Na pandemia governador da Paraíba só aplicou 9,62% em saúde, TCE-PB reprova por unanimidade contas do socialista.


Vladimir Chaves



O Pleno do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, reunido em sessão extraordinária híbrida, nesta quinta-feira (01), decidiu, à unanimidade, emitir parecer contrário à aprovação das contas do governador João Azevedo Lins Filho (PSB) no exercício de 2020. Pesou para a reprovação a aplicação de apenas 9,62% em saúde - abaixo do mínimo constitucional de 12%, e o expressivo número de servidores sem vínculo legal, os chamados codificados, apesar dos alertas emitidos pelo TCE. Cabe recurso.

O relator do processo TC nº 03377/21 foi o conselheiro Arnóbio Alves Viana, que em seu minucioso voto fez um retrospecto da gestão, apontando aspectos positivos em relação aos balanços gerais do Governo e pontuou as irregularidades que ensejaram a reprovação. A permanência do elevado número dos chamados “codificados (7.023)”, apesar da mudança de nomenclatura para serviços prestados, não afastou o vínculo irregular na administração pública, contrariando o disposto no art. 37 da Constituição Federal, notadamente, o que determina como regra geral a investidura em cargo ou emprego público, mediante prévia aprovação em concurso público.

No voto, Arnóbio Viana verificou impropriedades na abertura de créditos adicionais, remanejamento, transferência e transposição de recursos entre categorias, e na edição de decretos para concessão do “Bolsa de Desempenho” de caráter indenizatório. Na prática, explicou o relator, que o benefício funciona como aumento salarial de servidores remunerados com subsídio e também não pode ser fixado por decreto.

Educação - Observou ainda que os gastos com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE alcançaram 24,80% das receitas líquidas de impostos e transferências realizadas, inferior ao limite constitucional de 25%, mas que não incidirá na decisão por força de lei no período da pandemia.

No parecer, a Corte de Contas fixa multa de R$ 5 mil ao governador João Azevedo Lins e fixa prazo de 120 dias ao gestor para que apresente ao Tribunal plano de ação detalhado, com duração de no máximo três anos para a completa regularização das graves irregularidades apontadas na estrutura de pessoal do Estado.

Também que sejam cientificados gestores das secretarias da Administração e Controladoria Geral, gestoras da política de pessoal dos órgãos e entidades do Estado, para que criem mecanismos de controle que evitem pagamentos em notas de empenho individuais ou folhas, a beneficiados que não tenham tido ato, ou contrato, previamente formalizado e publicado na imprensa oficial, além do envio de cópias ao Ministério Público Estadual para que adote as medidas que entender cabíveis em face das irregularidades.

Procuradoria - A decisão do Pleno acompanhou o parecer do Ministério Público de Contas, emitido pelo procurador Bradson Tibério de Luna Camelo, que reiterou as conclusões anexas ao processo, quando opina pela reprovação das contas. O procurador também entendeu que os recursos transferidos pelo Governo para a Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, glosados pela Auditoria, deveriam integrar o cálculo do percentual mínimo constitucional em educação, posição que foi seguida pelos membros do colegiado.

Defesa – O procurador geral do Estado, Fábio Andrade, fez a defesa oral do governador João Azevedo Lins Filho e, na oportunidade, reiterou a legalidade dos gastos referentes a pagamentos dos prestadores de serviços e codificados, glosados pela Auditoria - inclusive em relação aos efeitos no cumprimento do índice de saúde. Ele fundamentou seu entendimento com base na Lei Complementar nº 141/12, alegando que os gastos podem ser computados para fins de apuração dos índices constitucionais com saúde, e no caso deveriam ser somados para aferição do percentual exigido.

Assembleia - A partir da decisão do TCE-PB, os pareceres serão encaminhados à Assembleia Legislativa, a quem compete julgar as contas do Governo em definitivo, como prevê a Constituição Estadual. O Tribunal realizou o exame das contas anuais no tocante à gestão fiscal e à gestão geral do Governador do Estado, relativamente a 2020, que contempla, além dos fatos impugnados pela Auditoria, o exame das contas gerais de governo, sob os enfoques da legalidade, legitimidade e economicidade.

