Brasil: uma nação de ossos secos


Vladimir Chaves

"Ele me levou de novo pelo Espírito e me colocou no meio do vale, que estava cheio de ossos. E me fez passar por eles, por todos eles, ao redor; e eis que havia muitíssimos sobre a face do vale, e estavam sequíssimos." (Ezequiel 37:1-2)

O profeta Ezequiel foi conduzido pelo Espírito de Deus a uma visão impactante: um vale repleto de ossos secos, símbolo de um povo morto espiritualmente, sem esperança e distante da vida que vem do Senhor. Essa cena não se limita à história de Israel; ela ecoa também em nossa realidade atual.

Quando olhamos para o Brasil, percebemos semelhanças perturbadoras: uma nação marcada por corrupção em seus governantes, injustiça institucionalizada, violência crescente e, sobretudo, indiferença espiritual. Assim como o vale de ossos secos, nosso país muitas vezes parece viver um estado de morte moral e espiritual.

O retrato da nossa nação

Ossos secos simbolizam vidas endurecidas e corações insensíveis, reflexo de uma sociedade em decadência moral.

Somos um povo que, em muitos momentos, ignora a Palavra de Deus, afastando-se dos princípios divinos e do cuidado com o próximo.

Clamamos por justiça, mas frequentemente depositamos nossa esperança apenas em soluções humanas, esquecendo que o verdadeiro renascimento vem unicamente do Senhor.

A promessa de restauração

No vale, Ezequiel ouviu a voz de Deus declarar:

"Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis." (Ezequiel 37:5)

O que parecia impossível aconteceu: ossos dispersos se

uniram, receberam tendões, carne e pele, e voltaram à vida pelo sopro do Espírito de Deus. Essa promessa aponta para a restauração que também pode alcançar o Brasil:

Corações endurecidos podem ser transformados em corações sensíveis à Palavra de Deus.

Um povo dividido pode encontrar unidade sob a direção do Espírito.

A desesperança pode dar lugar à fé viva, capaz de gerar vida em uma nação espiritualmente abatida.

Nosso papel como cristãos

Não fomos chamados apenas para contemplar o vale, mas para ser instrumentos de vida em meio à morte. Assim como Ezequiel profetizou, também devemos agir:

Orar pela nação, intercedendo diante de Deus por transformação e arrependimento.

Viver como exemplo de justiça, amor e misericórdia, influenciando nossa família, nossa comunidade e nossa geração.

Anunciar a Palavra de Deus, que é o sopro divino capaz de restaurar ossos secos.

"Profetiza aos ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor." (Ezequiel 37:4)

Cada oração, cada ato de amor e cada gesto de obediência tornam-se centelhas do Espírito que podem reacender a vida em nosso país.

Esperança para o Brasil

Quando olhamos para os ossos secos, não vemos apenas morte, mas também a possibilidade de vida. O Deus que restaura Israel é o mesmo que pode transformar o Brasil. Ele é especialista em transformar vales de desesperança em vales de vida abundante.

A restauração da nossa nação não começa nas estruturas de poder, mas no coração de cada pessoa. Um coração de cada vez, uma família de cada vez, até que a chama da vida de Deus alcance toda a nação.

“E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz, diz o Senhor.” (Ezequiel 37:14)

sábado, 16 de agosto de 2025

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A espada que muda vidas


Vladimir Chaves

Muitas pessoas enxergam a Bíblia apenas como fonte de conforto, um livro para ser aberto em momentos de tristeza ou preocupação. No entanto, sua função vai muito além de acalmar; ela tem o poder de confrontar e transformar. As Escrituras agem como uma espada, penetrando nas áreas de nossas vidas que exigem mudança, expondo erros, motivações ocultas e hábitos que nos afastam de Deus.

A Bíblia nos desafia a enfrentar nossas próprias falhas e a viver com integridade. Ela nos chama a agir, a refletir sobre nossas escolhas e a abandonar aquilo que nos prende ao que é confortável, mas errado. Seguir seus ensinamentos nem sempre é fácil; muitas vezes dói, mas é justamente essa capacidade de cortar e despertar que revela sua força verdadeira.

