Em meio a um mundo
moralmente corrompido, onde os valores se confundem e o certo e o errado
parecem perder seus contornos, é necessário voltar os olhos para um dom
precioso concedido por Deus ao ser humano: a consciência.
A consciência é um tribunal
interior, plantado por Deus no coração do homem, capaz de acusar, defender e
julgar os próprios atos. Ela é a voz interior que ecoa na alma, aprovando
quando fazemos o bem e repreendendo quando erramos. No entanto, essa voz só é
verdadeiramente confiável quando é iluminada pela Palavra de Deus e guiada pelo
Espírito Santo.
Desde o Éden, a consciência
acompanha o ser humano. Antes do pecado, Adão e Eva viviam em pureza e paz, mas
ao desobedecerem, seus olhos se abriram; e a consciência despertou, revelando a
culpa e o medo (Gn 3.7-10). Foi o primeiro registro do incômodo da alma
diante do erro. Assim também acontece conosco: quando pecamos, sentimos o peso
interior de uma voz que nos chama ao arrependimento.
O salmista Davi conheceu bem
esse tribunal interior. Depois de contar o povo, sua consciência o feriu, e ele
confessou seu erro diante do Senhor (2Sm 24.10). Uma consciência pesada
adoece a alma, traz angústia e rouba a paz (Sl 32.3-5). Mas a confissão
sincera e o afastamento do pecado curam o coração e restauram a comunhão com
Deus (Pv 28.13; Tg 5.16).
Infelizmente, muitos tentam
silenciar a consciência com justificativas e autoengano; como fizeram Adão e
Eva ao culpar o outro por sua falha (Gn 3.12-13). No entanto, a
consciência é implacável: ela não se cala diante da verdade. A única forma de
encontrar descanso é pela purificação no sangue de Cristo, que limpa a mente e
renova o coração.
A Bíblia ensina que a
consciência pode ser deformada quando não é submissa à Palavra (1Tm 4.2; Tt
1.15; 1Co 8.7-12). Por isso, precisamos mantê-la sensível e saudável por
meio da oração, da comunhão com o Espírito Santo e do constante estudo das
Escrituras.
A consciência atua no
presente, no passado e até no futuro, avaliando intenções e atitudes (At
23.1; 24.16). Ela dialoga com nossos pensamentos e sentimentos, gerando o
autoexame que o apóstolo Paulo recomendou: “Examine-se, pois, o homem a si
mesmo” (1Co 11.28). Esse exame interior nos conduz a um veredicto
precioso: uma consciência limpa diante de Deus e dos homens (2Co 1.12).
Em tempos em que os padrões
do mundo tentam silenciar a voz da verdade, precisamos fortalecer o
discernimento moral do cristão. A consciência é um presente divino; mas só
permanece confiável quando se submete à luz de Cristo.


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