Quando Deus decide mudar o rumo da sua jornada


Vladimir Chaves


Quando Deus decide transformar a sua história, Ele não precisa dar explicações; Ele simplesmente recomeça tudo em sua vida e muda seu destino por completo.

Essa verdade nos lembra que o agir de Deus não depende da nossa compreensão, apenas da sua vontade soberana. Muitas vezes, enquanto tentamos entender o “porquê”, Deus já está preparando o “para quê”.

Há momentos em que Ele encerra ciclos que pensávamos durar para sempre, remove pessoas que achávamos essenciais ou abre portas que jamais imaginamos entrar. E tudo isso sem necessidade de justificar o que faz, porque Ele vê o que nós não vemos, conhece o que nós não sabemos e sabe exatamente o que é melhor.

A Bíblia diz:

“Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” (Jeremias 29:11)

Quando Deus decide transformar a história de alguém, Ele não faz remendos, Ele faz novo.

Novo caminho, nova força, nova visão, novo destino.

Assim como fez com Abraão, tirando-o da terra que conhecia para conduzi-lo ao lugar que Ele ainda iria mostrar (Gênesis 12:1). Abraão não tinha explicação nenhuma; tinha apenas uma ordem e uma promessa. E Deus cumpriu.

Quando Ele recomeça algo em nossa vida, pode até parecer confuso no início, mas o propósito sempre será perfeito.

“Eis que faço uma coisa nova; agora sairá à luz; porventura não a percebeis?” (Isaías 43:19)

A verdade é que Deus não precisa pedir permissão para nos abençoar, restaurar ou mudar o curso da nossa caminhada. Ele apenas age. E quando Ele age, ninguém pode impedir.

“Operando eu, quem impedirá?” (Isaías 43:13)

Confie.

Se algo mudou de repente, se portas se fecharam ou se caminhos inesperados se abriram, talvez seja Deus reescrevendo sua história. E quando Deus escreve, o final sempre supera o início.

sábado, 29 de novembro de 2025

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O passo seguro é o passo com Deus


Vladimir Chaves

“Andareis em todo o caminho que o Senhor, vosso Deus, vos ordenou, para que vivais, bem vos suceda, e prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.” Deuteronômio 5:33

Às vezes buscamos respostas em muitos lugares, procuramos caminhos rápidos, atalhos e soluções imediatas. Mas a Palavra de Deus nos lembra que a verdadeira direção não está nos atalhos, e sim no caminho que Ele já nos mostrou. Esse versículo é simples e profundo ao mesmo tempo: Deus nos chama para andar onde Ele manda, não porque quer controlar cada passo, mas porque sabe exatamente onde cada passo nos levará.

Obedecer a Deus não é perder liberdade, é encontrar vida. O texto diz: “para que vivais”. Há coisas que só ganham sentido quando decidimos caminhar segundo a vontade do Senhor. A obediência abre portas, ilumina decisões e traz paz ao coração. Quando escolhemos andar com Deus, mesmo que o caminho pareça mais estreito, descobrimos que Ele é mais seguro do que qualquer estrada larga que o mundo oferece.

E então vem a promessa: “bem vos suceda”. Não fala de riqueza instantânea ou facilidade, mas de uma vida equilibrada, guiada, acompanhada por Deus. É aquele tipo de bênção que não depende das circunstâncias, mas da presença dEle ao nosso lado.

Por fim, Deus diz que esse caminho traz “dias prolongados na terra”. Em outras palavras, uma caminhada estável, firme, com propósito. Não se trata apenas de quantidade de dias, mas de qualidade de vida: dias vividos com significado, esperança e direção.

Deuteronômio 5:33 é um convite simples: confie no caminho que Deus traçou.

Não porque é o mais fácil, mas porque é o único que leva à vida, ao bem e à realização verdadeira.

Caminhar com Deus nunca foi uma perda, sempre foi a escolha mais segura, mais sábia e mais abençoada.