Reduzir a Bíblia a um instrumento de consolo é perder de vista sua essência: transformar corações e guiar vidas segundo a verdade de Deus. Ela não foi feita

para nos acalmar, mas para nos fortalecer, corrigir e inspirar coragem para viver uma fé ativa e íntegra.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, penetrando até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” — Hebreus 4:12


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Não coloque o mundo acima de Deus


Vladimir Chaves

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)

A busca louca da sociedade consumista tem incentivado cada vez mais a buscar por mais bens, mais status, mais reconhecimento. As redes sociais, a publicidade e até mesmo nosso círculo social podem fazer parecer que a felicidade está ligada àquilo que possuímos ou alcançamos. Porém, a Bíblia nos lembra, de forma clara e direta, que o perigo está justamente em permitir que essas coisas se tornem mais importantes do que nosso relacionamento com Deus.

O amor pelas coisas materiais pode agir silenciosamente, infiltrando-se em nosso coração e mudando nossas prioridades. Quando colocamos o mundo acima de Deus, corremos o risco de negligenciar nossa fé, nossos valores espirituais e a paz que somente Ele pode oferecer.

O convite de 1 João 2:15 é, portanto, um chamado à reflexão e à reorientação: onde está o seu coração? Nas conquistas passageiras ou na eternidade prometida por Deus? Não permita que o brilho do mundo ofusque a luz de Cristo em sua vida. Cultive a fé, valorize o espiritual e mantenha o relacionamento com o Senhor como prioridade absoluta.

Lembre-se: nada que o mundo oferece pode substituir a alegria, a paz e a segurança que encontramos na presença de Deus. O verdadeiro tesouro está em buscá-lo acima de tudo, e é nessa escolha que nossa vida encontra propósito e eternidade.

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Crime de opinião: o primeiro passo para calar a igreja


Vladimir Chaves

O que estamos vivendo hoje no Brasil e em diversos lugares do mundo é extremamente grave e acende um sinal de alerta. Pastores e líderes religiosos estão sendo processados, investigados e até ameaçados de prisão simplesmente por professarem a Bíblia e pregarem a verdade de Deus.

Aos poucos, transformam a fé em crime de opinião. O pastor Silas Malafaia, um dos maiores nomes do cristianismo brasileiro, pode se tornar o primeiro grande líder da igreja a enfrentar prisão por sua convicção. Mas ele não está sozinho: padres, pastores e líderes de diferentes denominações já enfrentam processos apenas por ensinar e defender a Palavra de Deus.

A igreja não se curva diante da pressão. A fé não se vende, e a verdade jamais poderá ser silenciada. A Bíblia nos lembra:

"Não temas os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo." (Mateus 10:28)

Este versículo não é apenas uma promessa; é um chamado à coragem. Em tempos de censura e perseguição, nossa fé precisa se tornar mais firme do que nunca. Cada pastor e líder que se mantém firme é uma luz que brilha nas trevas, uma voz que resiste ao silêncio imposto pela injustiça.

Quando se tenta calar a igreja, não é apenas uma pessoa que está sendo atacada; é toda a comunidade cristã. É um alerta de que a liberdade religiosa está sob ameaça. Mas a igreja que se curva à Palavra de Deus jamais será destruída. Ela continua proclamando a verdade, defendendo a fé e levando esperança a milhões de pessoas.

O ataque é contra indivíduos, mas o alvo é a liberdade religiosa de todos. Resistir, orar e proclamar a verdade é obrigação de cada cristão. A fé não se negocia. A igreja continuará firme, mesmo quando o mundo tenta silenciá-la.

O crime de opinião é o primeiro passo para calar a igreja, mas a história mostra que a verdade nunca é vencida. Hoje, somos chamados a nos posicionar, a orar, a defender nossos líderes e a proclamar, com voz firme e corajosa: a fé não se negocia, a Palavra não se cala, e a igreja continuará sendo a resistência viva contra toda forma de opressão.

