Discernimento espiritual é olhar com os olhos de Deus


Vladimir Chaves

O discernimento espiritual nos permite ver as pessoas como elas realmente são. Não se trata de uma habilidade humana ou de simples percepção natural, mas de um dom concedido por Deus. Ele nos capacita a enxergar além das aparências, a perceber intenções ocultas e a distinguir a verdade da mentira.

Enquanto o olhar humano se prende ao que é visível, o discernimento espiritual revela o que está no coração. É como receber um olhar semelhante ao do próprio Deus, que não se deixa enganar pelas aparências.

A Palavra declara:

“O homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (1 Samuel 16:7)

Esse dom não nos é dado para julgar ou condenar, mas para andar em sabedoria, guardar-nos dos enganos e conduzir nossa vida em santidade. O discernimento espiritual é uma luz no caminho, que nos dá prudência e sabedoria.

sábado, 30 de agosto de 2025

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Pregar a Palavra a tempo e fora de tempo


Vladimir Chaves

Muitos se calam diante das pressões sociais, políticas e até religiosas. Falar de fé tornou-se, para alguns, “fora de moda” ou até motivo de perseguição. Mas o conselho de Paulo a Timóteo permanece como um chamado urgente: “Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2).

Essa ordem confronta nossa tendência natural de só abrir a boca quando nos sentimos seguros, aceitos ou apoiados. Pregar “a tempo” é fácil. Mas e “fora de tempo”? É aí que se prova a fidelidade.

O cristianismo contemporâneo, em boa parte, corre o risco de se tornar um evangelho de conveniência. Prega-se quando agrada, quando o auditório aplaude, quando há benefícios. Mas quando a mensagem bíblica confronta o pecado, quando chama à responsabilidade, quando exige renúncia… o silêncio parece mais confortável.

Paulo já previa essa crise: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina” (2Tm 4:3). O problema não é apenas a resistência do mundo, mas também a omissão de quem deveria anunciar a verdade.

Pregadores, líderes e cristãos comuns precisam entender: o evangelho nunca será totalmente “bem-vindo” num mundo que prefere a escuridão à luz. O chamado para pregar “fora de tempo” é, na prática, um convite à coragem. É falar quando o discurso dominante diz para calar. É permanecer firme quando tudo ao redor grita por relativismo.

Pregar a Palavra, em qualquer tempo, é mais do que falar em púlpitos. É testemunhar com integridade no trabalho, na família, na política, nas redes sociais. É resistir à tentação de suavizar o evangelho para torná-lo “aceitável”. A verdade de Cristo não precisa de maquiagem.

Pregar a Palavra a tempo e fora de tempo é um ato de obediência radical. É afirmar que a mensagem de Cristo não está condicionada às circunstâncias. É entender que o evangelho é urgente demais para ser silenciado.

Em dias de discursos vazios, hipócritas e de verdades descartáveis, ousar anunciar a Palavra é, talvez, o maior ato de rebeldia santa que podemos praticar.

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Cristo se levantou para receber Estevão: um detalhe singular do primeiro martírio cristão.


Vladimir Chaves

O martírio de Estevão, narrado em Atos 6 e 7, é um dos momentos mais solenes e impactantes do Novo Testamento. Ele foi o primeiro a derramar o próprio sangue pela fé em Cristo, tornando-se o primeiro mártir da Igreja. Contudo, há um detalhe na narrativa bíblica que chama atenção de estudiosos e cristãos ao longo dos séculos: no instante em que Estevão vê os céus abertos, ele não contempla Cristo sentado à direita de Deus, como em tantas outras passagens, mas de pé, em posição de honra e acolhimento.

“Mas ele, cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava em pé à direita de Deus” (Atos 7:55).

Essa é a única passagem bíblica em que Cristo aparece não sentado, mas levantado. O que esse detalhe significa? Por que, diante do martírio de Estevão, o Senhor rompe com o padrão das demais descrições?

O Cristo que reina sentado

O Novo Testamento, em várias ocasiões, apresenta Jesus assentado à direita do Pai. Essa posição simboliza:

Realeza e autoridade: O trono é lugar de governo e domínio.

Descanso após a obra consumada: Cristo completou a redenção na cruz e assentou-se, indicando missão cumprida.