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Idolatria e depravação dos homens – Romanos 1:18–27


Vladimir Chaves

Romanos 1:18–27 é um dos trechos mais contundentes da Bíblia sobre a condição espiritual da humanidade quando decide viver longe de Deus. O apóstolo Paulo descreve um movimento que começa no coração e termina na prática: quando o ser humano rejeita a verdade, ele não fica espiritualmente neutro; ele inevitavelmente cria substitutos para Deus. E desse ato nasce a idolatria, que por sua vez conduz à degradação moral.

A rejeição consciente da verdade de Deus

Paulo afirma que Deus se revela claramente por meio da criação. Sua grandeza, poder e divindade são perceptíveis até para os olhos mais simples. Não conhecer a Deus não é o problema; o problema é recusar-se a reconhecê-lo. A idolatria não nasce da ignorância, mas da rebeldia. É a decisão humana de não glorificar a Deus, embora exista plena evidência d’Ele.

Relativizar a verdade é relativizar o próprio Cristo; portanto, não se pode relativizar a verdade. Onde a verdade é tratada como algo opcional, perde-se o fundamento da fé cristã: a própria pessoa de Jesus como a Verdade encarnada.

A troca fatal: do Criador para a criação

Ao rejeitar a verdade, o ser humano passa a substituir Deus por aquilo que Ele criou. Essa é a essência da idolatria: trocar o Criador por coisas finitas, frágeis e incapazes de dar sentido à vida. Pode ser um ídolo visível, uma estátua, ou algo mais sutil (sucesso, prazer, poder, segurança, emoções, pessoas, ideologias). A idolatria não é apenas adorar um objeto; é colocar qualquer coisa no lugar que pertence somente a Deus.

Paulo diz que os homens “tornaram-se nulos em seus próprios raciocínios”. Quando o coração se afasta do Criador, a mente perde a clareza. A idolatria produz confusão: ela promete liberdade, mas prende; promete luz, mas obscurece.

Consequências: Deus entrega o homem aos seus próprios desejos

A parte mais séria do texto é quando Paulo afirma repetidamente que “Deus os entregou”. Não é Deus quem causa a depravação; é o próprio homem que escolhe caminhar rumo a ela. O juízo divino aqui não é um castigo ativo, mas a retirada da proteção, permitindo que a pessoa experimente as consequências das próprias escolhas.

Quando Deus deixa o ser humano seguir sozinho, seus desejos o dominam. A ordem se inverte. Aquilo que antes era vergonhoso passa a ser celebrado. Aquilo que era destrutivo passa a ser chamado de liberdade. Este é o ponto em que a sociedade troca a verdade pela mentira e redefine o que é certo e errado de acordo com seus próprios apetites.

A distorção do propósito criado

Por fim, Paulo cita exemplos claros dessa depravação: a distorção dos relacionamentos, o abandono do propósito original para o corpo, e a troca da função natural por práticas contrárias à ordem criada por Deus. O texto não fala apenas de comportamentos externos, mas de uma ruptura interna, espiritual e moral, que leva o ser humano a agir contra aquilo para o qual foi criado.

Um espelho para nossa geração

Romanos 1 é mais do que um diagnóstico do passado; é um espelho que revela o estado do coração humano em todas as épocas. Quando a verdade é rejeitada, a idolatria cresce. Quando a idolatria cresce, a confusão moral se espalha. E quando a confusão se instala, colhem-se frutos de dor, vazio, instabilidade e destruição.

A mensagem de Paulo, porém, não termina na condenação. Ela prepara o caminho para o evangelho. O mesmo Deus que revela Sua ira contra a injustiça também revela Seu amor por meio de Cristo. O capítulo mostra a necessidade da salvação; o restante da carta revela a solução.

Romanos 1:18–27 não é um texto para acusar o mundo, mas para despertar o coração. Ele nos lembra que tudo começa com quem ocupa o trono da nossa vida. Quando Deus está no centro, tudo encontra lugar. Quando qualquer outra coisa assume o lugar de Deus, nasce a idolatria; e dela brota toda depravação.

