Até 2050, Brasil pode ter 5,6 milhões de pessoas com Alzheimer; especialistas revelam fatores de risco


Vladimir Chaves


No ano de 1901, o neuropsiquiatra alemão Alois Alzheimer se deparou pela primeira vez com um caso que batizou de “doença do esquecimento”, condição que posteriormente viria a receber o seu nome. Trata-se de um transtorno neurodegenerativo progressivo de causa desconhecida que afeta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50 milhões de pessoas no mundo.

Segundo o Relatório Nacional sobre a Demência, divulgado pelo Ministério da Saúde, o país abriga 2,71 milhões de pacientes. Até 2050, conforme o documento, a projeção é de que 5,6 milhões de brasileiros convivam com esse diagnóstico.

Os sinais incluem deterioração da cognição e da memória, alterações comportamentais, dificuldade em exercer atividades do cotidiano e outros indícios neuropsiquiátricos. As manifestações da doença, de acordo com o Ministério da Saúde, são distribuídas em quatro fases. A primeira costuma ser o momento em que o paciente apresenta alterações na memória. Já na última, o transtorno pode ocasionar a restrição ao leito, por exemplo.

Há três fatores de risco para o Alzheimer, de acordo com o neurologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Drusus Pérez Marques. O envelhecimento, o histórico familiar e a incidência de outras doenças, como hipertensão e diabetes, são características que aumentam os riscos.

Prevenção e tratamento - Embora não haja medicação específica para a prevenção do Alzheimer, os médicos indicam hábitos saudáveis e uma vida ativa como cuidados essenciais, além do tratamento de pacientes diagnosticados. Segundo Flávio Renato, geriatra da Hapvida, manter a rotina e as atividades cotidianas é essencial para o tratamento do transtorno.

“O paciente deve sempre tentar fazer alguma coisa para poder estimular o raciocínio e o cérebro, como se fosse exercício, e esse estímulo pode fazer com que o cérebro se atrofie mais lentamente”, orienta.

A atividade física também é imprescindível no tratamento, na qualidade de vida  e na prevenção da doença. Segundo Renato, uma caminhada leve e exercícios que usem o peso do próprio corpo já podem apresentar um efeito positivo. “Assim, o paciente mantém a sua funcionalidade, diminui os riscos de queda e ainda exercita a atenção e concentração, fatores que contribuem para a qualidade de vida dele”, completa o geriatra.

Uma dieta adequada e pensada especialmente para o paciente também pode auxiliar na prevenção da doença. Para Drusus, a alimentação ideal para essas pessoas deve ser rica em castanhas, vegetais, peixes, ovos, vegetais folhosos e vegetais amarelos, que são fontes de vitamina A.

Qualidade de vida e saúde mental - Cuidar de sintomas desencadeados pelo Alzheimer, como a agressividade, a má gestão do sono e a paranoia também são parte importante do tratamento. Além de auxiliar a retardar o avanço da doença, medicamentos também são importantes nos cuidados com esses sintomas. “Embora a medicação não trate o cerne da doença, ela contribui para a melhora da função cognitiva e da memória, o que, em longo prazo, pode ajudar a prolongar a vida do paciente”, diz Drusus.

O paciente com Alzheimer pode apresentar avanços de um déficit neurológico ou quadros comportamentais que carecem de um acompanhamento psiquiátrico. “Dependendo do grau de comprometimento que o paciente tem, ele pode acabar criando uma narrativa delirante a respeito da realidade, sendo necessário entrar com medicações mais incisivas”, detalha Nikolas Vale, psiquiatra da Hapvida.

Acolhimento  - O Alzheimer é uma condição que afeta não somente o paciente, mas também toda a família. Nesse sentido, o psiquiatra chama atenção para a importância do acolhimento familiar. “A abordagem deve ser multidisciplinar, porque é muito difícil lidar com a perda de personalidade do paciente”, pontua Vale.

O psiquiatra reforça a necessidade de compreender e criar um ambiente o mais acolhedor possível para o paciente. “Há momentos em que o paciente muitas vezes não se identifica com o ambiente que está  incluído no momento. Muitas vezes a família que não sabe lidar com esse ponto”, comenta.

