Na manhã do último sábado,
21, no limite leste da nossa Paraíba, o PT iniciou mais um ciclo de
“construção” partidária. O distanciamento da sociedade foi um traço marcante
dos debates. A memória partidária não alcançou os “movimentos de junho”. A voz
das ruas não conseguiu penetrar no ambiente ártico, incrustado diante do
nascente paraibano.
A Resolução construída e
aprovada foi o eixo central da reunião do Diretório Estadual do Partido dos
Trabalhadores no estado. Um Frankenstein sem estética. A superficialidade como
marca. O Brasil está bom. A Paraíba vive “sem rumo”. João Pessoa é o paraíso.
A conjuntura foi desenhada
diante das ilhas estabelecidas acima. O amontoado de análises sem nexos
refletiram uma marcante ausência de diretrizes programáticas. A sociedade
continuou distante. Todavia, nada de Nadja.
A candidatura da neo
petista Nadja Palitot esteve ausente das vozes que ecoam do Paço Municipal. O
método, com um lançamento hierárquico, sem perspectiva de unidade, sem
identidade histórica, simplesmente fragilizou o blefe.
Diante disso, o encontro
do Diretório Estadual clamava por significados. Papéis e personagens precisavam
de diretor. Na ausência do debate, de horizonte, viabilidade, projeto político,
desenvoltura, atrelada à superficialidade das análises, só restou à máscara de
oxigênio que faz respirar setores do “nosso” PT, ou seja, a pauta anacrônica
dos cargos.
2016 já começou. Assim,
eventuais petistas “devem” sair do governo Ricardo Coutinho em 30 dias. Ao
incluir os filiados da “Rainha da Borborema” e suas relações com o governo
tucano, assistimos o aprofundamento das contradições diante da ausência de
conteúdo. Dessa forma, “minha querida Campina Grande” pintou de forma diferente
a velha justificativa, servindo para amenizar os abismos encastelados na
“resolução zenedyana”.
O direcionamento na
proposta foi construído pela família que detém o comando da prefeitura de João
Pessoa. A oligarquia estabeleceu o alcance e, impôs limites. Afinal, a pauta
política não estava adornada com o “palitot” do prefeito Cartaxo.
Todavia, a sombra do
“gabinete central” não consegue responder questionamentos que inquietam a
militância além do Rio Sanhauá. A inclusão do PSD no rol taxativa de inimigos
do PT da Paraíba, mesmo sendo primeiro partido a declarar apoio à reeleição da
presidenta Dilma, denota qual o papel esse agrupamento familiar se propõe.
Além disso, aprofundando a
crise de parâmetros, o PPS de Roberto Freire, um dos principais opositores ao
projeto petista em nível nacional é colocado como alternativa de
desenvolvimento ao nosso estado, principalmente no universo protagonista do PT
paraibano. De fato, política faz boi voar.
Adentrando ao mundo da
“ficção”, o personagem Nonato Bandeira (PPS) está no escuro dos cinemas da
política paraibana retornando às hostes socialistas, sonho para uns, pesadelo
para muitos.
O boi voando, um novo
Frankenstein (resolução do PT estadual) será lançado? Revolucionando o conteúdo
do enredo, abrindo a possibilidade de uma evolução estética?
Como consequência real,
será que vamos assistir o PPS estadual abraçar PSD, DEM, PSDB e, os demais
inimigos do petismo oligárquico da terra de João Pessoa?
Por: Rafael Maracajá
(Vice-presidente do PT da Paraíba)