Intercessão constante: Como sumo sacerdote eterno, Ele reina e intercede pela Igreja.

Portanto, o Cristo sentado é a imagem de poder, estabilidade e soberania.

Cristo se levanta como Testemunha

Nos tribunais terrenos, Estevão foi julgado injustamente e condenado à morte. Mas nos tribunais celestiais, Cristo se ergue como testemunha e advogado de seu servo fiel.

Cristo se levanta em Honra

Como um rei que se levanta para receber um hóspede de honra, Jesus se coloca de pé para acolher Estevão, o primeiro mártir, em glória eterna. É como se o céu inteiro se mobilizasse para recebê-lo.

Cristo se levanta em Solidariedade

O Cristo que esteve em pé diante do Sinédrio e diante de Pilatos, agora se ergue novamente, mas desta vez em identificação com seu discípulo. O Senhor não é indiferente à dor dos seus.

Cristo se levanta como Juiz

Ao mesmo tempo, o levantar de Cristo é um ato de julgamento contra aqueles que derramavam sangue inocente. Ele se coloca de pé para declarar que o céu não ignora a injustiça da terra.

O consolo da Igreja perseguida

O detalhe da visão de Estevão não é apenas uma curiosidade bíblica, mas um sinal eterno de esperança para todos os cristãos perseguidos. Ele revela que:

Cristo não permanece passivo diante da dor dos seus servos.

O céu se move em honra daqueles que permanecem fiéis até o fim.

O martírio de Estevão inaugura uma história em que cada vida entregue por Cristo é recebida com glória.

Esse detalhe nos lembra que não seguimos um Deus distante, mas um Senhor que acompanha, se identifica e honra os que sofrem por Ele.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

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Jesus entra pela porta que você abre e o diabo pela brecha que você esquece de fechar


Vladimir Chaves

A vida cristã é feita de escolhas diárias, e cada uma delas abre ou fecha portas espirituais. Jesus, em Seu amor, não força a entrada em nosso coração, mas espera que permitamos a sua presença. Ele mesmo declara:

"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo." (Apocalipse 3:20)

Por outro lado, o inimigo não pede permissão; ele procura brechas, pequenos descuidos, pecados ocultos e concessões que parecem insignificantes, mas que dão espaço para a sua ação destrutiva. A Palavra nos alerta:

"Não deis lugar ao diabo." (Efésios 4:27)

Enquanto Jesus é o convidado que traz vida, paz e comunhão, Satanás se infiltra sorrateiramente pelas fendas que deixamos abertas; uma mentira tolerada, um ressentimento guardado, uma prática aparentemente inofensiva que contamina a alma.

Por isso, é necessário vigiar. O mesmo coração que abre a porta para Cristo precisa estar atento para fechar todas as brechas ao inimigo. Manter a vigilância em oração, santidade e obediência à Palavra é a chave para experimentar a plenitude da presença de Deus e resistir às investidas do mal.

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Como é bom acordar sentindo a presença de Deus.


Vladimir Chaves

Cada manhã traz consigo um convite do Senhor: levantar, recomeçar e confiar novamente em Seu cuidado. Quando abrimos os olhos, não é apenas um novo dia que começa, mas uma nova chance de viver debaixo da graça divina.

O sussurro suave do Espírito Santo nos lembra: “Levante-se e recomece, estarei contigo por mais um dia.” Isso nos encoraja a caminhar sem medo, porque sabemos que o Deus que nos sustenta não nos abandona.

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” (Lamentações 3:22-23)

Saber que o Pai olha para nós com amor e renova a Sua misericórdia diariamente nos enche de paz. O sorriso de Deus sobre a nossa vida é algo indescritível, capaz de transformar simples manhãs em momentos de profunda graça.

Cada dia é uma dádiva. O fôlego que temos, a oportunidade de viver, de recomeçar e de agradar ao Senhor, tudo vem d’Ele. Quando entendemos que o sorriso de Deus está sobre nós, nosso coração se enche de paz e gratidão. Essa presença nos fortalece a viver de maneira que o honre em cada atitude.