A independência do paciente também pode ser um tópico sensível para os familiares, mas continuar com hábitos do cotidiano é parte do tratamento. "Manter um calendário visível em casa, reforçar a data diariamente e delegar tarefas adequadas às capacidades do paciente são estratégias que ajudam a estimular o cérebro", explica o neurologista Drusus.

Esses momentos são importantes também para a recuperação da autoestima e senso de pertencimento das pessoas acometidas pela condição, para que elas se sintam inseridas e atuantes dentro de um ambiente. “Aquele paciente que ainda está bem preservado pode apresentar um quadro de retraimento social, pensamentos de menos valia, hipotimia e insatisfação por ter os outros o regulando coisas que gostaria de estar fazendo sozinho”, alerta o psiquiatra Nikolas Vale.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

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Pesquisa Ipec: 62% rejeitam reeleição de Lula; insatisfação, corrupção e idade avançada são os motivos.


Vladimir Chaves


Nova pesquisa Ipec (ex-Ibope), divulgada neste sábado, 15, revela que 62% dos brasileiros acreditam que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não deveria se candidatar à reeleição no ano que vem. Em setembro do ano passado, esse porcentual era um de 58%.

De acordo com o Ipec, 35% acreditam que ele deve, sim, buscar a reeleição, ante 39% no mês de setembro.

O levantamento constatou que há rejeição ao projeto de reeleição do petista até mesmo entre os seus apoiadores: cerca de três em cada dez eleitores que votaram em Lula no segundo turno do pleito de 2022 acham que ele não deveria tentar um quarto mandato.

Entre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, o índice salta para 95%, quase um consenso. Já entre os que anularam ou votaram em branco, chega a 68%.

O Ipec foi a campo entre 6 e 10 de fevereiro e entrevistou 2 mil pessoas em 131 municípios diferentes. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança utilizado é de 95%.

Motivos

O instituto perguntou aos eleitores contrários à reeleição de Lula os motivos dessa posição. A questão foi espontânea, isto é, sem opções pré-definidas, e permitiu respostas múltiplas.

A principal razão para rejeitar a reeleição de Lula é a insatisfação com seu governo, apontada por 36%.

Outros 20% justificam a posição alegando que o petista é “corrupto, ladrão ou desonesto”.

Já 17% mencionam a idade avançada do presidente.

Outros motivos citados por quem rejeita Lula em 2026 incluem o fato de ele já ter tido sua chance (11%) e o aumento de impostos (5%).

Idade é o motivo principal para quem apoiou Lula em 2022

Entre os que votaram nele em 2022, 31% apontaram a idade para não querer a reeleição do petista.

Nesse grupo, 27% dizem que ele não deveria se reeleger porque não está fazendo um bom trabalho, e 14% porque deveria dar espaço a novas lideranças.

 

 

 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

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Cortesia com chapéu alheio: Vereadores analisam “mimo” de R$ 300 mil para Treze e Campinense


Vladimir Chaves


O prefeito Bruno Cunha Lima (União) enviou a Câmara Municipal de Campina Grande, em caráter de urgência, projeto de lei que concede a graciosa quantia de R$ 300 mil, para as empresas de futebol Treze e Campinense.

Segundo o projeto a ser analisado e votado pelos vereadores da cidade em que falta o básico nos postos de saúde, a Prefeitura através da Secretaria de Esporte, Juventude e Laser, (secretária dirigida pelo primo do prefeito) desembolsará a quantia de R$ 150,00 para cada clube participante da primeira divisão do Estadual (Treze e Campinense), mais R$ 150,00 para os que alcançarem acesso a alguma divisão do Campeonato Brasileiro.

O ex-candidato a prefeito Arthur Bolinha (Novo), que apoiou o prefeito, no segundo turno das eleições de 2024, e que também preside uma das empresas de futebol comemorou o mimo a ser custeado pelos cofres públicos, afirmando que as pessoas precisam entender a “importância” dessa graciosa contribuição.