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Mais de 7 mil cristãos foram mortos na Nigéria em 2025, aponta relatório.


Vladimir Chaves

A violência contra cristãos na Nigéria atingiu níveis alarmantes em 2025. De acordo com um relatório da International Society for Civil Liberties and Rule of Law (Intersociety), entre 1º de janeiro e 10 de agosto deste ano, pelo menos 7.087 cristãos foram assassinados no país. No mesmo período, cerca de 7.800 cristãos foram sequestrados por grupos extremistas islâmicos e milícias fulani.

Os números revelam uma média assustadora: 30 cristãos mortos por dia e 35 sequestrados diariamente. No total, são mais de 14.800 vítimas diretas da violência apenas nos primeiros sete meses e dez dias do ano.

Contexto do massacre

A Nigéria, especialmente as regiões norte e central, vive há anos sob a ameaça constante de ataques de grupos jihadistas como Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) e milícias fulani armadas. Esses grupos têm como alvo principal comunidades cristãs, destruindo vilarejos, incendiando igrejas e promovendo execuções sumárias e sequestros em massa.

A Intersociety destacou que a coleta dos dados foi feita com base em fontes locais e internacionais, relatórios de agências de segurança, organizações de direitos humanos e testemunhos de sobreviventes e líderes comunitários.

Comparativo com anos anteriores

O relatório mostra que a situação piorou drasticamente. Para se ter uma ideia, a World Watch List 2024 da Missão Portas Abertas apontou 3.100 cristãos mortos e 2.830 sequestrados no período de 12 meses até setembro de 2024. Ou seja, em pouco mais de sete meses de 2025, o número de mortos já mais que dobrou e o de sequestros quase triplicou.

Estados mais afetados

Segundo a Intersociety, os estados mais atingidos pela violência incluem:

Borno, Adamawa e Yobe — palco de intensa atividade do Boko Haram e do ISWAP.

Benue, Plateau e Kaduna — fortemente afetados pelos ataques de milícias fulani.

Nasarawa e Níger — onde vilarejos inteiros foram esvaziados após ataques sistemáticos.

Consequências humanitárias

Além das mortes e sequestros, milhares de famílias foram deslocadas internamente, vivendo em condições precárias em campos de refugiados. Há também relatos de violência sexual contra mulheres e meninas, além de conversões forçadas ao islamismo.

Organizações internacionais de direitos humanos têm reiterado apelos ao governo nigeriano para que aumente a proteção das comunidades vulneráveis e puna os responsáveis. Contudo, a percepção local é de que há omissão e, em alguns casos, cumplicidade de autoridades.

Um chamado à atenção internacional

O massacre de cristãos na Nigéria é, segundo analistas, uma das maiores crises humanitárias e de perseguição religiosa do mundo atualmente, mas que ainda recebe pouca cobertura na mídia internacional. Para líderes cristãos e defensores dos direitos humanos, a falta de reação global agrava o problema.

Como declarou um porta-voz da Intersociety:

“Estamos testemunhando um genocídio silencioso, e o mundo não pode continuar de braços cruzados”.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

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Seja sal da terra e luz do mundo


Vladimir Chaves

Quando Jesus proferiu as palavras: "Vós sois o sal da terra e a luz do mundo" (Mateus 5:13-16), Ele estava declarando uma identidade e uma missão para todos os que o seguem. Para entender plenamente o peso dessas palavras, precisamos mergulhar no contexto histórico, cultural e espiritual em que foram ditas.

O sal: preservador, purificador e indispensável

No tempo de Jesus, o sal não era apenas um tempero. Era um bem valioso, usado principalmente para conservar carnes e impedir que apodrecessem. Também servia para purificar alimentos e até para rituais de santificação (Levítico 2:13).

Quando Cristo diz: "Vós sois o sal da terra", Ele nos chama para exercer uma influência que:

Preserva a verdade em um mundo que se corrompe rapidamente (Judas 1:3).