O chamado de Deus é claro: abandone os substitutos, volte-se ao Criador e permita que a verdade d’Ele ilumine e transforme cada área da vida. Relativizar a verdade é relativizar o próprio Cristo; não se pode relativizar a verdade.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

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Sua alma tem escutado a batida de Jesus?


Vladimir Chaves

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo.” Apocalipse 3:20

Jesus continua batendo. É o toque suave, persistente e cheio de amor daquele que não desiste de nós. Assim como aconteceu com a igreja de Laodiceia, Cristo ainda encontra corações ocupados, mornos, cheios de compromissos, opiniões e autossuficiência; mas vazios da presença que realmente transforma.

Cristo não está longe; está à porta. Só que muitas vezes estamos tão distraídos que nem percebemos o som da sua voz. Ele não exige perfeição, não pede que a casa esteja arrumada antes de entrar. Ele apenas diz: “Abra.”

O resto Ele faz.

Quando abrimos a porta, não recebemos um visitante, mas um Amigo. Não recebemos um juiz, mas um Salvador disposto a sentar-se à mesa e restaurar o que foi perdido. Jesus não quer apenas estar na nossa vida; quer participar dela, lado a lado, em cada decisão, cada dor, cada alegria.

O convite é pessoal. Ele não diz: “Se a igreja abrir.” Ele diz: “Se alguém…” Porque Ele valoriza cada pessoa individualmente. Hoje, esse “alguém” pode ser você; alguém que precisa reacender a fé, reencontrar o caminho, sentir de novo o calor da comunhão com Cristo.

Talvez Ele esteja batendo na porta da sua mente, pedindo para tirar o peso da ansiedade.

Talvez esteja batendo na porta do seu coração, oferecendo cura para feridas antigas.

Talvez esteja batendo na porta da sua família, chamando para restaurar relacionamentos.

Ou simplesmente esteja batendo na porta da sua rotina, tentando devolver sentido ao que se perdeu.

A verdade é que Ele não desiste. Ele bate. Ele chama. Ele espera.

Mas só entra quando abrimos.

E quando abrimos, tudo muda; porque Jesus não apenas visita, Ele habita. Ele traz paz, direção, propósito e comunhão. Ele devolve fervor ao coração morno e vida à alma cansada.

Hoje pode ser o dia de abrir a porta.

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Uma mente renovada para uma vida renovada


Vladimir Chaves

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2

Vivemos em um tempo em que tudo parece nos empurrar para um mesmo molde. As redes sociais ditam o que devemos pensar, como devemos agir, o que devemos defender e até o que devemos sentir. A pressão para se encaixar é tão grande que, muitas vezes, quem decide manter seus valores parece estar na contramão de uma multidão. É exatamente nesse cenário que Romanos 12:2 se torna atual e necessário.

Quando a Bíblia diz: “não vos conformeis com este século”, ela nos convida a resistir a esse molde do mundo. O mundo normalizou a superficialidade, a injustiça, a busca por aprovação e o relativismo moral. Normalizou a pressa, o vazio, o consumo exagerado, a competição doentia e a indiferença com o próximo. Se deixarmos, tudo isso nos molda sem percebermos. Mas Deus nos chama para uma vida diferente; não igual, não copiada, não condicionada pelo que a maioria faz.

A verdadeira transformação começa na mente. Antes de mudar atitudes, Deus muda percepções. Ele troca pensamentos de medo por confiança, pensamentos de vingança por perdão, pensamentos de desânimo por esperança, pensamentos de insegurança por identidade. Renovar a mente é permitir que a verdade de Deus tenha mais peso do que as opiniões do mundo. É substituir a influência do caos por um coração guiado pela Palavra.

E algo poderoso acontece quando deixamos Deus transformar nossa forma de pensar: passamos a enxergar a vontade dEle com clareza. Aquilo que antes parecia confuso começa a fazer sentido. Caminhos que pareciam duros se tornam leves. Decisões que pareciam impossíveis se tornam naturais. Porque a vontade de Deus sempre será boa, por mais difícil que pareça; agradável, mesmo quando exige renúncia; e perfeita, mesmo quando não entendemos completamente.

