Os muitos rostos do pecado: Como ele se manifesta em nós


Vladimir Chaves



Desde o primeiro pecado no Éden, quando Adão e Eva desobedeceram a Deus (Gênesis 3:6), a humanidade tem carregado o peso do pecado. Com o passar do tempo, muitos outros pecados foram surgindo, afetando nossa relação com Deus, com os outros e até conosco mesmos.

Pecados contra outras pessoas surgem quando praticamos ações que ferem o próximo, como assassinato (Êxodo 20:13), ódio (1 João 3:15), opressão aos pobres (Provérbios 14:31), sequestro ou violência (Levítico 19:11) e mentira (Colossenses 3:9).

Pecados contra Deus acontecem quando não o honramos ou o desrespeitamos. Exemplos incluem idolatria (Êxodo 20:3), blasfêmia (Levítico 24:16), usar o nome de Deus em vão (Êxodo 20:7), não amá-lo de todo o coração (Mateus 22:37), negar Cristo (Mateus 10:33) e praticar bruxaria (Deuteronômio 18:10-12).

Pecados do coração e da mente refletem nossas intenções. Orgulho, soberba, inveja, ambição, preguiça, cobiça e fúria (Provérbios 16:18; Tiago 3:16; Gálatas 5:19-21) corrompem nossas atitudes e levam a comportamentos errados.

Pecados da língua incluem falar de maneira que prejudica os outros: ensinar falsidades (2 Pedro 2:1), bajular (Provérbios 26:28), murmurar (Filipenses 2:14), usar palavrões ou mentir (Efésios 4:29). A palavra é poderosa, e devemos usá-la para edificar, não para destruir.

Omissão também é pecado. Ignorar quem precisa de ajuda, não perdoar (Mateus 6:14-15), deixar de orar (1 Tessalonicenses 5:17), não evangelizar (Mateus 28:19-20) ou desobedecer aos mandamentos de Deus (Tiago 4:17) demonstra descuido com a vontade de Deus.

Pecados sociais e econômicos afetam toda a comunidade. Suborno, trapaça, explorar a fragilidade do próximo (Provérbios 28:8), cobrar juros injustos (Êxodo 22:25), adorar falsos deuses, praticar astrologia ou ocultismo (Isaías 47:13-14; Deuteronômio 18:10-12) prejudicam o convívio justo e honesto entre as pessoas.

Em resumo, o pecado não se limita a uma ação isolada; ele se manifesta em atitudes, pensamentos, palavras e omissões. A Bíblia nos ensina que todos nós somos chamados a nos arrepender e viver de acordo com a vontade de Deus (1 João 1:9; Romanos 12:2), buscando sempre a santidade e o amor em todas as áreas da vida.

sábado, 18 de outubro de 2025

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A origem do pecado e a esperança da reconciliação


Vladimir Chaves

O pecado não surgiu por acaso; sua raiz está na rebelião de Lúcifer, que ousou desejar o lugar de Deus (1 Jo 3.8). Esse ato revela que o afastamento do Criador nasce do orgulho e da vontade própria, mostrando que a separação de Deus traz consequências profundas.

Quando Adão e Eva, tentados pelo diabo, escolheram desobedecer, o pecado entrou no mundo. Essa desobediência não se limitou ao primeiro casal; ela afetou toda a humanidade. Romanos 3:23 nos lembra que todos nascemos com uma natureza corrompida, inclinados a nos afastar de Deus.

Refletir sobre essa realidade nos conduz à humildade. O pecado não é apenas uma falha individual, mas uma condição universal que revela nossa fragilidade e a necessidade constante de buscarmos discernimento espiritual. Manter uma vida de disciplina (por meio do estudo das Escrituras e da oração) é o caminho mais prático para resistir às tentações.

Reconhecer essa verdade não deve gerar desespero, mas inspirar transformação. É preciso buscar a sabedoria e o conhecimento que vêm de Deus (Cl 2.3; 1 Co 1.24), preenchendo a mente com aquilo que fortalece o espírito. Assim, compreendemos que, no próprio entendimento do problema, encontra-se o caminho da solução: a reconciliação com Deus, fonte de esperança, perdão e vida verdadeira.

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Cristo: o tesouro inesgotável da verdadeira sabedoria


Vladimir Chaves

No mundo moderno em que vivemos, muitos buscam conhecimento nas mais diversas fontes (livros, teorias, filosofias, ideias humanas, redes sociais...) desde os tempos antigos, pensadores como Aristóteles e Platão procuraram compreender a essência da vida, da verdade e da moral.

No entanto, existe uma sabedoria muito mais profunda, viva e transformadora: a sabedoria que está escondida em Cristo (Cl 2.3).

Em Jesus estão guardados todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. Isso significa que o verdadeiro entendimento sobre Deus, o ser humano, a vida e a eternidade não se encontra nos raciocínios humanos, mas na pessoa de Cristo. Ele é o mistério revelado; a plenitude da sabedoria divina que se fez carne para reconciliar o homem com o Criador.

Ao compreendermos o maravilhoso mistério da redenção, percebemos que conhecer Cristo é mergulhar em um oceano infinito de sabedoria, justiça, santificação e redenção (Cl 1.30). Cada aspecto de sua vida (suas palavras, atitudes, sacrifício e renuncias...) é um convite à reflexão e ao crescimento espiritual. Nenhum tema é tão vasto, nenhum estudo é tão profundo quanto o de Cristo.

