Assim como o corpo perde
força quando deixamos de exercitá-lo, a vida espiritual também enfraquece
quando negligenciamos as disciplinas da fé. Quanto menos oramos, jejuamos e
lemos a Bíblia, menos vontade temos de fazer essas coisas. A alma vai perdendo vigor.
Os movimentos espirituais (antes firmes e amplos) tornam-se lentos e curtos.
Surge o risco da “atrofia” espiritual.
A Palavra nos convoca a
reagir: “Tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (Hb
12.12). A fraqueza pode ser grande, mas não é definitiva. Deus nos chama a
renovar as forças, a lutar e a retomar a caminhada (Jl 3.10; 1Co 16.13).
Apatia, engano e pecado
Quando diminuem a oração, o
jejum e a meditação nas Escrituras, diminui também o discernimento. Convicções
antes claras tornam-se superficiais, cedendo espaço a ideias distorcidas,
“filosofias e vãs sutilezas” (Cl 2.8). O pecado passa a ser relativizado
(1Jo 3.7-8). A mente vai sendo moldada não mais pela Palavra, mas pelos
valores deste século.
Igrejas e cristãos inteiros
podem ser absorvidos pelo secularismo, pela indiferença e por ideologias
contrárias ao Evangelho (Lc 18.8; 2Pe 2.1-3). Por isso, a pergunta é
urgente: como estão nossas disciplinas espirituais pessoais e da igreja?
Da teoria à prática
A vida cristã não se
sustenta apenas com boa teoria, é preciso prática diária. Reservar tempo para a
oração e para a Palavra logo ao amanhecer fortalece a alma. Ao longo do dia,
pequenos momentos de meditação ajudam a manter o coração alinhado com Deus. E à
noite, antes de dormir, retornar à Bíblia e à oração renova o espírito (Sl
55.17; Dn 6.10).
O jejum, quando praticado
com propósito, aprofunda nossa dependência de Deus. A frequência aos cultos e,
especialmente, às reuniões de oração e consagração é indispensável. Além disso, hinos sacros e boa literatura
cristã edificam a alma e mantêm viva a fé (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).
A jornada da santificação
não é sustentada pela força humana, mas pela graça divina. Contudo, essa graça
nos chama à disciplina, ao compromisso e à prática consciente da fé. Quando
cuidamos da vida espiritual como quem cuida do corpo, renovamos forças, abrimos
espaço para a ação de Deus e permanecemos firmes contra a apatia e o engano.
E assim seguimos,
sustentados pela verdade eterna: tudo é pela graça, e somente pela graça.