Purifica ambientes contaminados pela mentira e pela injustiça (Filipenses 2:15).

Mas Jesus também adverte: "Se o sal se tornar insípido, para nada mais presta, senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens" (Mateus 5:13). Ou seja, um cristão que abandona a verdade, perde sua função espiritual. Ele continua existindo, mas deixa de cumprir o propósito para o qual foi chamado.

A luz: guia, reveladora e inegável

Assim como o sal preserva, a luz guia. Jesus declara: "Vós sois a luz do mundo" (Mateus 5:14).

No contexto bíblico, luz é símbolo de verdade, pureza e revelação. A luz:

Mostra o caminho aos que vivem em trevas (Salmo 119:105).

Revela o que está oculto, expondo o pecado e apontando para a justiça (Efésios 5:13).

Reflete a glória de Cristo, pois Ele é a luz verdadeira (João 8:12).

Mas Jesus acrescenta: "Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende uma candeia e se coloca debaixo do alqueire" (Mateus 5:14-15). Ou seja, uma luz escondida é inútil. Não basta crer em Cristo; é preciso viver de forma visível, coerente e sem vergonha do Evangelho (Romanos 1:16).

Sal e luz: duas faces de uma mesma missão

Enquanto o sal atua impedindo a deterioração, a luz aponta para o caminho certo. Uma ação é preventiva, a outra é direcionadora. Juntas, elas representam a responsabilidade do cristão:

Manter viva a verdade do Evangelho, mesmo quando a sociedade tenta relativizá-la.

Ser exemplo prático de Cristo, com palavras, atitudes e decisões firmes (Tiago 1:22).

Preservando e iluminando

Em tempos de crise moral e espiritual, ser sal e luz não é opcional; é essencial. O sal que preserva e a luz que ilumina só cumprem seu papel quando estão em contato com o mundo, não isolados dele.

Jesus termina dizendo:

"Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mateus 5:16).

Portanto, o mundo precisa de cristãos que impeçam a corrupção espiritual e que mostrem, sem medo, o caminho que leva à vida eterna.

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Imagens na Bíblia: Entre arte e idolatria


Vladimir Chaves

O versículo de 1 Reis 6:29 descreve a construção do Templo de Salomão e menciona que as paredes internas foram “lavradas de entalhes de querubins, palmeiras e flores abertas, por dentro e por fora”. Isso significa que Deus permitiu a presença de imagens no lugar mais sagrado do culto israelita, mas com um detalhe crucial: essas imagens não eram objetos de adoração, e sim elementos artísticos e simbólicos.

Deus não proíbe toda imagem

Ao contrário do que muitos interpretam, a proibição bíblica em Êxodo 20:4-5 não se refere à existência de qualquer imagem ou escultura, mas ao uso delas como ídolos:

“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra... não as adorarás nem lhes darás culto.”

A ênfase está em não fabricar imagens para culto ou para substituir Deus. A própria Bíblia mostra que representações visuais podiam ser usadas quando o objetivo era pedagógico, decorativo ou simbólico.

Exemplos bíblicos do uso legítimo de imagens

Querubins no Templo e na Arca da Aliança (Êxodo 25:18-22; 1 Reis 6:29), figuras angelicais feitas de ouro, colocadas sobre a tampa da Arca, representando a presença protetora de Deus.

Romãs e flores nas vestes sacerdotais (Êxodo 28:33-34) — arte têxtil com valor simbólico.

Serpente de bronze (Números 21:8-9) — imagem feita por ordem de Deus para que, ao olhar para ela, os israelitas picados por serpentes fossem curados.

Imagens no Templo restaurado por Ezequiel (Ezequiel 41:18-19), ornamentos que reforçavam a mensagem espiritual.