Enquanto os filósofos investigam o pensamento humano, o cristão contempla o coração de Deus revelado em Jesus. E quanto mais o conhece, mais deseja conhecê-lo. Seus pensamentos tornam-se mais puros, seu discernimento espiritual mais aguçado, e sua mente encontra repouso e proteção.

Pensar em Cristo é ocupar a mente com o que é eterno e divino; é direcionar o coração para o que realmente tem valor. Em Cristo há plenitude de conteúdo para nossas meditações, pois Ele é a própria sabedoria de Deus manifesta ao mundo.

Portanto, quem conhece Jesus nunca fica sem assunto: há sempre algo novo a descobrir n’Ele, sempre uma nova luz a brilhar sobre o caminho. Afinal, todo tesouro verdadeiro está escondido em Cristo, e é buscando n’Ele que encontramos sentido, propósito e paz.

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O dia em que um fariseu presenteou um comunista com uma Bíblia de ouro


Vladimir Chaves

Muitos têm confundido neutralidade com sabedoria, silêncio com prudência e conivência com amor. Essa chamada “espiritualidade da neutralidade” disfarça-se de maturidade e pacificação, mas, na verdade, é covardia disfarçada de virtude; uma recusa em enfrentar o mal que cresce enquanto a Igreja se cala.

A Bíblia jamais chamou o povo de Deus à indiferença. Quando líderes cristãos se afastam do confronto moral e ideológico em nome de uma suposta paz, abrem espaço para o avanço das trevas. Como advertiu Jeremias:

“Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” (Jeremias 6:14)

Ontem (16), o pastor Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira entregou ao presidente Lula uma Bíblia do Culto do Ministro e a edição de ouro do Centenário de Glória da Igreja.

O gesto, fantasiado de cortesia institucional, tornou-se símbolo de um paradoxo espiritual: a entrega da Palavra de Deus a um líder que rejeita seus princípios, por mãos que deveriam proclamá-los com ousadia.

A imagem ecoa o episódio do bezerro de ouro (Êxodo 32), quando o povo, cansado de esperar por Moisés, construiu outro deus para adorar. Assim também muitos têm transformado o Evangelho em ornamento político, trocando a voz profética por aplausos do poder. Essa é a idolatria moderna; usar a Bíblia como adereço, e não como espada da verdade.

“Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz.” (Efésios 5:11)

Os que defendem o aborto, a destruição da família e a relativização do sagrado não lutam apenas contra valores, mas contra o próprio Deus. E a igreja não pode silenciar com a heresia dos fariseus

Assim como Daniel não se curvou diante do rei, e os três jovens hebreus não se dobraram diante da estátua, também nós devemos permanecer firmes diante desses ídolos modernos.

“Sede fortes e corajosos. Não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o Senhor vosso Deus é quem vai convosco.” (Deuteronômio 31:6)

O Brasil precisa de uma Igreja viva, corajosa e fiel ao Evangelho. Não é tempo de alianças com o mal, mas de proclamar o senhorio de Cristo sobre tudo e todos; inclusive na política.

O que estamos assistindo são líderes comunistas tentando seduzir o povo de Deus com gestos religiosos e discursos espirituais. Mas tudo não passa de teatro espiritual, uma encenação bem ensaiada para enganar os que não vigiam. Está escrito: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz.” (2 Coríntios 11:14)

Que a Igreja recupere sua coragem, que os profetas se levantem novamente, e que o nome de Jesus seja proclamado acima de toda ideologia. É hora de se posicionar, ou estamos com Cristo, ou contra Ele.

“Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” (Mateus 12:30)

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

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Morrer não é o problema, o problema é morrer sem Cristo


Vladimir Chaves

Morrer não é um problema. Todos nós, cedo ou tarde, enfrentaremos esse momento inevitável. A morte é uma certeza que iguala ricos e pobres, jovens e velhos, sábios e ignorantes. O que realmente importa não é se vamos morrer, mas como estaremos diante de Deus quando isso acontecer.

A Bíblia diz: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo.” (Hebreus 9:27)

Esse versículo nos lembra que a morte não é o fim, mas uma passagem. Depois dela, cada um prestará contas de sua vida. O que está em jogo não é o corpo que se desfaz, mas a alma que é eterna. Por isso, o verdadeiro problema é morrer sem Cristo, sem arrependimento, sem fé, sem a graça que só Ele pode oferecer.

Jesus afirmou: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.” (João 11:25)

Ele é a única esperança diante da morte. Sem Cristo, o fim da vida é o começo de uma eternidade de separação de Deus. Mas com Cristo, a morte se torna apenas uma porta, a entrada para a glória eterna. Por isso, viver sem se preparar para esse encontro é o maior erro que alguém pode cometer.

O apóstolo Paulo expressou essa certeza com confiança: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” (Filipenses 1:21)

Quem vive para Cristo, não teme a morte. Ela deixa de ser uma ameaça e se transforma em um reencontro. Mas para quem vive distante dEle, a morte é a perda definitiva daquilo que nunca foi entregue a Deus, a alma.

A vida é curta, e o amanhã não nos pertence. Por isso, o tempo de decidir é agora.

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” (Isaías 55:6)

Não podemos adiar a escolha mais importante da nossa existência. Estar pronto para o dia da morte não é ter bens, fama ou reconhecimento; é ter o nome escrito no Livro da Vida (Apocalipse 20:15).

