Fui chamado para ser diferente do que eu era


Vladimir Chaves

Aceitei o chamado de Cristo não para ser melhor que ninguém, mas para ser transformado por Ele. O Evangelho não me coloca em disputa com os outros; ele me confronta com o meu próprio “eu” antigo. Como está escrito: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5:17).

A vida cristã não é sobre comparar-se, mas sobre crescer em graça. Não corro para vencer pessoas, mas para que Cristo vença em mim. O verdadeiro discipulado não é um evento único, mas um processo de arrependimento diário e de constante renovação. É reconhecer que ainda há fraquezas, mas que em cada fraqueza a graça de Deus se manifesta.

Sei que seguir a Jesus é aprender a caminhar sem disputar lugares, sem medir forças, sem julgar. É escolher a mansidão, a humildade e a dependência da misericórdia de Deus. O Evangelho não me dá autoridade para olhar de cima para ninguém, mas me convida a viver de joelhos diante d’Aquele que é maior do que todos.

E é essa graça que sustenta. Não mereço, não conquisto, não compro. Recebo. A vida cristã é fruto da graça; graça que salva, que molda e que fortalece. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2).

Essa transformação se mostra no cotidiano, nas atitudes simples: perdoar quem me ofendeu, falar com bondade, praticar justiça, servir com amor, viver com humildade. É no ordinário da vida que o extraordinário do Evangelho se manifesta.

Minha esperança, porém, não está apenas no hoje. Caminho com os olhos voltados para a eternidade, certo de que aquele que começou a boa obra em mim há de completá-la. Perseverar é confiar diariamente que Cristo me conduz, e que no fim da caminhada encontrarei meu nome no Livro da Vida.

Por isso, meu único foco é ser disponível a Deus: hoje melhor do que ontem, amanhã mais parecido com Cristo do que hoje. Não julgar, não competir, mas testemunhar. Testemunhar que Deus é misericordioso, que sua graça é maior do que meus pecados, e que em Cristo tenho a esperança viva da vida eterna.

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