A análise envolve investimentos em educação e saúde; aplicação dos recursos captados do Fundeb; cumprimento de limites máximos de despesas com pessoal, dívida e operações de crédito; equilíbrio das contas; execução do orçamento por meio de seus créditos ordinários e adicionais; cumprimento de obrigações previdenciárias; licitações; além de outros fatos mencionados no Parecer Normativo PN - TC 52/2004.

No final da sessão extraordinária, o presidente do TCE-PB, conselheiro Fernando Catão, fez um apelo para que à Assembleia Legislativa coloque em pauta o julgamento de seis contas de Governo que estão à espera de apreciação pelos deputados estaduais. 

Composição - A sessão extraordinária foi conduzida pelo presidente, conselheiro Fernando Rodrigues Catão e contou com a participação dos conselheiros Arnóbio Alves Viana (relator), Antônio Nominando Diniz, Fábio Túlio Nogueira, André Carlos Torres Pontes e o substituto Oscar Mamede Santiago Melo (no exercício da titularidade do cargo). Pelo Ministério Público de Contas atuou o procurador geral Bradson Tibério de Luna Camelo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

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Prefeito Bruno Cunha Lima prorroga prazo de adesão ao Refis até o dia 30 de dezembro.


Vladimir Chaves

 


O prefeito Bruno Cunha Lima, por meio do Decreto nº 4.722/2002, publicado no Semanário Oficial desta quarta-feira, 30, prorrogou em mais um mês o prazo de adesão ao Programa Especial de Parcelamento de Créditos da Fazenda Pública do Município de Campina Grande (Refis). A decisão foi tomada considerando o substancial incremento de receitas públicas municipais com a vigência da  Lei Complementar n.º 186, de 28 de setembro de 2022

De acordo com o decreto, a prorrogação está levando em conta também o expressivo número de adesões dos contribuintes ao Programa, explicando que a implementação do Refis promove a regularização cadastral e a resolução de situações pendentes nos sistemas de informatização do Município de Campina Grande.

O prefeito levou em conta também a elevada procura por adesão por parte dos interessados nos derradeiros dias de sua vigência, além dos benefícios que o Programa Refis tem trazido às pessoas físicas e jurídicas que passam por algum tipo de dificuldade financeira.

Outro fator fundamental para a tomada desta decisão é que, de acordo com a expectativa da Secretaria Municipal de Finanças, há a possibilidade clara de mais contribuintes aderirem ao Refis, até o dia 30 deste mês.

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Bolsonaro edita decreto suspendendo pagamentos do orçamento secreto.


Vladimir Chaves


O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decreto suspendendo o pagamento dos recursos destinados às emendas de relator (orçamento secreto) previstos para este ano de 2022 e que ainda estão bloqueados.

O orçamento secreto repassa ao relator do orçamento a decisão sobre qual deputado ou senador poderia decidir o que fazer com bilhões do orçamento da União.

Bolsonaro assinou duas medidas no dia ontem (30) para efetivar a decisão. Primeiro, enviou uma proposta ao Congresso para secar a fonte do orçamento secreto ao remanejar as verbas para outras áreas. Além disso, editou um decreto autorizando a equipe do governo a fazer os cancelamentos em uma área e acrescentar em outra.

Do total previsto para o orçamento secreto este ano (R$ 16,5 bilhões), R$ 7,8 bilhões não foram liberados pelo governo federal.

Para não ficarem sem a “galinha dos ovos de ouro” parlamentares já articulam usar a PEC do Rombo como mecanismo para garantir a liberação do dinheiro do orçamento secreto.

Centrão e esquerda tentam costurar no texto permissão para antecipar para 2022 investimentos públicos e abrir uma folga no orçamento. Assim, despesas atualmente congeladas por conta do teto de gastos seriam desbloqueadas, entre elas os R$ 7,7 bilhões do orçamento secreto, poderiam ser utilizados ainda neste ano.

Além disso, o Centrão articula alterar a PEC para incluir uma regra que tornam as emendas secretas impositivas, o que obrigaria o Executivo a fazer os pagamentos e blindaria os repasses de cortes. Os recursos são fundamentais para as campanhas de reeleição de Lira e Pacheco atuais presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. Sem honrar o pagamento do orçamento secreto, ambos correm risco de perder apoios.