Morrer não é o problema. O problema é morrer sem Cristo, sem salvação, sem esperança.

Por isso, vivamos cada dia como quem se prepara para o encontro com o Salvador, com o coração limpo, fé firme e olhos voltados para o céu.

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Ore, mas viva com propósito


Vladimir Chaves


Orar é essencial. É na oração que o cristão se conecta ao coração de Deus, alimenta o espírito, encontra direção, consolo e força. No entanto, a oração não deve ser um refúgio para a inércia, e sim o ponto de partida para atitudes que revelam fé genuína.

A Bíblia nos ensina que fé e ação caminham juntas. Tiago declara: “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.” (Tiago 2:17)

Portanto:

Ore, mas tome decisões

Há momentos em que Deus já nos deu todas as respostas, e o que falta é coragem para decidir. Orar pedindo direção é importante, mas a fé se manifesta quando agimos conforme a sabedoria recebida.

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoies no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” (Provérbios 3:5-6)

Decidir com base na oração é andar em confiança, não em dúvida.

Ore, mas se posicione

A oração fortalece o coração, mas o mundo precisa ver cristãos que se posicionam com verdade e amor. Jesus não se escondeu diante do erro. Ele se levantou com firmeza e compaixão.

“Seja o seu ‘sim’, sim, e o seu ‘não’, não.” (Mateus 5:37)

Quem ora de verdade entende que ser sal e luz (Mateus 5:13-14) exige posicionamento, mesmo quando isso custa aprovação humana.

Ore, mas dê exemplo

A oração sem testemunho perde o poder do impacto. O exemplo é a pregação silenciosa que convence mais do que mil palavras.

“Sede praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” (Tiago 1:22)

O cristão que ora deve refletir Cristo em suas atitudes, para que o mundo veja a diferença que o Evangelho faz.

Ore, mas busque conhecimento

Deus nos chama a crescer não apenas espiritualmente, mas também intelectualmente. A oração abre o coração, mas o conhecimento o capacita a servir melhor.

“O coração do prudente adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca o saber.” (Provérbios 18:15)

Orar e estudar não são caminhos opostos; são trilhas que se cruzam na vida de quem deseja servir com excelência.

Ore, por discernimento

Nem tudo o que parece bom vem de Deus. É por isso que a oração deve vir acompanhada de discernimento espiritual; a capacidade de perceber a vontade de Deus e distinguir o certo do enganoso.

“O homem espiritual discerne bem todas as coisas.” (1 Coríntios 2:15)

“Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus.” (1 João 4:1)

Quem ora por discernimento não se deixa levar por emoções, aparências ou modismos, mas caminha firmemente guiado pelo Espírito Santo.

Ore, mas seja organizado

A oração traz direção, mas a organização transforma propósito em prática. Jesus multiplicou pães porque mandou o povo se assentar em grupos (Marcos 6:39-40); havia ordem antes do milagre.

“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” (1 Coríntios 14:40)

Deus não é Deus de confusão, e a disciplina é uma expressão de sabedoria espiritual.

Orar é essencial, mas a oração verdadeira nos impulsiona à ação. Quem ora e age, ora e decide, ora e serve, ora e cresce, ora e discerne; vive uma fé madura, equilibrada e frutífera.

“Mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” (Tiago 2:18)

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O que todo cristão precisa saber sobre a verdade oculta do planejamento familiar


Vladimir Chaves

Dentre as histórias que todo cristão precisa conhecer, uma delas é a origem obscura do chamado “planejamento familiar”. O que hoje é visto como algo moderno, responsável e até mesmo espiritual, nasceu, na verdade, de um movimento anticristão, racista e eugênico (“aperfeiçoamento genético” da espécie humana). Por trás da aparência de cuidado e autonomia, esconde-se um projeto ideológico que nega o valor da vida criada por Deus.

Margaret Sanger, fundadora da organização que mais tarde se tornaria a Planned Parenthood, foi uma das principais vozes desse movimento. Inspirada nas ideias darwinistas e eugênicas do início do século XX, Sanger acreditava que a sociedade deveria decidir quem podia ou não nascer. Em nome do “progresso”, defendia a esterilização forçada de mulheres pobres, imigrantes e de raças que ela considerava inferiores.

O que se apresentava como “libertação feminina” era, na realidade, uma tentativa de controle populacional travestida de liberdade. O discurso sedutor de autonomia escondia um projeto de exclusão, e muitos governos embarcaram nessa ideia, promovendo políticas que negavam o direito à vida de incontáveis inocentes.

Com o tempo, esse pensamento enraizou-se na cultura. Passou a parecer natural “evitar filhos”, enxergar a maternidade como um fardo e os filhos como um atraso. Assim, a sociedade foi sendo moldada por uma visão de mundo que deslocou Deus do centro e colocou o homem no trono. Essa mentalidade abriu caminho para ideologias que negam a santidade da vida, sustentando bases que alimentaram o nazismo, o aborto, o racismo e até a ideologia de gênero.

Quando a criatura rejeita o Criador, o resultado inevitável é o caos. Tudo o que nasce da negação de Deus traz em si a semente da destruição. E o “planejamento familiar”, nascido da eugenia e da soberba humana, é um exemplo disso.

