Alexandre de Moraes nega pedido do PL e ainda aplica multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé.


Vladimir Chaves


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, decidiu negar pedido feito ontem (22) pelo PL questionando votos do segundo turno das eleições, realizado em 30 de outubro.

Na decisão, Moraes rebateu as questões técnicas levantadas pelo partido do presidente Jair Bolsonaro. O ministro disse que o partido não fez o aditamento de supostas irregularidades no primeiro turno e não apresentou indícios que justifiquem a instauração de verificação extraordinária da apuração.

Segundo o ministro, todos os modelos de urnas são identificáveis por mecanismos físicos e eletrônicos. Moraes afirmou ainda que é "fraudulento" o argumento de que teria ocorrido a violação do sigilo do voto a partir do registro de nomes de eleitores em logs da urna.

No despacho, o presidente ainda afirmou que é "totalmente possível a rastreabilidade das urnas eletrônicas" e os argumentos são "absolutamente falsos".

"A total má-fé da requerente em seu esdrúxulo e ilícito pedido, ostensivamente atentatório ao Estado Democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e antidemocráticos que, inclusive, com graves ameaças e violência vem obstruindo diversas rodovias e vias públicas em todo o Brasil, ficou comprovada, tanto pela negativa em aditar-se a petição inicial, quanto pela total ausência de quaisquer indícios de irregularidades e a existência de uma narrativa totalmente fraudulenta dos fatos", afirmou Moraes.

Na mesma decisão, Alexandre de Moraes condenou a Coligação Pelo Bem do Brasil, que apoiou a candidatura de Bolsonaro nas eleições deste ano, por litigância de má-fé e aplicou multa de R$ 22,9 milhões. Também foi determinada a suspensão de repasses do Fundo Partidário para a coligação até o pagamento da multa.

Por fim, o ministro determinou o envio da decisão para corregedoria da Justiça Eleitoral para que a conduta do presidente do PL, Valdemar de Costa Neto, seja avaliada. O objetivo é investigar a responsabilidade pela suposta "finalidade de tumultuar o regime democrático brasileiro".

Após o despacho de Moraes, o PL informou em nota que o partido já acionou a assessoria jurídica para analisar a decisão do TSE. "O PL reitera que apenas seguiu o que prevê o Artigo 51 da Lei Eleitoral que obriga as legendas a realizar uma fiscalização do processo eleitoral", diz a nota.

Entenda

Ontem, o PL protocolou no TSE uma representação eleitoral para questionar o resultado da eleição e apontou o suposto mau funcionamento de urnas no segundo turno como justificativa.

Em seguida, Moraes deu prazo de 24 horas para a legenda aditar a petição para apresentação da relação de urnas supostamente defeituosas nos dois turnos. A Justiça Eleitoral utiliza as mesmas urnas nas duas votações.

Na tarde de hoje, o partido pediu que o requerimento com escopo somente para o segundo turno fosse mantido pelo TSE.

Em entrevista coletiva, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a verificação de possíveis erros foi restrita ao segundo turno por “coincidência” ou “tecnologia”, já que a consultoria contratada verificou o erro apenas nessa etapa do pleito.

No primeiro turno, o PL elegeu a maior bancada do Congresso Nacional, com 99 deputados e 14 senadores.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

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Senadores protocolam pedido de impeachment do ministro Luís Barroso


Vladimir Chaves



Senadores anunciaram a apresentação de um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.

O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (23) por meio de uma coletiva de imprensa e os parlamentares elencam diversos motivos, entre eles infrações graves à lei orgânica da magistratura por parte de Barroso.

Os senadores que participaram da ação são: Eduardo Girão (Pode-CE), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Styvenson Valentim (Pode-RN), Lasier Martins (Pode-RS) e Plínio Valério (PSDB-AM).

De acordo com Girão, a regra da boa convivência é o respeito e as faltas a convites para comparecer a comissões no Senado, sem dar qualquer satisfação, não foram abordadas.

Tampouco foi incluída a falta de respeito para com o brasileiro que o abordou de forma respeitosa nos Estados Unidos, onde o ministro falaria sobre liberdade e democracia, e disparou o “perdeu mané, não amola”.