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A Bíblia não cabe em uma tela de celular


Vladimir Chaves

É impressionante a quantidade de pessoas trocando a Bíblia pelo celular. Em cada culto observo essa prática e fico surpreso com a naturalidade com que muitos substituem a leitura da Sagrada Escritura pelo aparelho que, durante o dia, serve a tantos outros propósitos, muitas vezes profanos. Para alguns, pode parecer apenas uma questão de praticidade, mas será que não estamos perdendo algo muito maior?

Trazer a Bíblia para dentro de um celular é como comparar uma taça com um pinico: ambos são recipientes, mas enquanto a taça é destinada a algo puro e especial, o pinico serve para receber as impurezas do corpo. O mesmo acontece com a Palavra de Deus. Ao colocá-la no mesmo espaço que tantas distrações, conteúdos fúteis e até pecaminosos, diluímos a reverência que ela merece.

Há ainda os que têm vergonha de andar nas ruas com a Bíblia em mãos. O celular, nesse caso, torna-se uma saída confortável, e é o primeiro passo para esconder publicamente a fé que deveria ser proclamada sem reservas.

A Palavra de Deus não é apenas um texto para ser lido, mas um testemunho vivo. Segurá-la em mãos é também um ato de confissão pública, um símbolo de que ainda cremos na inspiração divina e na autoridade das Escrituras.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo; pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16).

Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de lembrar que a Bíblia física carrega consigo um valor espiritual e testemunhal que o celular jamais poderá substituir. É um chamado à reflexão: até que ponto a praticidade está roubando de nós a reverência?

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

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A bênção que não pedimos pode gerar batalhas que não esperamos


Vladimir Chaves

Davi não pediu para ser rei. Era apenas um pastor de ovelhas quando foi ungido por Samuel. Ainda assim, antes de sentar-se no trono, enfrentou perseguições, exílios e quase perdeu a vida nas mãos de Saul.

José também não pediu para ser o filho preferido de Jacó, nem para receber a túnica colorida que o diferenciava entre seus irmãos. Mas por causa dela (símbolo de favor) quase morreu em uma cova e foi vendido como escravo para o Egito.

Ambos ilustram uma realidade dura e, ao mesmo tempo, reveladora: às vezes, o simples fato de carregarmos algo que Deus decidiu colocar em nossas mãos é suficiente para despertar inveja, perseguição e ódio. Não por algo que fizemos, mas por aquilo que representamos.

Essa verdade ecoa até hoje. Talvez você não tenha pedido a posição em que está, o dom que carrega, a porta que se abriu. Ainda assim, Deus quis lhe entregar. E, por isso, alguns não suportam ver sua existência como um testemunho vivo da graça e da escolha divina.

Jesus nos alertou:

“E sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” (Mateus 10:22)

A rejeição, portanto, não é sinal de que você está no caminho errado, mas muitas vezes de que está exatamente onde Deus queria. Davi e José atravessaram desertos de rejeição até ver o propósito se cumprir. Você também pode estar nesse processo, e a fidelidade de Deus será o selo que confirmará cada promessa.

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Quando a justiça de Deus se encontra com a cruz de Cristo


Vladimir Chaves

Poucos temas bíblicos revelam tão claramente a profundidade da condição humana e a grandeza da obra de Cristo quanto a justificação. Para compreendê-la, é preciso antes encarar nossa realidade espiritual: todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3:23). Diante do tribunal divino, todo ser humano é réu, culpado, sem defesa possível.

A lei não foi dada para salvar, mas para expor o pecado. Por isso, qualquer tentativa de se justificar por obras, moralidade ou religiosidade fracassa inevitavelmente. A necessidade da justificação nasce do fato de que ninguém consegue alcançar justiça diante de Deus por si mesmo.

Deus é perfeitamente justo e santo. Isso significa que Ele não pode agir como um juiz corrupto que fecha os olhos diante de um crime. Ignorar o pecado seria negar sua própria natureza. Sua justiça exige que a culpa seja punida: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23).

Se Deus punisse cada pecador conforme merece, ninguém seria salvo. Mas se simplesmente absolvesse sem punição, deixaria de ser justo. É nesse ponto que a justificação se apresenta como o coração do plano de salvação.