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Pela 1° vez desde 1954 centenas de oficiais da ativa se manifestam: “Estamos atentos a tudo que está acontecendo”


Vladimir Chaves



Em 1954, o Brasil estava em ebulição. Dia após dia, novas crises iam surgindo no governo do antigo ditador Getúlio Vargas, que havia retomado o poder, agora democraticamente, após vencer as eleições presidenciais de 1950. E uma das maiores crises desse período foi desencadeada por um manifesto redigido pelo coronel Golbery do Couto e Silva e assinado por 42 coronéis e 39 tenentes-coronéis, que entregue aos comandantes militares. Entre os signatários, aparecem oficiais como Sylvio Frota, Ednardo Dávila Melo, Antônio Carlos Muricy, Adalberto Pereira dos Santos, Syzeno Sarmento e Amaury Kruel.

Sendo esse um ato que abalou as estruturas da nação, o manifesto desses oficiais contra Vargas entrou para a histórica por sua imensa relevância. Contudo, a história muitas vezes tende a se repetir, e ontem, dia 29/11/2022, mais de uma centena de militares da ativa divulgaram uma carta direcionada ao alto comando das Forças Armadas.

Segue abaixo a transcrição da carta.

“Subscrevem esta carta, oficiais superiores da ativa do Exército Brasileiro, que o fazem de livre e espontânea vontade. Como membros do Exército Brasileiro, somos sabedores que o Exército de Caxias é uma instituição permanente e regular, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e reconhecida por seu sacerdócio, disponibilidade permanente e dedicação exclusiva ao Brasil, na qual repousa a confiança do povo brasileiro. Resolvemos tornar público, com base no Inciso IV, do Art. 5o. da Constituição Federal, a presente CARTA DOS OFICIAIS SUPERIORES DO EXÉRCITO BRASILEIRO, deixando claro que é o exercício do direito estabelecido no artigo acima mencionado e que será colocado em tópicos, para melhor entendimento.”

“A farda não abafa o cidadão no peito do soldado!” Marechal Manuel Luís Osório

 

 

1-Reafirmamos o nosso compromisso inquebrantável com a Pátria e com a Sociedade Brasileira, formada por patriotas comprometidos com o bem da Nação.

2-Ratificamos o alinhamento dos participantes com a legalidade, liberdade e transparência, atualmente tão requeridas pelo povo brasileiro. Não existe instituição ou poder constituído que possam se colocar acima da lei e da ordem democrática. Os três poderes precisam ser harmônicos e independentes, conforme prevê a Constituição, tendo em seu sistema de freios e contrapesos o necessário limite para que assim se mantenham.

3-Consideramos importante, portanto, que os Poderes e Instituições da União assumam os seus papéis constitucionais previstos em lei e em prol da pacificação política, econômica e social, especialmente para a manutenção da Garantia da Lei e da Ordem e da preservação dos poderes constitucionais, respeitando o pacto federativo previsto na regra basilar de fundação da República Federativa do Brasil.

4-Reforçamos a crença em nossa Instituição Exército Brasileiro, cuja origem remonta o sentimento de brasilidade construído a partir da Batalha de Guararapes (1648) e amalgamado à participação em todos os fatos históricos de relevância da nação.

5-Destacamos que os integrantes da Força Terrestre, coesos, motivados e conhecedores de sua história, sempre estarão prontos para cumprir suas missões constitucionais, com base no mais sublime dos juramentos de “(…) dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, cuja honra, integridade e instituições, defenderei com o sacrifício da própria vida“.

5-Asseveramos que os Soldados de Caxias, que se preparam diuturnamente, com profissionalismo e abnegação, colocam os objetivos nacionais sempre em primeiro plano, desprezando quaisquer interesses pessoais.

Estamos atentos a tudo que está acontecendo e que vem provocando insegurança jurídica e instabilidade política e social no país. Ademais, preocupa-nos a falta de imparcialidade na narrativa dos fatos e na divulgação de dados, por parte de diversos veículos de comunicação.

Covardia, injustiça e fraqueza são os atributos mais abominados para um Soldado. Nossa nação, aquela que entrega os maiores índices de confiança às Forças Armadas, sabe que seus militares não a abandonarão.