Somente o retorno à verdade divina pode restaurar o valor da vida e a beleza da ordem estabelecida por Deus. A vida é um dom sagrado, e cada ser humano, independentemente de origem, cor ou condição, carrega a marca do Criador. Redescobrir isso é o primeiro passo para curar uma sociedade que esqueceu o sentido de existir

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

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Entrega o teu caminho ao Senhor e confia: Deus nunca falha


Vladimir Chaves


“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará.”  (Salmo 37:5)

Há momentos em que o coração se inquieta ao ver pessoas que não temem a Deus prosperando, enquanto os justos enfrentam lutas e esperas. Davi também viu isso (e poderia ter se revoltado), mas ele escolheu outro caminho: a confiança silenciosa.

O Salmo 37 nos ensina a não medir a vida pela aparência. Deus vê o que os olhos não enxergam e age no tempo certo. Aquele que planta o bem pode até esperar mais, mas colhe frutos eternos. O que busca atalhos e injustiça pode até parecer vitorioso, mas sua colheita será breve.

“Descansa no Senhor.” Essa é talvez a frase mais desafiadora e ao mesmo tempo mais consoladora do salmo. Descansar não é desistir, mas crer que Deus está trabalhando mesmo quando tudo parece parado. É deixar de lutar com as próprias forças e permitir que a justiça divina se manifeste.

No fim, Davi nos lembra de algo precioso: o justo nunca é esquecido. Deus sustenta seus passos, guarda sua herança e firma seus caminhos. A verdadeira vitória não é ver o inimigo cair, mas permanecer firme e em paz diante de Deus.

Confiar é esperar sem ansiedade, é plantar sem ver o broto, é descansar sabendo que Deus não falha.

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A promessa que nasceu da queda no Éden


Vladimir Chaves

O Éden, que fora criado como um jardim de perfeita comunhão entre Deus e o homem, se tornou palco da primeira grande tragédia da humanidade: a queda. A voz suave que antes trazia paz agora ecoava em meio à vergonha e ao medo. Adão e Eva haviam desobedecido, e o pecado rasgara o véu da inocência. Tudo parecia perdido.

Mas, no meio da sentença, Deus falou de esperança.

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3:15).

Essas palavras, ditas ao inimigo, foram o primeiro raio de luz em meio à escuridão do pecado. Ali, onde a queda começou, Deus anunciou o plano da redenção. Antes mesmo de expulsar o homem do jardim, Ele revelou que o mal não teria a última palavra.

A “inimizade” declarada entre a serpente (diabo) e a mulher simboliza o início da batalha espiritual que marcaria toda a história humana. De um lado, o inimigo tentando corromper, enganar e destruir. Do outro, a promessa de um descendente, nascido de mulher, que pisaria a cabeça da serpente, um golpe mortal.

Séculos depois, essa promessa se cumpriria em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que veio ao mundo através de Maria. Na cruz, o inimigo o feriu no “calcanhar”; Cristo sofreu, foi crucificado e morto. Mas na ressurreição, o Filho de Deus esmagou a cabeça da serpente, vencendo o pecado e a morte para sempre.

O que começou como juízo se transformou em graça. O Éden testemunhou a primeira queda, mas também ouviu o primeiro anúncio do Evangelho. E essa mensagem continua viva: Deus sempre tem um plano de restauração, mesmo quando tudo parece perdido.

Quando o pecado tenta nos afastar, Deus nos chama de volta. Quando a culpa nos silencia, Ele fala de perdão. O mesmo Deus que prometeu o Salvador no Éden é o que hoje promete nova vida em Cristo.

Por isso, toda vez que lembramos de Gênesis 3:15, devemos recordar:

Onde o homem falhou, Deus prometeu vitória.

Onde o pecado entrou, a graça se manifestou.

Onde a serpente feriu, Cristo curou.

E essa promessa não é apenas antiga, é eterna.

Porque o mesmo Jesus que venceu no passado continua vencendo hoje, em cada coração que escolhe crer na sua redenção.

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Do corpo perfeito à morte: a jornada humana após o pecado


Vladimir Chaves

No princípio, tudo o que Deus criou era perfeito. A Palavra afirma que Ele viu tudo o que havia feito; e era muito bom. O homem vivia em plena harmonia: com Deus, consigo mesmo e com a natureza. Não existiam dor, culpa, medo ou morte. Havia apenas comunhão, pureza e vida.

Mas o pecado entrou na história humana e, com ele, a perfeição se perdeu. Ao desobedecer ao Criador, o homem experimentou algo inédito: a separação espiritual de Deus. O que antes era luz tornou-se sombra; o que era paz deu lugar à vergonha e ao medo (Gênesis 3:5–10).

Mesmo assim, Deus não retirou do ser humano o dom do livre-arbítrio. A liberdade permaneceu, mas agora acompanhada de consequências.

O pecado não atingiu apenas a alma, mas também o corpo e toda a criação. A primeira morte registrada nas Escrituras foi a de Abel, vítima da inveja de seu irmão (Gênesis 4:8). A partir dali, a humanidade começou a sentir os efeitos da transgressão: dor, enfermidade e morte.

A natureza, antes perfeita, também foi amaldiçoada por causa da desobediência (Gênesis 3:17–18). O homem, que tinha acesso à árvore da vida, foi dela afastado e passou a viver num mundo hostil, sujeito ao sofrimento e à finitude (Gênesis 3:22–24).