Cristo, o fundamento da justificação

A resposta divina ao dilema foi enviar o Filho. Jesus viveu sem pecado, cumpriu toda a lei, e voluntariamente tomou sobre si a condenação que nos cabia. Na cruz, Ele não apenas morreu fisicamente: Ele assumiu sobre si a ira divina destinada à humanidade caída. Como escreveu Isaías: “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele” (Is 53:5).

Paulo resume esse mistério com clareza: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Em Cristo, a justiça de Deus não é anulada, mas plenamente satisfeita. E, ao mesmo tempo, a graça é revelada em sua forma mais pura.

Graça, não é mérito

A justificação não é uma conquista humana. Não depende de boas obras, disciplina moral ou esforços religiosos. É dom gratuito, fruto exclusivo da graça divina: “pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2:8-9).

A graça não ignora a justiça, mas a cumpre em Cristo. A punição foi aplicada, mas não sobre nós, e sim sobre o Filho. Essa é a essência da justificação: Deus nos declara justos porque alguém pagou em nosso lugar.

A fé

Se a justificação é obra de Deus, como ela chega até nós? Pela fé. Mas é importante compreender: não somos justificados pela intensidade da nossa fé, mas pelo objeto dela. Não é a força do crer que salva, mas Aquele em quem cremos. A fé é o canal pelo qual recebemos a justiça imputada de Cristo.

Assim, a justificação é o ponto de encontro entre a justiça rígida de Deus e a sua graça abundante. E somente em Cristo esse encontro se torna possível.

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Louvor: Quando a música vira decoração e a igreja perde a direção


Vladimir Chaves

A igreja evangélica vem enfrentado um dilema silencioso e perigoso: Pois o louvor se tornou, em muitos lugares, decoração de culto ou preenchimento do tempo. Bonito, emocionante, mas vazio de propósito. Canta-se muito, mas proclama-se pouco. O que deveria ser testemunho vivo do Evangelho frequentemente se reduz a uma lista aleatória de músicas, selecionadas sem critério, sem direção bíblica e sem a clareza do porquê.

O salmista nos alerta:

“Louvai ao Senhor, invocai o seu nome; fazei conhecidas as suas obras entre os povos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas.” (Salmo 105:1-2)

Se o louvor não narra a história de Deus e não aponta para a obra de Cristo, torna-se apenas som. A congregação canta, mas não é edificada; repete versos, mas não contempla o Evangelho.

O perigo das preferências pessoais

Quando não olhamos para a Escritura, escolhemos músicas que agradam ao nosso gosto musical, à moda do momento ou, em contrapartida, nos prendemos ao legalismo da tradição, cantando sempre as mesmas canções, sem reflexão. O resultado é um culto moldado por conveniências humanas, não pela Palavra.

Isaías já denunciava esse culto aparente, mas vazio:

“Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Isaías 29:13)

Não basta saber cantar, ter técnica ou popularidade. Se o coração não aponta para Cristo, tudo não passa de performance religiosa.

Uma igreja sem direção

Um louvor sem propósito é como uma bússola quebrada: até pode se movimentar, mas não indica o caminho certo. Hebreus lembra que o verdadeiro louvor nasce do sacrifício espiritual e da confissão de fé:

“Por meio dele, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15)

Quando o repertório não conduz a igreja ao reconhecimento de Cristo, cria-se uma comunidade que canta muito, mas caminha sem direção.

Tradição e popularidade não são critérios

Outra armadilha comum é o costume de cantar “o que sempre cantamos” ou simplesmente aderir ao que é popular no meio gospel. Mas tradição e popularidade não são critérios de adoração. O chamado de Pedro é outro:

“Vós, porém, sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2:9)

Se nossa música não proclama as virtudes de Deus, não cumpre sua missão.

As disputas absurdas entre líderes

O cenário se agrava quando o louvor deixa de ser serviço a Deus e se transforma em arena de vaidades. Não são poucas as igrejas marcadas por disputas entre líderes de ministério, vocalistas e músicos que disputam espaço, microfone e prestígio. Alguns brigam para “aparecer mais”, outros competem por quem escolhe as músicas ou quem tem mais influência sobre a congregação.