Ele explicou alguns pontos principais incluídos no pedido, como: a atuação político-partidária em reunião com lideranças partidárias, caracterizando interferência direta em outro poder na ocasião da votação da PEC do voto auditável.

O segundo ponto é que o ministro não se declarou suspeito nos julgamentos envolvendo a legalização das drogas e do aborto no Brasil, mesmo tendo feito palestras no exterior advogando a favor de ambas as causas.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

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Lewandowski: “Se confirmada à tese do PL, teria que anular toda a eleição”


Vladimir Chaves



Nesta quarta-feira (23), o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, afirmou que se há defeito nas urnas eletrônicas, como diz o PL, também teriam que ser anulados resultados da eleição para senador, deputado, governador.

O também ministro do STF comentou sobre a decisão do presidente do STF, Alexandre de Moraes, que deu prazo de 24h para o PL apresentar também dados sobre supostos defeitos nas urnas durante o 1º turno.

“O ministro Alexandre de Moraes deu 24 horas para eles emendarem a inicial. Concordo. Se o defeito está nas urnas, está tanto no primeiro quanto no segundo turno. Se alegar defeito e colocar em xeque toda a votação no segundo turno, evidentemente esse defeito estaria no primeiro turno e aí teria que anular toda a eleição para senador, deputado, governador”, disse Lewandowski.

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Partido Liberal afirma que Bolsonaro teve 51,05% dos votos no segundo turno, e cobra providências do TSE


Vladimir Chaves



O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira (22). Baseado em auditoria eles  pedem a anulação dos votos feitos em modelos de urnas UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 nas eleições de 2022. Além disso, o documento afirma que Bolsonaro teria mais de 51% dos votos no segundo turno.

A alegação é de que houve “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” nos modelos. No documento, eles afirmam que os modelos tiveram falhas na individualização de cada arquivo de ‘LOG DE URNA’ e repercussão em etapas posteriores, como o Registro Digital do Voto e emissão do Boletim de Urna.

Os logs de urna são registros de evento, registrando o histórico de dados dos sistemas. É por meio do conjunto de dados que se localiza alterações e acessos em um programa. Para o PL, “há ausência de certeza quanto à autenticidade do resultado da votação”.

Assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, a representação cita o laudo técnico da auditoria feita pelo Instituto Voto Legal, contratado pelo PL, que teria constatado as evidências de mau funcionamento.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

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“Vai acontecer um desenlace bastante forte na nação”, diz ministro do TCU


Vladimir Chaves


O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes disse em um áudio encaminhado a amigos do agronegócio pelo WhatsApp que “está acontecendo um movimento muito forte nas casernas” brasileiras, e que “é questão de horas, dias, no máximo, uma semana, duas, talvez menos do que isso”.

“Acho que é questão de horas, dias. No máximo, uma semana ou duas, ou talvez menos do que isso, que vai acontecer um desenlace bastante forte na nação.”, diz ele em aúdio.

O ministro afirma, ainda, sentir que a situação pode acabar em “um conflito social na nação brasileira”.

Leia a transcrição do áudio na íntegra a seguir

"Estimado Sartori, como eu sou magistrado e julgo muitas coisas do que está acontecendo no Brasil, praticamente muita coisa passa pelo Tribunal de Contas da União, somos nove lá, e a situação é bem complexa, muito complexa, é o pior momento que a nação vai viver, mas talvez seja importante pra poder recuperar, até pelo depoimento desse caminhoneiro que mostra a visão que todo mundo está tendo não há mais...

Os intelectuais da nação hoje você consegue escutar o que a gente vem pensando há muito tempo das pessoas mais humildes da nação e que têm uma visão do conjunto do país. Nós somos hoje sociedade conservadora que não aceita as mudanças que estão sendo impostas despertou, isso é muito importante. Lá nos anos 80, quando eu voltei da Europa eu tentei criar um movimento com um grupo de especialistas e um professor de direito constitucional César Saldanha Júnior que hoje já está um pouco fora de combate aí em Porto Alegre, para contrapor toda essa transformação que acabou acontecendo no Brasil

Criamos um instituto, enfim, fazíamos aulas pra defender a economia de mercado, capital. Mas fomos superados pela incompetência de todos nós, claro que lutamos muito, eu tive na época conversando com Ernesto Geisel, com os líderes da época, João Figueiredo, que não tiveram uma visão que tínhamos que fazer uma transição com um parlamentarismo, e escolher um primeiro ministro e fortalecer a economia de mercado com princípios que pudessem nortear a nação. Agora vem o Bolsonaro que despertou a sociedade conservadora e hoje todo mundo está nas ruas aí fazendo a sua defesa desses princípios. Demoramos mas felizmente acordamos.

