Agricultores do Cariri usam feno na alimentação de galinhas de capoeira


Vladimir Chaves

Diante da estiagem verificada no semiárido, agricultores familiares recorrem à criatividade para obter renda com suas atividades. No município de Caturité, no Cariri, avicultores produzem fenação para a complementação alimentar do criatório de frangos alternativos e galinhas de capoeira.

O agricultor Paulo Cordeiro Santiago, do Sítio Malhada da Panela, é um desses exemplos. Há sete anos ele trabalha com a criação de galinhas de capoeira, mas buscando reduzir custos e suprir a falta de pastagens na capoeira. Assim, recorreu à produção de feno para a complementação da ração destes pequenos animais.  O Governo do Estado, por meio da Gestão Unificada-Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), presta assistência técnica aos avicultores.

Para a produção de feno o agricultor usou milho cultivado no próprio roçado, e com isso reduziu custos e garantiu uma renda mensal no período de estiagem.  Na região, devido às estiagens, com orientação da Emater, por meio do escritório regional de Campina Grande e com acompanhamento do coordenador regional José Sales Junior, agricultores que tinham atividade pecuária caprina ou bovina passaram a trabalhar com a criação de galinha de capoeira.

“Diante das adversidades climáticas, escassez de ração e custo alto de manutenção do rebanho bovino, eles decidiram pela avicultura por entender que os custos de sustentação são menores, além de fazer uso de feno na alimentação dos frangos, na ausência de gramíneas, uma ração que garante produtos benéficos à saúde das pessoas”, explicou Paulo Santiago.

“Em nosso caso, o consumo de feno representa boa parte do alimento da avicultura, por isso tem melhorado o percentual de lucratividade e oferecendo animais saudáveis”, comentou.

Segundo ele, foi seu filho quem primeiro iniciou a criação de frangos de corte. Como o filho desistiu desta atividade, ele assumiu o criatório e, sete anos depois, mesmo em face às estiagens ocorridas na região, está satisfeito. Hoje se constitui na principal atividade da família. Com a estiagem a produção teve uma redução em mais de 50% do número de pintos no aviário, mas está confiante na retomada do crescimento.

No ano de 2010, além da criação de frangos, começou a criar galinhas de postura, outra atividade que, segundo revelou, garante uma lucratividade de 50%. “Estamos preparando o descarte de algumas galinhas, mas continuaremos com a produção de ovos”, comentou.

A preparação da fenação segue todas as orientações repassadas pela Emater, desde o tempo certo de colheita do milho até o local de armazenamento em silo trincheira revertido e coberto com lona. O agricultor armazenou no ano passado cinco toneladas de feno. Toda manhã faz a distribuição entre as galinhas e frangos.

Seguindo as orientações técnicas, os agricultores alimentam os frangos e galinhas tendo como base 65% de milho, 15% de feno e 20% de concentrado industrializado. “Sempre que temos algum problema com o criatório ou em outras necessidades de orientação, recorremos aos técnicos da Emater”, disse o agricultor.

Outro que mantém aviário é Albery Vicente da Silva, presidente da Associação de Avicultura Alternativa de Queimadas. Ele informou que tinha uma criação de 1.400 frangos, mas, devido à seca na região, atualmente está apenas com 460 frangos. Mesmo assim pretende continuar criando galinhas poedeiras. O pai de Albery, Antônio João da Silva, é outro agricultor que trabalha com avicultura desde 1980, estando no momento com 600 pintos.

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