Essas disputas absurdas revelam um problema ainda mais profundo: o coração que busca palco e não cruz, reconhecimento humano e não a glória de Deus. Nesse contexto, até chamamos de louvor, mas muitas vezes o que oferecemos é apenas alimento para o nosso próprio ego.

O louvor que conta a história de Deus

O louvor verdadeiro não é sobre nós. Ele não existe para massagear nossos sentimentos ou agradar nosso paladar espiritual. Ele é testemunho da salvação e participação na obra do Senhor. O Salmo 96 nos convida a um cântico novo, não no sentido de novidade musical, mas de renovação da mensagem que aponta para Cristo:

“Cantai ao Senhor um cântico novo; cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai a sua salvação dia após dia.” (Salmo 96:1-2)

Cantar sem refletir é perigoso, porque molda uma fé superficial. Mas cantar com consciência, proclamando o Evangelho, molda uma comunidade que aprende a viver em adoração.

Um chamado à reflexão

Se o louvor que entoamos não conduz a igreja ao Evangelho, estamos apenas embelezando o culto com melodias passageiras. Se músicos e líderes se consomem em disputas por palco e influência, estamos proclamando a nós mesmos, não a Cristo.

A grande questão que fica é:

O que nossa igreja tem cantado aponta para Cristo ou para o ego humano?

Nosso louvor tem ensinado a congregação a viver o Evangelho, ou apenas preenchido o silêncio com belas canções?

Estamos cultivando adoradores ou apenas formando plateias?

Enquanto essas perguntas não forem respondidas à luz da Escritura, seguiremos correndo o risco de chamar de “louvor” aquilo que, na verdade, não passa de entretenimento religioso.

Somos chamado a viver e falar a verdade, mesmo que isso cause desconforto.

“Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu companheiro; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas.” Zacarias 8:16

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

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A fé que não cabe só no domingo.


Vladimir Chaves

Muitas pessoas ainda associam a fé cristã a algo restrito ao domingo, como se seguir a Cristo fosse apenas participar de um culto semanal ou marcar presença em uma igreja. Essa visão, no entanto, reduz a essência do evangelho a um ritual e não a uma transformação de vida.

Jesus nunca chamou alguém para um compromisso parcial. Seu convite foi radical:

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).

Repare na expressão “cada dia”. Isso mostra que seguir a Cristo não é uma experiência isolada no final de semana, mas uma decisão diária de renúncia e entrega.

O que significa viver essa renúncia diária?

Negar a si mesmo – abrir mão do orgulho, da vaidade e do desejo de viver apenas para si.

Carregar a cruz – assumir compromissos de fé mesmo quando eles parecem difíceis ou impopulares.

Seguir os passos de Jesus – amar, perdoar, servir e obedecer, em todos os contextos da vida.

Seguir a Cristo de segunda a segunda é ser cristão na família, no trabalho, nos relacionamentos, nas redes sociais e até nos momentos em que ninguém está olhando. É viver a fé de forma autêntica, não apenas no ambiente da igreja.

Cristianismo não é peso, é privilégio

Vale lembrar que essa renúncia não significa viver uma vida pesada ou triste. Pelo contrário, é justamente na entrega a Cristo que encontramos sentido, paz e alegria verdadeira. Quando abrimos mão do “eu”, recebemos algo infinitamente maior: a vida abundante que Jesus prometeu.

Enfim: Seguir a Cristo não é escolher um dia da semana para ser religioso, mas assumir um estilo de vida transformado pela graça. É um chamado para todos os dias, para todas as áreas, para todos os momentos.

O verdadeiro cristão não vive apenas o domingo da adoração, mas também a segunda da renúncia, a terça da fidelidade, a quarta da perseverança, a quinta da oração, a sexta da devoção e o sábado do descanso em Deus. Porque ser discípulo é viver uma caminhada constante, do primeiro ao último dia.

E você, como tem vivido sua fé no dia a dia?

Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua experiência.

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A história de Davi, Nabal e Abigail: quando a vingança bate à porta


Vladimir Chaves

A vida de Davi nos ensina que até mesmo os escolhidos de Deus enfrentam dilemas emocionais e espirituais. Em 1 Samuel 25 encontramos um episódio marcante: o encontro entre Davi, Nabal e Abigail. Essa passagem revela o quanto a ira e o desejo de vingança podem nos conduzir a decisões precipitadas, mas também mostra como confiar em Deus nos livra de erros irreparáveis.

