Brasil", a candidatura de Rui Falcão conta com apoio de nada menos que 66% do eleitorado apto a votar no pleito interno de novembro, que será direto. "A CNB tem esse cálculo numérico, mas não apresentou uma reflexão sobre o partido. O Rui Falcão defendeu a diminuição dos debates", afirma Teixeira.

O "presidenciável" petista pede, ainda, que Lula e Dilma "se mantenham longe da disputa". Com recursos de seu mandato e apoio logístico dos diretórios estaduais do PT, ele já visitou 14 capitais para fazer campanha.

O reduto mais forte é o Rio Grande do Sul, onde Teixeira é apoiado pelo governador Tarso Genro. Outro cabo eleitoral de peso é o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardoso. Há um terceiro nome na disputa interna: Valter Pomar, da esquerda petista.

Por Assis Ribeiro
Do Brasil Econômico

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