O corpo humano, antes incorruptível, tornou-se frágil: envelhece, adoece e se desgasta até retornar ao pó (Gênesis 3:19). A morte (antes inexistente) tornou-se parte inevitável da existência.

Contudo, mesmo em meio à decadência física, a Palavra de Deus nos ensina a encontrar propósito e sabedoria em cada fase da vida.

Nos dias atuais, porém, o homem moderno enfrenta outro desafio: o medo de envelhecer. A chamada gerontofobia (o pavor da velhice) tem levado muitos a viverem em conflito com o tempo, tentando negar a passagem dos anos por meio de atitudes, roupas ou linguagens que não condizem com a idade.

A Bíblia, ao contrário, valoriza a maturidade e exalta o envelhecer como sinal de honra e experiência:

“Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho” (Levítico 19:32).

“Com os idosos está a sabedoria, e na longevidade o entendimento” (Jó 12:12).

O mundo tenta esconder os cabelos brancos, mas as Escrituras os chamam de glória (Provérbios 20:29). A velhice é, na verdade, o resultado de uma juventude que deu certo; um testemunho vivo da graça e fidelidade de Deus.

A humanidade continua tentando negar sua queda, buscando respostas longe da Palavra. Mas somente em Cristo é possível restaurar o que o pecado corrompeu. Ele é a ponte entre a perfeição perdida e a vida eterna prometida.

Assim, cada ruga, cada dor e cada fase da existência tornam-se lembretes de que somos pó, mas também somos alvos do amor de Deus, que promete restaurar todas as coisas e conceder-nos um corpo incorruptível na eternidade.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

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Jesus está voltando: permanece fiel e guarda a tua coroa


Vladimir Chaves

Amizades mudam, valores se relativizam e a fé, muitas vezes, se torna superficial. A pressa do mundo moderno nos distrai do que realmente importa. É nesse contexto que as palavras de Jesus em Apocalipse 3:11 soam como um alerta:

“Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.”

Cristo continua dizendo: “Permanece firme. Não percas o que Eu te dei.”

O que temos de mais precioso não é algo material, mas a fé, a comunhão com Deus e a esperança da salvação. Em meio a uma geração que troca convicções por conveniências, o chamado de Jesus é para guardarmos o coração e protegermos o tesouro espiritual que o mundo tenta roubar.

As redes sociais, o ritmo acelerado da vida e a busca incessante por aprovação humana podem facilmente enfraquecer nossa vida espiritual. Cada distração é como um ladrão tentando tomar a coroa: a coroa da fidelidade, da perseverança e da integridade cristã.

Mas Jesus nos chama a vigiar. Ele não quer apenas que comecemos bem, mas que terminemos fiéis.

Guardar o que temos significa:

Manter a fé, mesmo quando não vemos respostas imediatas.

Continuar amando, mesmo em tempos de frieza espiritual.

Persistir na obediência, mesmo quando o mundo diz o contrário.

A promessa continua viva: “Eis que venho sem demora.”

Ele virá e trará consigo a recompensa para aqueles que permaneceram firmes, que não trocaram sua fidelidade por aplausos temporários, nem abriram mão da verdade por conforto.

Portanto, não permita que nada (nem o cansaço, nem as pressões, nem as tentações) roube a tua coroa.

Guarda o que Deus te deu: a fé, a Palavra, o Espírito e a esperança.

Porque aquele que guarda, um dia ouvirá:

“Bem está, servo bom e fiel… entra no gozo do teu Senhor.” (Mateus 25:23)

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Seja grato e confie no Senhor, mesmo em tempos difíceis


Vladimir Chaves

Vivemos dias em que reclamar tornou-se mais fácil do que agradecer. As notícias são pesadas, a correria é constante e os problemas, por vezes, parecem não ter fim. Muitos já acordam cansados antes mesmo de começar o dia.

Mas, em meio a tudo isso, a Bíblia nos oferece consolo e uma direção que contraria o modo de pensar do mundo:

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Tessalonicenses 5:18)

A vontade de Deus é que cultivemos um coração grato, mesmo quando as circunstâncias não são favoráveis. Isso não quer dizer fingir alegria em meio à dor, mas confiar que o Senhor continua no controle, mesmo quando não compreendemos o motivo das coisas.

Hoje, muitos vivem em uma busca constante por mais: mais dinheiro, mais sucesso, mais reconhecimento. E, nessa corrida, esquecem de agradecer pelo que já têm. Um simples “obrigado, Senhor” pode transformar o clima da alma. A gratidão talvez não mude a situação ao redor, mas certamente muda o nosso interior.

Quando escolhemos agradecer, mesmo nos dias difíceis, demonstramos fé. Mostramos que acreditamos que Deus está agindo, ainda que não vejamos. A gratidão nos ensina a enxergar o lado bom das coisas, a valorizar o pouco e a reconhecer que cada novo dia é uma oportunidade de recomeçar.

Por isso, mesmo quando o mundo parecer desanimado, escolha ser diferente. Agradeça pelo ar que respira, pela força para continuar, pela saúde, pelas pessoas que Deus colocou ao seu redor. E confie: tudo passa para aqueles que esperam no Senhor.

Ser grato não é negar os problemas, é reconhecer que Deus é maior do que todos eles.

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Como recebemos a Palavra de Deus


Vladimir Chaves



Jesus contou a Parábola do Semeador para nos mostrar que ouvir a Palavra de Deus é apenas o começo. O que realmente importa é como o nosso coração reage a ela.

