Nota técnica do Todos Pela
Educação mostra que a pandemia agravou disparidades históricas da Educação
Pública brasileira. Produzida com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2012 a 2021, a nota técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de
crianças”, do Todos Pela Educação, compara os números correspondentes ao
terceiro trimestre de cada ano e confirma os efeitos negativos da pandemia de
Covid-19 sobre a Educação Pública brasileira.
Entre 2019 e 2021, houve
um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que, segundo
seus responsáveis, não sabiam ler e escrever. O número passou de 1,4 milhão em
2019 para 2,4 milhões em 2021.
Também é possível
visualizar uma diferença relevante entre as crianças residentes dos domicílios
mais ricos e mais pobres do País. Dentre as crianças mais pobres, o percentual
das que não sabiam ler e escrever aumentou de 33,6% para 51,0%, entre 2019 e
2021. Dentre as crianças mais ricas, o aumento foi de 11,4% para 16,6%.
A não-alfabetização das
crianças em idade adequada traz prejuízos para aprendizagens futuras e aumenta
os riscos de reprovação, abandono e/ou evasão escolar. Por isso, a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece a alfabetização como foco principal
da ação pedagógica nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental.
O crescimento das
disparidades agrava problemas históricos da Educação brasileira, como explica o
líder de políticas educacionais do Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa: “A
alfabetização na idade correta é etapa fundamental na trajetória escolar de uma
criança, e por isso esse prejuízo nos preocupa tanto. E porque os danos podem
ser permanentes, uma vez que a alfabetização é condição prévia para os demais
aprendizados escolares. Precisamos urgentemente de políticas consistentes para
a retomada das aulas, para que essas crianças tenham condições de serem
alfabetizadas e sigam estudando. É inadmissível retrocedermos em níveis de
alfabetização e escolaridade”.
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