A Câmara Municipal deve apreciar o projeto na próxima terça-feira (18), resta saber quantos vereadores levará em conta que time de futebol é empresa privada e, portanto, tem que se manter com os seus próprios recursos, como faz a maioria absoluta dos empreendedores da cidade.

Que sentido faz desperdiçar dinheiro público com empresas privadas que não atendem aos interesses da coletividade? Muito mais numa cidade onde os contribuintes são humilhados em filas de hospitais e postos de saúde, uma cidade em que todos os serviços públicos funcionam de forma precária.

Dinheiro público não pode e nem deve custear empresas privadas, não é papel do poder público socorrer empresas historicamente mal administradas. Dinheiro público bem gerido e aplicado respeitando as prioridades da coletividade não termina em um “fundo perdido”. Dinheiro público são para outras finalidades, especialmente Saúde, Segurança e Educação.

Resta saber quantos vereadores irão concordar que dinheiro púbico não é para promover “cortesia com o chapéu alheio”.


Vladimir Chaves

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Orçamento de 2025 ainda sem definição


Vladimir Chaves

Com quase dois meses de atraso, o projeto da Lei Orçamentária de 2025 continua sendo um ponto sensível na relação entre o Congresso Nacional e o governo. O projeto, que deveria ter sido votado e enviado à sanção presidencial até o dia 22 de dezembro do ano passado, está parado na Comissão Mista de Orçamento e permanecerá no colegiado até, pelo menos, a primeira quinzena de março. Isso porque os Três Poderes ainda não chegaram a um acordo sobre o pagamento das emendas parlamentares.

Nos últimos 20 anos, a Lei Orçamentária atrasou em três ocasiões: 2013, 2015 e 2021. Em todas elas, o texto foi enviado à sanção na penúltima semana de março, ou seja, uma semana antes do fim do mandato dos membros da CMO. A consequência do atraso recai sobre o governo, que fica autorizado a realizar somente as despesas consideradas essenciais ou obrigatórias, e sobre o Congresso, que não tem as emendas liberadas para as bases eleitorais dos parlamentares.

“A não votação do Orçamento já começa a afetar alguns setores dos municípios, principalmente aqueles que mais precisam e que têm despesas contínuas, como o setor da saúde”, afirmou o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Julio Arcoverde (PP-PI).

Isso acontece porque 50% do total das emendas individuais, que possuem o maior valor, devem ser obrigatoriamente destinadas à saúde.

No dia 27 de fevereiro, haverá uma audiência de conciliação entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. O ministro do STF, Flávio Dino, informou que quer saber em que estágio estão as medidas de transparência das emendas determinadas pela Corte, quais instituições estão monitorando e controlando a execução das emendas e detalhes técnicos sobre a divulgação de dados relacionados aos recursos.

Arcoverde (PP-PI) afirmou que aguardará o resultado dessa reunião para convocar um novo encontro da CMO, por entender que a decisão será decisiva para solucionar o impasse sobre as emendas parlamentares. Segundo o presidente, 70% do relatório sobre o projeto do Orçamento já está concluído, e ele reforça que os ajustes finais dependerão do desfecho das negociações entre os representantes dos Três Poderes.

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Decisão inédita coloca cachorro como autor de processo na Justiça paraibana


Vladimir Chaves



A juíza Flávia da Costa Lins, titular do 1º Juizado Especial da Fazenda Pública da capital, concedeu a um cachorro o direito de participar como autor de um processo impetrado na Justiça. O processo corre contra o Município de João Pessoa, acusado de erro médico. A decisão da magistrada saiu nesta quinta-feira (13) e é inédita no Estado da Paraíba.

“É a primeira vez que se aceita o animal doméstico como legitimado para figurar no polo ativo de ação no juizado fazendário”, revelou a juíza Flávia da Costa Lins, completando que a decisão inédita, coloca em debate os danos causados por agentes públicos que atenderam o cachorro “Pelado” em uma clínica veterinária do município.