Quando a imagem se torna pecado

O problema começa quando a imagem deixa de ser arte e se torna ídolo, recebendo culto, devoção, orações ou sendo vista como mediadora com Deus. Foi exatamente isso que aconteceu com a serpente de bronze, que inicialmente foi instrumento de cura, mas séculos depois passou a ser adorada. O rei Ezequias a destruiu (2 Reis 18:4), mostrando que até algo originalmente ordenado por Deus pode se tornar objeto de idolatria.

A diferença entre símbolo e substituto

Símbolo legítimo: leva a mente e o coração para Deus, sem receber culto em si.

Substituto ilegítimo: toma o lugar de Deus, recebendo adoração, orações e confiança.

A questão não é a matéria da qual a imagem é feita, mas o papel que ela ocupa no coração humano.

O cristão precisa discernir entre apreciar arte, arquitetura ou símbolos cristãos, e atribuir-lhes poder espiritual independente de Deus. Cruz, peixe, vitrais, ilustrações bíblicas, tudo pode ser usado para edificação e beleza, desde que não sejam transformados em objetos de veneração.

1 Reis 6:29 não contradiz a proibição do segundo mandamento; pelo contrário, reforça que o problema não está na imagem, mas no uso que fazemos dela. Deus é Espírito e deve ser adorado em espírito e em verdade (João 4:24). A arte pode inspirar, ensinar e lembrar-nos de verdades espirituais, mas nunca substituir a presença viva do Senhor.

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Marta e Maria: Quando o serviço toma o lugar da presença


Vladimir Chaves

Em muitas igrejas, vemos o cenário se repetir: membros comprometidos, ativos em ministérios, sempre prontos para servir. São as “Martas”, pessoas que, como na passagem bíblica, se preocupam com cada detalhe, desejando fazer o melhor para Deus e para a comunidade. Esse zelo é admirável, mas também perigoso quando nos rouba o foco principal: estar na presença do Senhor.

Jesus, ao visitar a casa de Marta e Maria, mostrou que, embora o serviço seja importante, ele não pode ocupar o trono do nosso coração. O ativismo religioso, quando desprovido de comunhão verdadeira, torna-se um substituto vazio para a intimidade com Cristo.

A boa parte ninguém pode tirar

Maria, por outro lado, representa aqueles que entendem que o maior privilégio não é fazer algo para Deus, mas estar com Deus. Ao se sentar aos pés de Jesus para ouvir Sua palavra, ela fez a escolha mais sábia e eterna.

A “boa parte” mencionada em Lucas 10:42 não se refere a um momento de descanso ou a uma pausa nas atividades, mas a uma prioridade espiritual que molda toda a vida. Eventos, programações e ministérios podem passar, mas o que é semeado na presença de Deus permanece para sempre.

“Maria, porém, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas 10:42)

O perigo do ativismo religioso

O trabalho na obra de Deus é essencial, mas quando ele se torna o centro, acabamos confundindo produtividade com espiritualidade. Há um risco real de viver para o ministério e esquecer do Senhor do ministério. É possível estar tão ocupado para Jesus que deixamos de estar com Jesus.

O perigo é sutil: quem se envolve apenas em atividades, mas não alimenta a alma na presença de Cristo, corre o risco de se esgotar, perder a alegria e até servir de forma mecânica, sem o frescor da unção do Espírito.

Equilibrando serviço e permanência

O exemplo de Marta e Maria não nos convida a abandonar o serviço, mas a reordenar nossas prioridades. Jesus não repreendeu Marta por servir, mas por permitir que a ansiedade e a distração tirassem o lugar daquilo que é eterno.

Servir a Deus deve ser fruto de estar com Ele. Primeiro, nos alimentamos da Palavra, nos fortalecemos na comunhão, e então nosso serviço se torna leve, cheio de sentido e poder espiritual.