Vejamos:

Davi, ainda não coroado rei, vivia fugindo de Saul com seus homens. Nesse período, ele e seu grupo protegeram os rebanhos de Nabal, um homem muito rico, mas descrito na Bíblia como maligno em suas obras. Quando Davi pediu alimentos em reconhecimento pelo cuidado prestado, recebeu desprezo e afronta.

A resposta de Nabal foi tão ofensiva que Davi, tomado pela ira, decidiu matar todos os homens da casa dele. O desejo de vingança incendiou seu coração.

É nesse cenário que surge Abigail, esposa de Nabal, uma mulher sábia e prudente. Ela rapidamente levou provisões a Davi, pediu perdão em nome do marido e o exortou a não manchar sua história com sangue desnecessário. Davi reconheceu a voz de Deus por meio dela e desistiu da vingança.

O perigo da vingança

A reação inicial de Davi nos lembra o quanto somos vulneráveis quando somos injustiçados. A ofensa de Nabal despertou nele a tentação de revidar na mesma moeda.

A vingança nos tira do centro da vontade de Deus e nos coloca no lugar que pertence somente a Ele: o de Juiz. Ao ceder à ira, Davi quase arruinou seu futuro reinado.

Deus é o único juiz

Abigail foi instrumento para lembrar Davi de que a vingança não lhe cabia. Ao ouvir sua palavra, Davi reconheceu:

“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro!” (1 Samuel 25:32)

Pouco tempo depois, sem que Davi precisasse mover um dedo, o próprio Deus julgou Nabal, que morreu. Isso nos ensina que a vingança do homem é limitada, mas o juízo de Deus é perfeito.

Conclusão

A história de Davi, Nabal e Abigail nos mostra que a vingança é uma armadilha que nos afasta do coração de Deus. Quando entregamos nossas causas ao Senhor, Ele mesmo luta por nós.

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“Seja feita a Tua vontade”


Vladimir Chaves

“Coisas incríveis acontecem quando dizemos: Deus, seja feita a Tua vontade.” Essa simples declaração carrega uma das maiores demonstrações de fé que podemos oferecer ao Senhor. É a entrega da nossa própria vontade à soberania d’Ele, reconhecendo que os planos de Deus são mais altos do que os nossos (Isaías 55:8-9).

Jesus nos deu o maior exemplo dessa entrega no Getsêmani, quando orou em profunda angústia: “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como Tu queres” (Mateus 26:39). Ao dizer isso, Ele nos mostrou que confiar na vontade de Deus não significa ausência de dor ou luta, mas certeza de que o resultado final será sempre maior e melhor do que qualquer coisa que poderíamos construir sozinhos.

Quando dizemos: “Seja feita a Tua vontade”, abrimos mão do controle ilusório e colocamos nossa vida nas mãos do Criador. É nesse lugar de rendição que o impossível se manifesta: portas se abrem, caminhos se endireitam, milagres florescem em cenários improváveis e nossa fé se fortalece em meio às provas.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

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A prosperidade que conduz à ruína


Vladimir Chaves

Não se engane com a “vida perfeita” do ímpio. Muitas vezes, quem vive longe de Deus aparenta ter tudo: dinheiro, sucesso, prazer, status e bens materiais. Porém, essa perfeição é apenas exterior e passageira.

O salmista Asafe confessou: “Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios” (Salmos 73:2-3). Aos olhos humanos, a vida deles parecia invejável, mas ao buscar a presença de Deus, ele compreendeu que o fim dos ímpios era destruição.

Assim também nos adverte Provérbios 14:12: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.” O brilho do mundo pode encantar momentaneamente, mas conduz ao vazio eterno.

O cristão não deve se deixar seduzir por aparências. O verdadeiro valor da vida está em andar com Deus, pois “o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:17).

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Não jogue pérolas aos porcos


Vladimir Chaves

“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” Mateus 7:6

Esse é um dos ditos de Jesus no Sermão do Monte, e traz uma advertência sobre discernimento espiritual: “Não deis aos cães o que é santo”

Nos tempos de Jesus, “cães” não eram animais de estimação, mas vistos como impuros, agressivos e vadios.

