Água viva: a eternidade fluindo do trono de Deus


Vladimir Chaves

“Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que saía do trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22.1).

Este versículo revela a plenitude da esperança cristã: a vida que brota diretamente de Deus e de Cristo, o Cordeiro. O rio simboliza graça, pureza e renovação. Seu brilho, semelhante ao cristal, aponta para a vida incorruptível, limpa e perfeita que somente Ele pode oferecer.

A imagem do rio que flui do trono une soberania e comunhão. Do trono emana a autoridade divina, mas, em forma de rio, essa autoridade não se limita: reparte-se, alcança, comunica-se. A vida de Deus não é estática, mas dinâmica; não é escassa, mas abundante e acessível. Essa visão ecoa outras passagens bíblicas: o Éden regado, a promessa de Jesus sobre rios de água viva (Jo 7.37–38) e as águas restauradoras de Ezequiel.

Beber dessa água significa reconhecer nossa total dependência da graça de Deus. É nela que encontramos resposta para a sede da alma, força para a caminhada e purificação para uma vida transparente, coerente com o caráter divino. O brilho do cristal não apenas embeleza a visão, mas nos chama à integridade, à vida sem máscaras.

O rio também nos lembra da dimensão comunitária da fé. Um rio não corre para si mesmo: ele fertiliza margens, sustenta cidades e faz florescer a vida ao redor. Assim também a vida que recebemos em Cristo deve fluir em partilha, solidariedade e serviço. A graça não pode ser retida; somos chamados a ser canais dela em favor do próximo.

Por fim, essa visão aponta para o destino final da criação. Onde havia morte, haverá vida; onde havia sede, haverá saciedade. Essa esperança não nos afasta do presente, mas nos fortalece para vivê-lo com fé e compromisso. Permanecendo ligados à fonte, a igreja se torna testemunha do rio que já corre em nosso meio e que, um dia, transbordará plenamente na nova criação.

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