Congresso “estupra” a Constituição, promulgada a lei que institucionaliza maus tratos contra os animais.


Vladimir Chaves

Considerada por muitos como a pior legislatura de toda historia republicana, a atual composição do Congresso Nacional segue afrontado a sociedade brasileira ao ignorar a opinião pública e até mesmo a lei, é o caso da liberação da vaquejada, atividade já considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

No ano passado os ministros do STF ao analisarem uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada no estado, considerou a prática inconstitucional por impor sofrimento aos animais.

Embasado em um laudo técnico, o relator da ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4983), ministro Marco Aurélio, detalhou as consequências danosas à saúde dos animais envolvidos. Ele citou, como exemplos, comprometimento da medula óssea, ruptura de ligamentos e vasos sanguíneos e fraturas nas patas tanto no gado quanto nos cavalos utilizados nas diversas modalidades. Marco Aurélio avaliou como “intolerável à conduta humana autorizada pela norma estadual atacada”.

No entanto, ignorando a opinião pública e tentando burlar a decisão do STF os parlamentares modificaram a Constituição acrescentando que, “não são cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais”.

Para abrir caminho para a alteração constitucional, os parlamentares aprovaram em novembro do ano passado um projeto de lei que elevou rodeios, vaquejadas e outras expressões artístico-culturais à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial.


A proposta tinha sido aprovada pela Câmara, em segundo turno,  no último dia 31. O texto já havia sido aprovado pelo Senado, em 14 de fevereiro. Hoje (6) o Congresso Nacional promulgou a lei que institucionaliza os maus tratos aos animais.

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