A expressão aponta para pessoas hostis às coisas de Deus, que zombam ou desprezam o que é sagrado.

“Nem lanceis aos porcos as vossas pérolas”

Porcos também eram animais impuros na lei judaica (Lv 11.7).

Pérolas aqui simbolizam o valor do evangelho, as verdades espirituais, a sabedoria divina.

Um porco não reconhece o valor de uma pérola; assim, pessoas sem disposição espiritual não percebem a preciosidade da Palavra.

“Para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem”

A rejeição pode se transformar em hostilidade: aqueles que desprezam as verdades espirituais podem reagir com ódio e perseguição.

Isso mostra que nem sempre insistir em compartilhar verdades é sábio; é preciso sensibilidade ao Espírito para discernir quando falar e quando silenciar.

Jesus não está dizendo para negar o evangelho a todos os pecadores, pois Ele mesmo comia com publicanos e pecadores.

O ensino é: não desperdiçar a Palavra com quem zomba e rejeita de forma obstinada, para não profanar o que é santo.

O cristão precisa de discernimento espiritual: há momentos de insistir na pregação, mas também momentos de se retirar (como Paulo fez em At 13.46 quando rejeitaram sua mensagem).

A advertência se conecta ao contexto de Mt 7 (não julgar, mas também não ser ingênuo).

Jesus ensina que o evangelho é precioso como uma pérola, e que devemos ter sabedoria ao compartilhá-lo, evitando expor as coisas santas a zombaria ou profanação.


segunda-feira, 25 de agosto de 2025

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A soberba disfarçada de espiritualidade


Vladimir Chaves



Billy Graham disse certa vez: “Quando uma pessoa não tem humildade, ela põe a culpa de sua incapacidade em tudo e em todos. Já os sábios reconhecem seus erros e buscam em Deus corrigi-los.” Essa afirmação não é apenas uma reflexão moral, é um espelho para muitos cristãos de hoje. Dentro da igreja, a falta de humildade tem produzido uma geração que prefere justificar falhas a se arrepender delas.

É comum ver pessoas que, diante de seus tropeços, apontam para o pastor, para os irmãos, para a igreja, para a cultura ou até para o diabo. Sempre há um culpado, menos o próprio coração. Essa postura é orgulho travestido de espiritualidade. O cristão que age assim esquece que o primeiro passo do arrependimento é reconhecer o próprio pecado, não transferi-lo.

A Palavra de Deus não deixa dúvidas: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4:6). A humildade é a chave que abre espaço para a graça operar. Reconhecer erros não é derrota, mas vitória contra o próprio orgulho. O sábio confessa, se humilha e busca em Deus a correção. O insensato, ao contrário, se prende em desculpas e nunca amadurece espiritualmente.

Se não voltarmos ao espírito de humildade, continuaremos a ter igrejas cheias de discursos e vazias de transformação. O verdadeiro cristão não vive de acusações, mas de arrependimento sincero. Só quem assume a verdade de seus erros e os leva diante de Deus pode experimentar a restauração plena.

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Brasil: Um país sem líderes tementes a Deus


Vladimir Chaves

Êxodo 18:21 nos lembra que uma nação só prospera quando escolhe líderes de caráter, tementes a Deus, que amam a paz e odeiam a corrupção. Sem esses princípios, o poder se transforma em opressão, e a sociedade paga o preço da incompetência e da ganância. Infelizmente, o Brasil parece não conhecer essa lição.

Em vez de valorizar integridade, ética e serviço ao povo, elegem líderes cuja trajetória é marcada por escândalos, prisões e interesses pessoais. A corrupção deixou de ser exceção e virou regra, e a injustiça cotidiana tornou-se banal. O povo assiste perplexo enquanto instituições são fragilizadas e a verdade é negociada em nome de conveniências políticas.

Falsa religiosidade versus temor real

Temer a Deus não se resume a slogans ou cerimônias públicas; é agir com justiça, respeitar a verdade e servir à sociedade com responsabilidade. A liderança brasileira atual mostra que muitas vezes há religiosidade de fachada, mas ausência de compromisso ético. Sem líderes conscientes de que prestarão contas a Deus, a corrupção e a impunidade florescem.