Um semeador saiu a semear. Enquanto espalhava a semente, parte caiu à beira do caminho; as aves vieram e a comeram. Outra parte caiu entre pedras, onde nasceu rapidamente, mas não tinha raiz profunda, e logo secou quando veio o sol. Outra parte caiu entre espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas. Mas parte caiu em boa terra, onde produziu uma colheita abundante — a cem, sessenta e trinta por um (Mateus 13:3-9; Marcos 4:3-9; Lucas 8:4-15).

Jesus explicou que a semente é a Palavra de Deus, e o solo representa o coração humano.

Cada tipo de solo mostra uma maneira diferente de reagir à mensagem divina:

1.    À beira do caminho: representa aqueles que ouvem, mas não compreendem. O inimigo vem e tira a Palavra antes que ela crie raízes. São corações distraídos, endurecidos pelas preocupações ou pela indiferença espiritual.

“Vem o diabo e tira-lhes do coração a palavra, para que não creiam e se salvem.” (Lucas 8:12)

2.    Entre pedras: são os que recebem a Palavra com alegria, mas não têm profundidade espiritual. Quando vêm as provações, desanimam. É a fé que nasce do entusiasmo, mas não se firma na obediência.

“Não têm raiz em si mesmos, mas duram pouco tempo.” (Marcos 4:17)

3.    Entre espinhos: representam os que até crescem, mas são sufocados pelas riquezas, desejos e ansiedades da vida. A Palavra está ali, mas perde espaço para as prioridades do mundo.

“Os cuidados desta vida e o engano das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.” (Mateus 13:22)

4.    Boa terra: é o coração que ouve, entende e guarda a Palavra. Essa pessoa persevera, resiste às dificuldades e dá fruto com paciência.

“Estes são os que, ouvindo de bom e reto coração, retêm a palavra e dão fruto com perseverança.” (Lucas 8:15)

Jesus nos chama a refletir: que tipo de solo é o nosso coração?

A Palavra de Deus é perfeita, viva e poderosa, mas sua eficácia depende da disposição de quem a recebe. Assim como o solo precisa ser preparado, o coração também precisa ser arado pela humildade, irrigado pela oração e limpo dos espinhos do pecado.

Quando deixamos a Palavra penetrar profundamente, ela transforma nossa mente, renova nossa fé e produz frutos visíveis: amor, perdão, generosidade, fidelidade e esperança.

Por isso, antes de pedir mais bênçãos, devemos pedir:

“Senhor, prepara o meu coração como boa terra, para que a Tua Palavra floresça em mim e produza frutos que glorifiquem o Teu nome.”

terça-feira, 14 de outubro de 2025

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O que é da terra, para a terra; o que é de Deus, para Deus.


Vladimir Chaves

“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Eclesiastes 12:7)

Este versículo fala sobre o fim da nossa jornada na terra. Ele nos lembra que tudo o que temos e somos veio de Deus, até mesmo o fôlego que nos faz viver.

Somos formados do pó da terra, como diz o livro de Gênesis, mas é o sopro de Deus que nos torna seres vivos. E, quando chegamos ao final do ciclo da vida terrena, cada parte volta à sua origem: o corpo volta para a terra, e o espírito volta para Deus.

Salomão escreveu essas palavras depois de observar que tudo na vida passa muito depressa. Ele entendeu que a juventude, a força e as conquistas são temporárias. Por isso, aconselha: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade” (Eclesiastes 12:1)

Em outras palavras: busque a Deus enquanto há tempo.

A vida é um presente de Deus, e a morte é o momento em que devolvemos esse presente ao Doador. Por isso, precisamos viver com propósito, gratidão, adoração e obediência.

Nada neste mundo é permanente, e nada nos pertence. O que realmente permanece é o nosso relacionamento com o Criador. Quando o corpo voltar ao pó, o que vai importar é se estávamos, ou não, em harmonia com Deus.

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Do suor ao pó: uma lição atual de Gênesis 3:19


Vladimir Chaves

À medida que o homem se distancia cada vez mais de Deus, muitos passam a acreditar que podem tudo. Confiam no avanço da tecnologia, no conhecimento que se multiplica e na sensação de que o mundo gira conforme suas próprias vontades. No entanto, em meio a tanto progresso, uma palavra que o tempo não apaga:

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.” Gênesis 3:19

Esse versículo revela uma verdade eterna: somos limitados, dependentes e mortais. Por mais que a humanidade tente negar, o trabalho, o cansaço e a morte continuam sendo consequências da separação entre o homem e Deus.

O “suor do rosto” representa o esforço diário que todos enfrentamos para viver. Trabalhamos, lutamos, lidamos com dias difíceis, contas, enfermidades e desafios. O mundo moderno tenta mascarar essa realidade com promessas de sucesso rápido, riqueza fácil e vida sem dor. Mas a verdade permanece: nada vem sem esforço. A terra ainda exige o suor, e o pão continua sendo fruto da luta.

Por outro lado, esse versículo também é um convite à humildade. Ele nos lembra que somos pó (não como sinal de desprezo), mas como um lembrete de que a vida não está em nossas mãos. Sem o sopro de Deus, o pó é apenas pó. Mas quando Deus sopra, o pó ganha vida, cria, ama, trabalha e adora.

É o sopro divino que dá sentido ao suor.