Em um mundo que tenta nos moldar o tempo todo, Romanos 12:2 é um chamado para despertarmos. Um convite para vivermos acima da pressão, longe dos padrões vazios e perto do coração de Deus. A pergunta não é se o mundo está tentando moldar você, isso é fato. A pergunta é: quem está moldando sua mente? O mundo que muda o tempo todo ou o Deus que permanece para sempre?

Renovar a mente diariamente é escolher a segunda opção. É caminhar com propósito. É viver a transformação que Deus deseja. É experimentar a vontade perfeita que Ele preparou para cada passo seu.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

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Deus não desiste de quem ele escolheu


Vladimir Chaves


“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6)

Há momentos na vida em que olhamos para nós mesmos e pensamos se realmente vamos conseguir continuar. Há dias em que a caminhada parece lenta, a mudança parece pequena e o coração pensa que talvez não esteja avançando como deveria. Mas Filipenses 1.6 nos lembra de algo fundamental: a boa obra não começou em nós por esforço humano, foi Deus quem iniciou.

E se foi Deus quem começou, então é Deus quem continua e quem termina. Ele não abandona seus projetos, não devolve o vaso quebrado, não desiste no meio do processo. A obra que Ele iniciou dentro de você (a transformação, o amadurecimento, a fé, a cura interior, o crescimento espiritual) está em construção, mesmo quando você não percebe.

A boa obra não depende do seu humor, das suas forças limitadas ou de um dia ruim. Ela depende da fidelidade de Deus. E Ele permanece fiel quando nós somos fracos, quando falhamos, quando estamos cansados. Ele segue trabalhando em silêncio quando o coração está confuso e segue moldando quando tudo ao redor parece parado.

Filipenses 1.6 diz: “estou plenamente certo”. Não é dúvida. Não é suposição. É certeza.

Certeza de que Deus não deixa nada pela metade.

Certeza de que Ele não investe em alguém para depois desistir.

Certeza de que os processos de Deus sempre têm propósito.

E esse processo tem um destino: será completado “até ao Dia de Cristo Jesus”. Ou seja, você está sendo preparado não apenas para viver bem aqui, mas para viver com Cristo na eternidade. A maturidade espiritual não é um evento, é uma jornada e Deus caminha em cada passo ao seu lado.

Por isso, mesmo que hoje você não veja tudo o que gostaria, descanse: a obra continua.

Deus está trabalhando.

E tudo o que Ele começa, Ele termina.


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Preparados para defender a fé


Vladimir Chaves

“Antes, santificai a Cristo como Senhor em vosso coração; e estejam sempre preparados para responder a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” 1 Pedro 3:15

A vida cristã não é construída apenas sobre emoções ou tradições, mas sobre convicções. Por isso, Pedro orienta os crentes a estarem preparados para explicar por que creem, no que creem e como essa fé transforma sua vida.

Responder sobre a razão da nossa fé não é discutir, impor ou vencer debates. É testemunhar. É deixar claro que existe um fundamento sólido por trás da esperança que carregamos. O cristão não vive no “achismo”, vive na certeza de quem o salvou, o chamou e o sustenta.

Quando Pedro escreveu essa orientação, os cristãos estavam sendo perseguidos. Mesmo assim, ele não disse para fugirem, e sim para permanecerem firmes, com mansidão e respeito. Ou seja, nossa resposta deve refletir o caráter de Cristo. Não basta dizer o que cremos; precisamos mostrar quem nos transformou.

Estar preparado é viver de modo coerente:

Uma fé vivida com integridade fala mais alto que discursos.

Uma esperança visível desperta perguntas nas pessoas.

Uma firmeza mansa revela que nossa confiança não está nas circunstâncias, mas em Deus.

Quando alguém pergunta por que seguimos Jesus, nossa resposta deve ser simples e profunda ao mesmo tempo:

– Porque Ele mudou nossa história.

– Porque Ele nos dá paz em meio ao caos.

– Porque encontramos nEle perdão, propósito e esperança.

