A consciência: o tribunal interior dado por Deus


Vladimir Chaves

Em meio a um mundo moralmente corrompido, onde os valores se confundem e o certo e o errado parecem perder seus contornos, é necessário voltar os olhos para um dom precioso concedido por Deus ao ser humano: a consciência.

A consciência é um tribunal interior, plantado por Deus no coração do homem, capaz de acusar, defender e julgar os próprios atos. Ela é a voz interior que ecoa na alma, aprovando quando fazemos o bem e repreendendo quando erramos. No entanto, essa voz só é verdadeiramente confiável quando é iluminada pela Palavra de Deus e guiada pelo Espírito Santo.

Desde o Éden, a consciência acompanha o ser humano. Antes do pecado, Adão e Eva viviam em pureza e paz, mas ao desobedecerem, seus olhos se abriram; e a consciência despertou, revelando a culpa e o medo (Gn 3.7-10). Foi o primeiro registro do incômodo da alma diante do erro. Assim também acontece conosco: quando pecamos, sentimos o peso interior de uma voz que nos chama ao arrependimento.

O salmista Davi conheceu bem esse tribunal interior. Depois de contar o povo, sua consciência o feriu, e ele confessou seu erro diante do Senhor (2Sm 24.10). Uma consciência pesada adoece a alma, traz angústia e rouba a paz (Sl 32.3-5). Mas a confissão sincera e o afastamento do pecado curam o coração e restauram a comunhão com Deus (Pv 28.13; Tg 5.16).

Infelizmente, muitos tentam silenciar a consciência com justificativas e autoengano; como fizeram Adão e Eva ao culpar o outro por sua falha (Gn 3.12-13). No entanto, a consciência é implacável: ela não se cala diante da verdade. A única forma de encontrar descanso é pela purificação no sangue de Cristo, que limpa a mente e renova o coração.

A Bíblia ensina que a consciência pode ser deformada quando não é submissa à Palavra (1Tm 4.2; Tt 1.15; 1Co 8.7-12). Por isso, precisamos mantê-la sensível e saudável por meio da oração, da comunhão com o Espírito Santo e do constante estudo das Escrituras.

A consciência atua no presente, no passado e até no futuro, avaliando intenções e atitudes (At 23.1; 24.16). Ela dialoga com nossos pensamentos e sentimentos, gerando o autoexame que o apóstolo Paulo recomendou: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” (1Co 11.28). Esse exame interior nos conduz a um veredicto precioso: uma consciência limpa diante de Deus e dos homens (2Co 1.12).

Em tempos em que os padrões do mundo tentam silenciar a voz da verdade, precisamos fortalecer o discernimento moral do cristão. A consciência é um presente divino; mas só permanece confiável quando se submete à luz de Cristo.

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