Muitos buscam significado apenas no que possuem ou conquistam, mas esse texto nos chama de volta à essência: não somos o que temos, e sim o que somos em Deus. O trabalho sem propósito se torna fardo; com fé e gratidão, transforma-se em adoração.

Ainda assim, há esperança. Se o pecado nos levou ao pó, Cristo nos trouxe de volta à vida. Ele venceu a maldição iniciada no Éden e prometeu uma nova terra, onde não haverá mais suor, dor nem morte. Até lá, seguimos trabalhando, chorando e perseverando; com a certeza de que há um propósito maior por trás de cada esforço.

No fim, quando voltarmos ao pó, o que realmente importará não será o quanto acumulamos, mas se vivemos cada dia com o sopro de Deus dentro de nós.

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O cenário profético de Israel e o fim dos tempos


Vladimir Chaves

Os acontecimentos recentes em Israel, marcados pelo fim da guerra com o Hamas e pelas tensões com os países árabes, parecem ecoar o som distante, mas cada vez mais nítido, das antigas profecias bíblicas. A Bíblia nos fala sobre um tempo em que nações se uniriam com o propósito de destruir Israel. Esse movimento é descrito nas profecias de Ezequiel 38 e 39, conhecidas como a guerra de Gogue e Magogue; uma aliança de povos movidos por ódio e ambição, que se levantará contra a terra restaurada de Israel (Ez 38:12).

Segundo o texto sagrado, isso acontecerá “no fim dos dias” (Ez 38:16), quando Israel já estiver novamente estabelecida como nação; fato que, historicamente, começou a se cumprir em 1948 e continua a se desdobrar diante dos nossos olhos. As Escrituras dizem que um líder, chamado Gogue, surgirá para comandar essa coalizão de nações hostis (Ez 39:1). Entre elas estarão povos do oriente e do norte, identificados por Ezequiel como Meseque e Tubal (Ez 38:1), regiões que muitos estudiosos relacionam a nações do leste europeu e do mundo comunista, unidas aos povos árabes em um mesmo objetivo: a destruição de Israel.

Mas Deus, o Guardião de Israel, não permitirá que seu povo seja destruído. A profecia afirma que o próprio Senhor intervirá com poder e juízo (com terremotos, fogo e confusão entre os exércitos inimigos) e Israel será salva (Ez 38:19-21). As forças que se levantarem contra ela serão derrotadas e dizimadas no campo de batalha, demonstrando mais uma vez que o Deus de Israel reina sobre as nações.

Esse cenário, porém, será o prelúdio de algo ainda maior. Após essa grande guerra, surgirá um líder mundial carismático, que trará consigo um aparente plano de paz; o homem do engano descrito por Daniel. Ele firmará uma aliança de paz entre as nações (Dn 9:26-27), mas essa paz será ilusória, um engano que abrirá o caminho para a manifestação do anticristo.

A profecia do Apocalipse (Ap 13:1-10) revela que esse será o tempo da besta, quando o mundo, cansado de guerras e crises, se submeterá ao seu domínio, acreditando estar encontrando estabilidade. Porém, antes que esses acontecimentos alcancem seu auge, a Igreja do Senhor será arrebatada (conforme está escrito em 1 Tessalonicenses 4:17), sendo retirada da Terra para encontrar o Senhor nos ares.

Tudo o que hoje se desenrola no Oriente Médio não é apenas geopolítica; é profecia sendo cumprida. É um alerta para o mundo e um chamado à vigilância para os que creem. O palco está sendo preparado, os personagens estão se movendo, e a história caminha para o seu desfecho profético.

Mais do que temer o futuro, é tempo de discernir os sinais e firmar os olhos no Senhor, porque a redenção está próxima. O mesmo Deus que prometeu proteger Israel também prometeu buscar sua Igreja. E quando tudo parecer perdido, o Rei voltará em glória.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

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A inutilidade da falsa religião — Uma reflexão sobre Jeremias 7


Vladimir Chaves

Em uma época em que a aparência vale mais do que a essência (até mesmo dentro da fé) muitos acreditam que frequentar um templo, cantar hinos ou participar de rituais já é o bastante para agradar a Deus.

Mas o profeta Jeremias, há mais de dois mil anos, foi usado por Deus para transmitir uma mensagem que soa ainda mais forte em nossos dias: a religião sem transformação é inútil.

Naquele tempo, o povo de Judá se sentia seguro por possuir o Templo do Senhor em Jerusalém. Repetiam com orgulho: “Templo do Senhor! Templo do Senhor!”, como se o simples fato de estarem próximos das paredes sagradas fosse garantia de salvação.

Contudo, Deus, por meio de Jeremias, deixou claro que não são as paredes nem os rituais que tornam alguém justo diante d’Ele, mas sim um coração arrependido e obediente.

Hoje, muitos se escondem atrás do nome de “igreja”, “ministério” ou “título religioso”, mas continuam vivendo de forma contrária à vontade de Deus. Frequentam cultos, levantam as mãos, fazem orações; porém mantêm o orgulho, a mentira, a injustiça e a indiferença.

A fé torna-se apenas aparência, e o evangelho, um costume. Foi sobre isso que Deus usou Jeremias para nos alertar.

Deus não rejeita o culto, mas rejeita o culto vazio, aquele que não vem de um coração sincero. Ele não deseja sacrifícios que tentem compensar pecados repetidos, e sim mudança de vida, justiça nas atitudes e verdade nas palavras.

