A Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ouve na próxima semana o coronel
Fábio Augusto Vieira, que comandava a Polícia Militar do Distrito Federal
(PMDF) no dia dos ataques de vândalos às sedes dos três Poderes, e o
ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.
O primeiro a ser ouvido é
o coronel Fábio Augusto, na terça-feira (29) às 9 horas. O ex-ministro-chefe do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) será ouvido na quinta-feira (31).
O depoimento do militar
foi proposto pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Delegado Ramagem
(PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Pr. Marco Feliciano (PL-SP) e Duarte Jr.
(PSB-MA) e Duda Salabert (PDT-MG), e pelos senadores Eduardo Girão
(Novo-CE), Marcos do Val (Podemos-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF).
Para Girão, a PMDF sofreu
"um apagão de coordenação e comando" no dia 8 de janeiro. "Como
comandante e com acesso diário aos relatórios de inteligência, [o coronel Fábio
Augusto] tinha conhecimento que as manifestações eram fatos portadores de
preocupação a exigir medidas preventivas efetivas", argumenta Girão.
Para Marcos do Val, o
comando do militar "foi falho", o que "permitiu que os
manifestantes rompessem as linhas de controle estabelecidas e invadissem e depredassem
as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e da Presidência da
República”.
General Gonçalves Dias
A convocação de Gonçalves
Dias foi objeto de aproximadamente 100 requerimentos e é o mais esperados de
todos.
Entre os signatários dos
requerimentos, estão os deputados Rafael Brito (MDB-AL), Delegado Ramagem,
Nikolas Ferreira e Marco Feliciano, e os senadores Sergio Moro (União-PR), Magno
Malta (PL-ES) e Izalci Lucas.
O depoimento do general G.
Dias, como é conhecido, é visto pelos parlamentares de oposição como uma “peça
chave” na tentativa de esclarecer “providências adotadas e o desdobramento das
investigações conduzidas pelo governo federal”, como explica Moro.
Os parlamentares citam
reportagem do jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual, o general mandou a
direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) adulterar os alertas
enviados a ele sobre a ameaça de ataques, no relatório entregue ao Congresso
Nacional. Atendendo ao general, teriam sido suprimidos 11 alertas enviados a G.
Dias sobre as ameaças de invasão.
Além disso, os
parlamentares citam os vídeos veiculados pela rede de TV CNN que registram a presença
do general no interior do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, durante a
invasão do prédio.
Em depoimento à CPI da
Assembleia Legislativa do DF, que também investiga os ataques antidemocráticos,
Gonçalves Dias negou ter sido conivente com os golpistas que invadiram o
Palácio do Planalto.