No mês em que começou a
tramitar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, a liberação de
emendas cresceu significativamente. Cerca de R$ 1 bilhão foram empenhados para
as iniciativas de parlamentares do Congresso Nacional. O montante representa
terceiro maior mês em valor de emendas neste ano e crescimento de mais de 400%
em relação ao reservado no mês de agosto.
Em junho e julho, R$ 2
bilhões e R$ 2,4 bilhões, respectivamente, foram empenhados para os pleitos dos
parlamentares. Nesses meses tramitou a primeira contra Temer na Câmara dos
Deputados. Com os valores recorde, aproximadamente R$ 5,6 bilhões já estão
comprometidos para as emendas de parlamentares e bancadas.
As bancadas parlamentares
estaduais foram as mais beneficiadas pela articulação de Temer para barrar as
denúncias. Ao todo, R$ 1,1 bilhão se destinaram às bancadas neste ano. Entre os
partidos, PMDB, PT e PSDB estão no topo da lista de “generosidade” do
presidente Michel Temer.
Já entre os parlamentares,
destacam-se os empenhos de emendas para Arnon Bezerra (PTB), com R$ 11,2
milhões, para Leonardo Quintão (PMDB), com R$ 10,9 milhões, e, Marcelo Castro
(PMDB), também com R$ 10,9 milhões angariados em emendas.
O valor efetivamente
liberado está um pouco abaixo dos empenhos e somou R$ 3,3 bilhões neste ano.
Primeiro nome na linha
sucessória da Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse em um
jantar com deputados e senadores que Michel Temer deverá enfrentar
"dificuldades" para barrar a denúncia que será analisada pela Câmara
nas próximas semanas.
Segundo relatos de quatro
participantes do encontro à Folha, Maia disse acreditar que Temer terá votos
suficientes para derrubar a acusação formal da PGR (Procuradoria-Geral da
República), mas apontou que o governo cometeu erros no relacionamento com seus
aliados e, portanto, encontrará no plenário um ambiente menos favorável do que
na primeira denúncia apresentada contra ele.
O encontro foi organizado
pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que recebeu para um jantar em sua casa senadores
de oposição ao governo, como Renan Calheiros (PMDB-AL), Jorge Viana (PT-AC) e
Vanessa Grazziotin(PC do B-AM), além de deputados da base aliada de Temer que
são próximos de Maia.
Os parlamentares fizeram
críticas duras ao governo e chegaram a sugerir a elaboração de uma agenda que
poderia ser colocada em prática por Maia caso a Câmara aprove o prosseguimento
da denúncia, e Temer seja afastado do cargo.
Contas Abertas