Quando a fé não produz amor, arrependimento e misericórdia, ela perde o sentido.

Jeremias também advertiu que o templo não era um abrigo contra o pecado. Da mesma forma, hoje não adianta buscar refúgio na religião enquanto se vive deliberadamente em desobediência à vontade de Deus.

A igreja não é um esconderijo espiritual, mas um lugar de confronto e restauração.

O maior erro de Judá foi confiar mais na instituição do que no próprio Deus, e isso se repete com ainda maior intensidade em nossos dias.

Muitos confiam em pregadores, movimentos e denominações, mas se esquecem de buscar intimidade com o Criador.

A verdadeira fé não depende do nome da igreja, e sim da presença de Deus no coração.

Jeremias 7 é um espelho para nós. Ele nos faz olhar para dentro e perguntar:

— Minha fé tem transformado minha vida?

— Tenho vivido o que prego?

— Tenho buscado agradar a Deus ou apenas manter uma boa imagem diante das pessoas?

Cuidado, Deus continua dizendo:

“Obedeçam à minha voz, e Eu serei o seu Deus, e vocês serão o meu povo.”

Essa é a essência da verdadeira religião: ouvir, obedecer e viver o evangelho com sinceridade.

Não há valor em uma fé que apenas fala, mas não transforma.

E Deus continua procurando aqueles que o adorem em espírito e em verdade; não apenas no templo, mas em cada gesto, palavra e decisão.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

(Apocalipse 2:7)

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A origem e as consequências do pecado


Vladimir Chaves

O pecado é uma das realidades mais trágicas da história humana. Para compreendê-lo de forma completa, é necessário entender de onde ele veio, como entrou no mundo e quais efeitos trouxe para a humanidade.

Primeiro, é importante afirmar que Deus jamais poderia ser a origem do pecado. A própria Escritura declara: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1:16). Em Deus não há sombra de maldade, engano ou injustiça, pois “Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas” (1 João 1:5). Tiago reforça esse princípio ao ensinar que “Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tiago 1:13). Portanto, o pecado não teve sua fonte no Criador, cuja natureza é absolutamente santa, justa e perfeita.

Também o homem não foi criado pecador. Quando saiu das mãos de Deus, Adão era puro, sem culpa e moralmente íntegro. O relato de Gênesis afirma que o ser humano foi criado “à imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1:27) e que, ao final da criação, “Deus viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Salomão, em sua sabedoria, confirma: “Deus fez o homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (Eclesiastes 7:29). Assim, a corrupção moral e espiritual do homem não pertence ao seu estado original, mas a uma condição adquirida posteriormente.

A Bíblia aponta que o pecado teve sua origem no diabo, aquele que se rebelou contra Deus e tornou-se o pai da mentira. João escreve: “Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio” (1 João 3:8). Antes de enganar o homem, Satanás já havia se afastado da luz divina por causa de sua soberba e desejo de usurpar o lugar de Deus. Ele foi o primeiro a introduzir o mal no universo, e sua influência contaminou a criação ao corromper o coração humano por meio da tentação.

Mas como o pecado entrou no mundo humano? A resposta está no Éden. Gênesis 3 descreve o momento em que a serpente, instrumento de Satanás, engana Eva e a leva, junto com Adão, à desobediência direta à ordem de Deus. O casal come do fruto proibido, e, com esse ato, a inocência se perde e a comunhão com o Criador é rompida. O apóstolo Paulo explica o alcance desse evento: “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12). A desobediência de Adão abriu as portas para a entrada do pecado, e a partir daí, toda a humanidade foi afetada por sua consequência mortal.

As consequências do pecado são profundas e múltiplas. Em primeiro lugar, afetou a relação do homem com Deus. O profeta Isaías declara: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” (Isaías 59:2). O pecado ergueu uma barreira espiritual, afastando o homem da presença divina. O livro de Provérbios reforça que “o Senhor está longe dos perversos” (Provérbios 15:29), e Jeremias afirma que “os vossos pecados desviaram de vós o bem” (Jeremias 5:25).

Além disso, o pecado afetou o homem em todas as dimensões (física, moral e espiritual). O sofrimento, a dor e a morte física são frutos desse rompimento com o Criador (Romanos 2:9). Espiritualmente, o homem tornou-se “morto em delitos e pecados” (Efésios 2:1), incapaz de se reconciliar com Deus por seus próprios méritos. A natureza humana passou a inclinar-se para o mal, tornando o pecado uma herança universal e inevitável.

Por fim, o pecado afetou toda a humanidade para sempre. Paulo resume essa condição de forma contundente: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Isso significa que nenhum ser humano, por si só, pode alcançar a perfeição exigida pela santidade divina. O pecado tornou-se uma realidade universal, um mal que habita o coração de cada homem e mulher desde o nascimento.

Entretanto, a história não termina na queda. O mesmo Deus que não é a origem do pecado também é o autor da redenção. Onde o pecado abundou, superabundou a graça (Romanos 5:20). Cristo veio ao mundo para desfazer as obras do diabo (1 João 3:8), restaurar a comunhão perdida e oferecer ao homem o verdadeiro caminho de volta à vida eterna.

Assim, compreender a origem, a entrada e as consequências do pecado é essencial para reconhecer a profundidade da graça de Deus. Só quando entendemos o quão longe o pecado nos levou, conseguimos valorizar o quanto o amor de Cristo nos trouxe de volta.

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