Demoramos mas felizmente acordamos. O que vai acontecer agora? Está acontecendo um movimento muito forte nas cavernas. Eu acho que é questão de horas, dias no máximo semana ou duas ou talvez menos que isso que vai acontecer um desenlace forte na nação. Imprevisíveis. Portanto a fala desse cidadão é pra despertar o produtor rural também porque não adianta só caminhoneiro trabalhar.

Vamos perder? Sim vamos perder alguma coisa, mas a situação para o futuro da nação poderá se desencadear de forma positiva apesar desse principal conflito que deveremos ter nos próximos dias ou nas próximas horas.

Falei longamente com o time do Bolsonaro essa semana, ele não está bem, está com a ferimento na perna, uma doença de pele bastante significativa, mas tem esperança ainda, né? Tenha esperança de recuperar e melhorar a sua situação física, e certamente terá condições de enfrentar o que vai acontecer no país. Se vai haver alguma mudança em relação a isso? Só que haja uma capitulação por parte de alguns integrantes importantes e dirigentes que tudo se sente que vai pra um conflito social na nação brasileira (sic).

Eu não posso falar muito até porque tenho muitas informações mas queria passar pra ti, Sartori, e para o teu time aí do agro que eu conheço todos os líderes e e sei da importância do agro.

Até quando lá atrás negociamos a ciclo de sessão eu era o líder da bancada ruralista, articulei a união em 17 estados pra colocar 20 mil pessoas em Brasília em 99. Queimamos máquinas, tratores, fizemos uma escarcel. Fizemos até carreteira aqui pra mais de 2 mil pessoas junto com meu estimado amigo Sperotto e tantos líderes que aí acompanham junto com você, e esse time do agro Brasil. Então conheço todos os passos que temos que fazer.

Fiz a minha parte em 2014. Eu era presidente, alertei a presidente em 2012, 2013, o que ia acontecer no país, infelizmente não conseguimos diálogo na época. Eles nunca aceitaram o diálogo, eles foram pro confronto e agora é um confronto decisivo, eles vão vim para um confronto que nós todos sabemos quais são as consequências, mas nós tomamos uma decisão importantíssima em 2015, quando eu tive a coragem em 130 anos pela primeira vez de tomar uma atitude de reprovar as contas porque encontramos 340 bilhões em 2015 e 2016 e tudo se mostra que vai acontecer novamente.

Seja princípios de estabilidade fiscal não vai ser posto a não ser que a sociedade faça muita pressão e que haja mudança mas tudo está muito nebuloso em relação ao futuro do país. Não vou me alongar mais tenho muitas informações especialmente para o grupo do agro, mas eu acho que é o grande momento baseado no que falou esse caminhoneiro lá de Sinop de que é necessário ‘Acordar todo o Brasil’. Despertar, é fé e crença, como nós tivemos lá em 2015 pela primeira vez.

Fizemos um processo que desmontou de certa forma essas estruturas que eles conseguiram remontar agora baseado na estrutura que tinha já ficado, que foi muito longa. Imagina eles com mais quatro anos de governo o que vai acontecer na nação. Se depender da sociedade se reerguer, a sociedade sabe da sua força, mas não tinha despertado. Nós estamos despertos, esperamos poder avaliar melhor a nação.

E eu fico aqui como magistrado procurando olhar a árvore e a floresta. A floresta se não for tomado medidas bastante fortes está indo prum processo de ser incendiada aos poucos. (...)

Meu amigo Sartori e tantos outros que estão aí junto, Francisco Turra e meu colega, homem de fé, de criança, tantos que eu poderia falar aqui por vários políticos, várias pessoas que têm capacidade de auxiliar nesse momento tão dramático da nação.

Os próximos dias serão nebulosos e o que vai acontecer de desdobramento não se sabe, mas certamente teremos desdobramentos muito fortes nos próximos dias. Um abraço."


segunda-feira, 21 de novembro de 2022

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