Segundo a magistrada, durante a audiência foi alegado que o autor do processo, o cão, não tinha legitimidade para atuar como polo ativo da ação. Porém, foi decidido que o animal poderia sim participar, desde que representado por seu tutor. “Ficou decidido pela possibilidade de o animal doméstico em questão, desde que devidamente representado, figurar no polo ativo desta demanda”, explicou.

Como foi frustrada a tentativa de conciliação, a juíza Flávia da Costa Lins determinou a realização de avaliação veterinária no animal para que se verificasse a veracidade das acusações e os danos causados ao pet. Para ela, “a Justiça deve acompanhar a evolução dos fatos e, nesse sentido, deve se dar especial relevância às relações afetivas e jurídicas existentes entre o homem e os animais domésticos”.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

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Pesquisa Datafolha: Aprovação de Lula derrete para 24%


Vladimir Chaves



A nova pesquisa Datafolha divulgada na tarde desta sexta-feira (14) trás más notícias para o governo. A avaliação positiva de Lula recuou 11 pontos, chegando a apenas 24%, o menor percentual registrado nos seus três mandatos como presidente:

Ruim/péssimo: 41% (+7)

Regular: 32% (+3)

Ótimo/bom: 24% (-11)

Não Souberam/Não Responderam: 2% (+1)

Segundo o instituto, as duas últimas polêmicas que envolveram o governo federal foram essenciais para o resultado: A tentativa de taxar o PIX e a fala infame do presidente sobre alimentos, onde o petista sugeriu que, como solução para os altos preços dos alimentos, a população simplesmente deixasse de comprá-los.

O Datafolha ouviu 2.007 eleitores em 113 cidades na segunda-feira 10 e na terça-feira 11. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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Alexandre de Moraes autoriza retorno de Daniel Silveira ao semiaberto, mas nega indulto


Vladimir Chaves


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (14) que o ex-deputado federal Daniel Silveira retorne ao regime semiaberto. No entanto, o ministro negou que Silveira seja beneficiado pelo indulto natalino, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim do ano passado.

O ex-deputado federal foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão, sob a acusação de ameaças ao Estado Democrático de Direito e incitação à violência contra ministros do STF.

Segundo a decisão de Moraes, é “incabível o decreto natalino para condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito”.

O ministro também determinou que a pena de Daniel Silveira seja recalculada e que ele deve se apresentar, diariamente, na Colônia Agrícola Marco Aurélio Vergas Tavares de Mattos, em Magé, na Baixada Fluminense.

“Determino que seja anotado, como interrupção da pena, o período em que o sentenciado esteve solto, qual seja, 20/12/2024 a 23/12/2024”, afirma a decisão.

Indulto Natalino

Na decisão, Moraes, ao negar o benefício do indulto a Silveira, seguiu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou contra a liberação do ex-deputado.

Os advogados de Silveira protocolaram 12 pedidos para indulto, que é o perdão da pena para algumas detenções. A defesa afirma que o ex-deputado teria acesso ao benefício porque, no dia da publicação do ato assinado por Lula, em 23 de dezembro, ele estava em “livramento condicional” e a menos de seis anos para o cumprimento total da pena.

As duas situações são previstas no decreto do presidente como passíveis de soltura e de perdão da pena. No entanto, Lula excluiu do decreto os crimes considerados ataques à democracia e ao abuso de autoridade.

“Não assiste razão ao requerente, uma vez que o inciso XV, do artigo 1º do Decreto nº 12.338/2024 veda a concessão de indulto ou de comutação de pena aos crimes contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou Moraes.

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Líderes da Câmara intensificam negociações para presidência das comissões


Vladimir Chaves



Duas semanas após a reabertura dos trabalhos legislativos, líderes partidários concentram-se na composição das Comissões Permanentes da Câmara e do Senado. Na Câmara, as disputas pelo comando dos principais colegiados movimentam os bastidores. Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), as comissões serão instaladas após o Carnaval, em março.