A relação preliminar dos subscritores desta carta será elaborada por ordem alfabética, dentro de cada posto, apenas com as primeiras adesões que foram coletadas antes da sua expedição. À medida que forem sendo recebidas novas solicitações de adesão, elas serão encaminhadas oportunamente. Com nosso mais alto apreço e respeito.

Fonte: https://www.peticao.online/carta_dos_oficiais_superiores_da_ativa_ao_comandante_do_exercito_brasileiro#form/

Publicação original no site: Hoje Mundo Militar 

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

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PEC do Rombo recebe 28 assinaturas e vai a Comissão de Constituição e Justiça do Senado


Vladimir Chaves



A PEC do Rombo, que cria brechas para que o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT), possa cumprir as promessas de campanha, alcançou 28 assinaturas e deve seguir para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O Regimento Interno do Senado exige o apoio de 27 parlamentares para a tramitação de PECs.

A proposta é o resultado de negociações entre a equipe de transição e o Congresso. O conteúdo ainda pode ser alterado até a data de votação em plenário, prevista para ocorrer até 10 de dezembro.

A proposta permite o gasto de R$ 198 bilhões fora do teto de 2023. Desse total, R$ 175 bilhões serão usados para pagar o benefício de R$ 600 para o Bolsa Família a partir de janeiro, além de R$ 150 por criança de até 6 anos de idade. Os R$ 23 bilhões restantes, obtidos por meio do excesso de arrecadação em tributos, devem ser usados exclusivamente em investimentos.

A matéria será inicialmente votada na comissão e, em seguida, irá ao Plenário do Senado, onde precisa ser submetida a dois turnos de votação. Para ser considerado aprovado, o texto depende do aval de três quintos da composição da Casa, um total de 49 votos favoráveis em cada etapa de apreciação.

Prazo apertado

Para que as regras possam valer a partir de janeiro, a PEC da Transição precisaria ser aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados antes do projeto de lei orçamentária anual, que deve ser votado pelo Congresso Nacional até 16 de dezembro.

Senadores que assinaram a PEC

1. Senador Marcelo Castro (MDB/PI)

2. Senador Alexandre Silveira (PSD/MG)

3. Senador Jean Paul Prates (PT/RN)

4. Senador Dário Berger (PSB/SC)

5. Senador Rogério Carvalho (PT/SE)

6. Senadora Zenaide Maia (PROS/RN)

7. Senador Paulo Paim (PT/RS)

8. Senador Fabiano Contarato (PT/ES)

9. Senador Flávio Arns (PODEMOS/PR)

10. Senador Telmário Mota (PROS/RR)

11. Senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP)

12. Senador Humberto Costa (PT/PE)

13. Senadora Eliziane Gama (CIDADANIA/MA)

14. Senador Carlos Fávaro (PSD/ MT)

15. Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB)

16. Senador Paulo Rocha (PT/PA)

17. Senador Jader Barbalho (MDB/PA)

18. Senador Jaques Wagner (PT/BA)

19. Senador Acir Gurgacz (PDT/RO)

20. Senadora Mailza Gomes (PP/AC)

21. Senador Otto Alencar (PSD/BA)

22. Senadora Leila Barros (PDT/DF)

23. Senador Omar Aziz (PSD/AM)

24. Senadora Nilda Gondim (MDB/PB)

25. Senadora Simone Tebet (MDB/MS)

26. Senador Confúcio Moura (MDB/RO)

27. Senador Sérgio Petecão (PSD/AC)

28. Senadora Rose de Freitas (MDB/ES)

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Presidente da Câmara, Arthur Lira é chamado de “traidor” durante jantar do PL


Vladimir Chaves


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi alvo de protestos durante um jantar organizado pelo Partido Liberal (PL), partido do presidente Jair Bolsonaro, na noite desta terça-feira (29), em Brasília (DF). Ao chegar ao local do encontro, Lira foi chamado de “traidor” por um grupo de apoiadores de Bolsonaro.

“Omisso, se manifeste. O Brasil não vai se entregar, não. Ou viver a pátria livre, ou morrer pelo Brasil. Covarde, traidor da pátria. Como você dorme à noite? Você não tem família?” Gritavam os manifestantes.

O evento reuniu parlamentares eleitos no último pleito e políticos de outros partidos, além do próprio presidente Bolsonaro, aconteceu no restaurante Dom Francisco e foi convocado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

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