Assim, o cristão não responde apenas com palavras, mas com vida. Uma vida que continua dizendo, todos os dias:

“Eu tenho uma razão para crer, e essa razão é Cristo.”

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

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Com Cristo você passa a desfrutar de uma paz que excede todo o entendimento.


Vladimir Chaves

A paz que Cristo oferece não é uma simples ausência de problemas, mas uma presença constante dEle em nosso interior. A Bíblia declara: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7).

Essa paz não pode ser explicada pela lógica humana, porque não depende das circunstâncias, mas da certeza de que Deus está no controle.

Quando caminhamos sem Cristo, nosso coração vive exposto às tempestades da vida. Mas quando O recebemos, somos envolvidos por uma segurança que não vem deste mundo. Jesus afirmou: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não a dou como o mundo a dá” (João 14:27).

A paz de Cristo não é frágil, não oscila, não depende do que vemos, ela brota do que cremos.

É essa paz que acalma o coração no dia da angústia, que fortalece quando tudo parece incerto, que sustenta quando a alma se sente cansada. Ela é fruto da presença do Espírito Santo em nós, como está escrito: “O fruto do Espírito é… paz” (Gálatas 5:22).

Por isso, aproximar-se de Cristo é descobrir um descanso real para a alma. Ele mesmo convidou: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).

Quando entregamos nossas preocupações a Ele, encontramos descanso onde antes havia medo, esperança onde havia desespero e quietude onde havia inquietação.

Com Cristo, não apenas suportamos a vida, nós a vivemos com confiança e serenidade. A paz que Ele dá não se explica… se experimenta.

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Quando Deus nos chama para enxergar além do que vemos


Vladimir Chaves

“Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.” Jeremias 33:3

Em meio aos dias difíceis, quando tudo parece cercado e sem saída, Deus nos convida a fazer algo simples, mas poderoso: clamar. Foi assim com Jeremias. Ele estava preso, Jerusalém estava sendo destruída, o futuro parecia um grande ponto de interrogação. Nada indicava esperança. Mas é justamente nesse cenário que a voz de Deus ecoa com ternura e autoridade: “Clama a mim.”

É como se Ele dissesse: “Não olhe para a prisão, olhe para Mim. Não se desespere com o que está acontecendo, abra seu coração e fale Comigo.”

Deus sabia que Jeremias enxergava apenas o caos diante de si, mas havia muito mais acontecendo nos bastidores espirituais. Havia promessas, planos, restauração, futuro. Mesmo quando o povo via destruição, Deus via reconstrução.

Mesmo quando o profeta via muros caindo, Deus via um novo tempo chegando.

Por isso Ele acrescenta:

“Responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.”

Há respostas que só chegam quando nos colocamos aos pés de Deus. Há entendimentos que só são revelados quando paramos de olhar apenas para o problema e passamos a ouvir a voz do Senhor. Ele continua falando com quem continua clamando.

Assim como Jeremias, muitas vezes também nos sentimos cercados, limitados, presos a situações que não podemos mudar. Mas Deus nos chama a levantar os olhos. Ele está dizendo:

“Me busque. Eu tenho algo maior do que o que você está vendo agora.”

O caos não é o fim. A dor não é o final da história. A pressão não define o seu futuro.

Deus ainda anuncia coisas grandes. Ele ainda revela o que está escondido aos olhos naturais. Ele ainda transforma cenários impossíveis em testemunhos de restauração.

Clamar é confiar. Ouvir é descansar. Crer é enxergar além do visível.

E assim, como Jeremias, descobrimos que Deus sempre tem algo maior preparado; mesmo quando tudo ao redor parece ruínas. Porque, para cada muro que cai, há um plano divino que se levanta. Porque, para cada lágrima, há uma resposta a caminho. Porque, para cada oração, há um Deus que diz:

“Eu vou te mostrar.”