Um chamado para a igreja de hoje

O desafio para a igreja contemporânea é não perder o foco no essencial. Festividades, eventos e programações têm seu valor, mas não podem substituir o momento de se assentar em silêncio aos pés do Senhor. O corpo de Cristo precisa de mais “Marias” que escolham diariamente a boa parte, pois é dela que brota um serviço verdadeiro e frutífero.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

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A igreja que não teme a perseguição: Lições da história e da Bíblia


Vladimir Chaves

Perseguição não é novidade para os cristãos, é quase como um “selo de autenticidade” que acompanha a fé desde o primeiro século. Onde a mensagem do Evangelho chega, ela traz libertação, transformação… e resistência. Afinal, anunciar que Jesus é o Senhor significa desafiar interesses, estruturas de poder e sistemas de crença que não se alinham à verdade de Deus.

A boa notícia é a de que a Igreja nunca esteve sozinha. Desde os dias dos apóstolos até os tempos atuais, Deus é o protetor de seu povo, guiando-o em meio às tempestades.

1. A igreja perseguida no tempo dos apóstolos

Se voltarmos às páginas do livro de Atos, veremos que a perseguição começou cedo. Pedro, João e os demais apóstolos pregavam com ousadia sobre a morte e ressurreição de Jesus, e isso incomodava profundamente as autoridades religiosas.

Quem eram os perseguidos? Os próprios apóstolos, líderes da Igreja primitiva, que pregavam nas ruas e no templo.

Quem eram os perseguidores? Saduceus, sacerdotes e o capitão do templo (Atos 5). Eles temiam perder poder e influência sobre o povo.

Esse embate não era apenas teológico. Era uma luta por controle. A mensagem cristã libertava as pessoas da dependência de rituais e tradições humanas, e isso ameaçava diretamente a liderança religiosa da época.

2. Duas esferas de perseguição: religião e política

A oposição à Igreja no primeiro século se manifestou em duas frentes distintas, mas igualmente perigosas.

a) Perseguição religiosa: O ciúme da liderança judaica

Atos 5.17-18 descreve que os apóstolos foram presos por pura inveja. O cristianismo crescia de forma exponencial, enquanto o judaísmo farisaico perdia força. Era mais do que uma disputa de crenças; era uma ameaça ao status e ao prestígio dos líderes religiosos.

b) Perseguição política: O império contra Cristo

Atos 12.1-5 relata a prisão de Pedro e a execução de Tiago por ordem de Herodes. O motivo? O crescimento da influência da liderança cristã, que proclamava: “Jesus é o Senhor”; uma declaração perigosa em um Império Romano onde “César é senhor” era o lema oficial.

Assim, a fé cristã era vista como subversiva, não apenas espiritualmente, mas também politicamente.

3. A igreja sempre enfrentará oposição

Não há como fugir dessa realidade: a Igreja de Cristo nunca será plenamente aceita pelo mundo. Jesus mesmo afirmou: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim” (João 15.18).

Hoje, a perseguição pode assumir formas diferentes: censura, difamação, discriminação, prisões e até violência física. Muitas vezes, o mundo rotula a Igreja como antiquada, preconceituosa ou intolerante simplesmente por se manter fiel à Bíblia.

O objetivo de toda perseguição é o mesmo desde o início: silenciar a voz da Igreja. Mas a história prova que quanto mais a Igreja é pressionada, mais ela cresce.

4. Exemplos históricos de coragem

Século I: Sob Nero, os cristãos foram acusados de incendiar Roma e sofreram mortes brutais, mas o Evangelho se espalhou ainda mais.

Século XX: Na União Soviética, a fé foi reprimida oficialmente, mas as igrejas subterrâneas floresceram na clandestinidade.

Hoje: Em países onde o cristianismo é proibido, a igreja subterrânea cresce de forma silenciosa e poderosa, movida pela convicção de que Cristo vale qualquer sacrifício.

Por que a igreja não teme?

A Igreja não teme a perseguição porque sabe que Deus é fiel. Ele prometeu estar presente até o fim dos tempos (Mateus 28.20) e garantiu que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18).

A perseguição não é o fim da Igreja, é o seu combustível. Quanto mais o mundo tenta apagá-la, mais ela brilha. Que a nossa geração tenha a mesma coragem da Igreja primitiva, vivendo com a certeza de que, em qualquer cenário, Cristo é suficiente.