O Partido Liberal (PL) entrou na disputa por pelo menos seis presidências de comissões, um número maior que no ano passado. A sigla, que conta com a maior bancada da Câmara — 98 deputados —, tem direito, segundo o Regimento Interno, a comandar ao menos quatro comissões, respeitando o princípio da proporcionalidade partidária e da representação das bancadas.

Ainda não há um acordo fechado, mas o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), pleiteia algumas das comissões mais disputadas pelas bancadas, devido à administração de grandes orçamentos e à relevância nacional dos projetos discutidos. Entre elas, destacam-se as comissões de Saúde; Relações Exteriores e Defesa Nacional; Agricultura; Segurança Pública e a Comissão Mista de Orçamento. A sexta vaga ainda está em negociação.

Existe um acordo de rodízio firmado há dois anos pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o comando do principal colegiado da Casa, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O acordo de Lira com os líderes estabeleceu que a presidência da CCJ seria revezada entre PT, PL, MDB e União Brasil. As duas primeiras legendas comandaram o colegiado em 2023 e 2024, respectivamente, enquanto as duas outras siglas assumiriam a presidência neste e no próximo ano, em ordem a ser definida.

Em 2023, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) emplacou filiados em 5 das 30 comissões permanentes: CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) – Caroline de Toni (PL-SC); Educação – Nikolas Ferreira (PL-MG); Segurança Pública – Alberto Fraga (PL-DF); Esporte – Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP); Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família – Pastor Eurico (PL-PE).

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

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Corrupção: TCU investiga superfaturamento de R$ 12 milhões em contrato da Petrobras


Vladimir Chaves


O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou um superfaturamento de R$ 12,6 milhões em um contrato firmado entre a Petrobras e o consórcio Tomé-Technip. A decisão foi publicada na ontem (12) e determinou que a estatal apresente, em até 90 dias, uma análise detalhada dos danos financeiros.

O contrato foi assinado durante o governo de Dilma Rousseff e previa um investimento de R$ 1,16 bilhão em serviços de engenharia para a refinaria. Entre as cláusulas, estava prevista a compensação financeira por paralisações causadas por condições meteorológicas adversas, como chuvas intensas e descargas elétricas.

Em 2013, um aditivo de R$ 29 milhões foi incluído no contrato para a instalação de uma cobertura inflável, com o objetivo de reduzir os impactos climáticos sobre as operações. No entanto, mesmo após a implementação da estrutura, os pagamentos por paralisações climáticas continuaram ocorrendo.

Segundo o TCU, uma simulação inicial da Petrobras estimava 112 dias de paralisação, com custo total de R$ 30,9 milhões. Na prática, as interrupções duraram 49,7 dias, mas os pagamentos atingiram R$ 33,6 milhões – resultando em um custo diário 130% superior ao previsto.

O consórcio Tomé-Technip alegou que o contrato seguiu rigorosamente os termos estabelecidos e que qualquer revisão retroativa violaria os princípios da segurança jurídica e da autonomia contratual.

O TCU, no entanto, determinou que a Petrobras refaça os cálculos utilizando uma metodologia adequada e apresente um relatório conclusivo dentro do prazo estipulado.

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Governo torna obrigatória a modalidade digital para emissão de recibos por profissionais da saúde.


Vladimir Chaves


Desde o início do ano, profissionais da saúde com status de pessoa física precisam trocar o papel pela modalidade digital na hora de emitir recibos. Disponibilizado em abril do ano passado, o uso do aplicativo Receita Saúde, da Receita Federal, tornou-se obrigatório em janeiro de 2025, com a promessa de reduzir a sonegação e o número de declarações do Imposto de Renda retidas na malha fina. Desde então, de acordo com o órgão, 1.368.312 recibos foram emitidos por meio do serviço digital.

Os 498 mil recibos emitidos no ano passado estão considerados na declaração pré-preenchida a ser disponibilizada este ano. Médicos, dentistas e psicólogos são responsáveis por mais de 90% dos recibos já emitidos. Outros profissionais aptos a utilizarem a ferramenta são fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. A Receita estima que, em 2024, inconsistências nas despesas médicas foram responsáveis por 51,6% dos casos de retenção das 1,47 milhão de declarações.

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