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Epafrodito: o exemplo de cristão comum que marcou a história


Vladimir Chaves

Quando pensamos em personagens marcantes do Novo Testamento, geralmente lembramos de Paulo, Pedro, João, Marcos ou Lucas. Mas, entre esses grandes nomes, surge um personagem aparentemente simples, quase anônimo, cuja vida e atitude deixaram uma marca profunda na Igreja: Epafrodito, membro da congregação de Filipos.

Apenas em Filipenses 2:25–30 e 4:18 encontramos informações sobre ele. Contudo, essas poucas linhas revelam

muito sobre a importância desse cristão comum, que não pregou sermões famosos, não escreveu cartas, nem realizou sinais extraordinários, mas viveu um cristianismo autêntico, fiel e sacrificial.

Um homem comum, mas altamente honrado por Paulo

Paulo descreve Epafrodito com títulos impressionantes: “irmão”, “cooperador” e “companheiro de lutas” (Fp 2:25)

Essas palavras mostram que Epafrodito não era apenas um membro de igreja; ele era alguém de confiança, que caminhava ao lado do apóstolo com maturidade espiritual. Enquanto muitos buscavam prestígio, ele servia em silêncio.

Um servo disposto ao sacrifício

Epafrodito foi enviado pela igreja de Filipos para cuidar de Paulo enquanto estava preso. Essa missão exigia coragem: visitar prisioneiros romanos poderia despertar suspeitas e até punições. Ele enfrentou riscos, cruzou longas distâncias e, ao chegar, ficou gravemente enfermo, quase morrendo (Fp 2:27,30).

Paulo afirma: “por causa da obra de Cristo, chegou às portas da morte” (Filipenses 2:30)

Epafrodito não buscava glória. Ele buscava obedecer, amar, servir, mesmo que isso lhe custasse a própria vida.

Um coração sensível e espiritual

Mesmo doente, Epafrodito não estava preocupado consigo. Paulo diz que:

“ele estava angustiado porque havíeis ouvido que estivera doente” (Filipenses 2:26)

Enquanto muitos, nos dias de hoje, se preocupam com autoimagem e reconhecimento, Epafrodito estava preocupado com o coração da igreja, não com sua própria dor.

Uma vida que trouxe alegria à igreja e ao apóstolo

Epafrodito levou o sustento financeiro enviado pelos filipenses a Paulo (Fp 4:18), trouxe consolo, amizade, apoio e serviu como um verdadeiro representante do amor da igreja.

Paulo ordena: “Recebei-o pois no Senhor com toda alegria, e honrai homens como ele” (Filipenses 2:29)

Ou seja: a Bíblia manda honrar cristãos como Epafrodito; pessoas simples, mas fiéis; discretas, mas indispensáveis.

O exemplo de Epafrodito para os dias atuais

Vivemos um tempo em que muitos querem palco, posição, visibilidade e influência. Mas Epafrodito nos lembra que:

Deus usa pessoas comuns

Ele não era apóstolo, profeta, líder de igreja ou pregador. Era apenas um crente fiel, e isso foi mais do que suficiente para marcar a história bíblica.

A Igreja depende de servos anônimos

A obra de Deus avança pelo trabalho de pessoas que ninguém aplaude: intercessores, voluntários, ofertantes, visitantes de enfermos, evangelistas simples, irmãos que servem em silêncio.

O verdadeiro valor está no serviço, não no destaque

Epafrodito não buscava ser lembrado, mas é lembrado até hoje porque serviu com amor sacrificial.

Cristãos como Epafrodito ainda são necessários

Gente que cuida dos outros.

Que se preocupa com a dor do próximo.

Que coloca o reino de Deus acima do próprio conforto.

Que faz o que Deus manda, mesmo que ninguém veja.

Epafrodito é a prova viva de que não é o tamanho da função que define a grandeza, mas a disposição em servir. Ele representa todos os cristãos comuns que, nos bastidores, fortalecem a Igreja de Cristo. Seu exemplo continua ecoando nos dias atuais, desafiando cada um de nós a viver um cristianismo real, generoso, humilde e fiel.

Como Paulo disse, que a igreja de hoje também saiba honrar homens e mulheres como Epafrodito.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

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