O desafio é urgente: a nação não pode se conformar com escolhas imediatistas ou conveniências políticas. É preciso valorizar homens e mulheres íntegros, que compreendam que o poder é serviço, e não privilégio. Só assim será possível construir uma sociedade de paz, prosperidade e justiça, próxima do propósito divino de respeito ao próximo e honra a Deus.

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A ilusão de querer Cristo sem abrir mão do mundo


Vladimir Chaves

A história do jovem rico em Mateus 19:16-30 é um alerta para todos os que desejam seguir a Cristo sem abrir mão das coisas que amam no mundo. Ele se aproximou de Jesus com o desejo da vida eterna, mas quando foi desafiado a renunciar ao que lhe dava segurança, retirou-se triste, porque suas riquezas eram sua prioridade.

Assim acontece com muitos hoje. Dizem acreditar em Deus, até cumprem alguns mandamentos, mas o coração continua preso ao que o mundo oferece. Buscam a salvação, mas não querem deixar bebidas, vaidades, orgulho, vícios, prazeres e relacionamentos que desagradam a Deus. Querem o céu, mas não abrem mão daquilo que alimenta a carne.

Jesus deixou claro que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6:24). Ou Ele ocupa o primeiro lugar, ou as coisas do mundo tomarão esse espaço. Quem não consegue renunciar ao que parece bom neste mundo acabará perdendo o verdadeiro tesouro: a vida eterna com Cristo.

Ele mesmo declarou: “E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes mais e herdará a vida eterna” (Mt 19:29). Isso significa que seguir Jesus exige coragem para perder aqui, a fim de ganhar na eternidade. Nenhum prazer terreno pode se comparar com a recompensa prometida por Cristo.

O jovem rico é um retrato de muitos cristãos nominais que dizem amar a Deus, mas não querem pagar o preço da renúncia. O chamado de Jesus é radical e exclusivo: abandonar ídolos, renunciar às riquezas, deixar o orgulho e viver para Ele. Quem coloca Cristo como prioridade número um encontra o maior de todos os tesouros; a vida eterna.

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Fui chamado para ser diferente do que eu era


Vladimir Chaves

Aceitei o chamado de Cristo não para ser melhor que ninguém, mas para ser transformado por Ele. O Evangelho não me coloca em disputa com os outros; ele me confronta com o meu próprio “eu” antigo. Como está escrito: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5:17).

A vida cristã não é sobre comparar-se, mas sobre crescer em graça. Não corro para vencer pessoas, mas para que Cristo vença em mim. O verdadeiro discipulado não é um evento único, mas um processo de arrependimento diário e de constante renovação. É reconhecer que ainda há fraquezas, mas que em cada fraqueza a graça de Deus se manifesta.

Sei que seguir a Jesus é aprender a caminhar sem disputar lugares, sem medir forças, sem julgar. É escolher a mansidão, a humildade e a dependência da misericórdia de Deus. O Evangelho não me dá autoridade para olhar de cima para ninguém, mas me convida a viver de joelhos diante d’Aquele que é maior do que todos.

E é essa graça que sustenta. Não mereço, não conquisto, não compro. Recebo. A vida cristã é fruto da graça; graça que salva, que molda e que fortalece. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2).

Essa transformação se mostra no cotidiano, nas atitudes simples: perdoar quem me ofendeu, falar com bondade, praticar justiça, servir com amor, viver com humildade. É no ordinário da vida que o extraordinário do Evangelho se manifesta.

Minha esperança, porém, não está apenas no hoje. Caminho com os olhos voltados para a eternidade, certo de que aquele que começou a boa obra em mim há de completá-la. Perseverar é confiar diariamente que Cristo me conduz, e que no fim da caminhada encontrarei meu nome no Livro da Vida.

Por isso, meu único foco é ser disponível a Deus: hoje melhor do que ontem, amanhã mais parecido com Cristo do que hoje. Não julgar, não competir, mas testemunhar. Testemunhar que Deus é misericordioso, que sua graça é maior do que meus pecados, e que em Cristo tenho a esperança viva da vida eterna.

domingo, 24 de agosto de 2025

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