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Deus não constrói sobre o velho


Vladimir Chaves

Quando Deus decide fazer algo novo, Ele não constrói sobre as ruínas do velho.  Ele remove o que está quebrado para edificar algo completamente transformado.

As Escrituras dizem: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17). Isso significa que o passado, por mais que tenha marcado nossa história, não é a base sobre a qual o Reino de Deus se edifica em nós. Ele é o alicerce do antigo eu, e o antigo não pode sustentar o peso do propósito eterno.

Há memórias que não são lembranças saudáveis, mas algemas que mantêm a alma presa a dores, pecados ou frustrações. A memória santificada edifica; a que não é, destrói. Quando lembramos do passado sob a luz da graça, ganhamos força e gratidão. Mas quando revisitamos memórias sem a perspectiva de Deus, ficamos acorrentados a mágoas, ressentimentos e culpas.

O “novo” de Deus não chega com barulho, mas com um sussurro suave na alma, como Elias experimentou ao ouvir a voz do Senhor não no vento forte, nem no terremoto, nem no fogo, mas na brisa suave (1 Reis 19:12). Deus planta o novo em silêncio, no terreno fértil do coração rendido. É no secreto que Ele semeia, e é no tempo certo que Ele fará florescer.

Portanto, para viver o que o Senhor está preparando, é preciso soltar as algemas da memória não redimida, permitir que Ele arranque as raízes do velho e acolher, com reverência, o sussurro que anuncia o novo.

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Quando Deus entra no nosso barco, o impossível deixa de existir


Vladimir Chaves

A passagem de Lucas 5:3-6 é emblemática: Pedro, pescador experiente, passou a noite inteira tentando pescar sem sucesso. O mar, que tantas vezes lhe deu sustento, naquela madrugada trouxe apenas frustração. Mas Jesus entrou no barco. Não para fazer um passeio, mas para mostrar que, quando Ele está presente, o que parece impossível se torna possível.

Jesus disse: “Faze-te ao mar alto e lançai as vossas redes para pescar” (Lucas 5:4). Pedro poderia ter respondido com argumentos humanos, mas escolheu obedecer: “Sobre a tua palavra lançarei a rede”. O resultado foi extraordinário: abundância de peixes, redes cheias, barco quase afundando.

Esse momento revela que Deus não entra na nossa história para ser espectador. Ele entra para agir e ajustar. Como está escrito em Provérbios 16:3: “Confia ao Senhor as tuas obras, e teus planos serão estabelecidos”. Quando tentamos sozinhos, enfrentamos noites vazias; quando confiamos e obedecemos, testemunhamos milagres que fogem à lógica.

Portanto, se a sua rede hoje está vazia, acalme o coração. Não se trata apenas de esperar, mas de entregar o controle. Deus não precisa de circunstâncias favoráveis para agir; Ele cria oportunidades onde não há. E quando Ele está no barco, o impossível é apenas o ponto de partida.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

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Eu e a minha casa serviremos ao Senhor


Vladimir Chaves

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Josué 24:15)

Há passagens na Bíblia que não apenas atravessam o tempo, mas também marcam profundamente o coração de quem as lê. Essa declaração de Josué é uma delas. Ele não buscava aplausos ou consenso; estava afirmando, de forma clara e objetiva, sua escolha diante de Deus e das pessoas: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Um posicionamento firme e definitivo.

Josué, já em idade avançada, sabia que o povo enfrentaria tentações e influências capazes de afastá-los do caminho do Senhor. Por isso, convocou-os a tomar uma decisão sem meios-termos: servir a Deus ou seguir outros deuses. E, enquanto muitos ainda hesitavam, Josué já havia decidido; servir ao Senhor de maneira firme e inegociável.

Hoje, vivemos cercados por outros “deuses” que não têm forma de estátua, mas que seduzem o coração: ideologias, dinheiro, prazeres passageiros, status, materialismo.

Falo com propriedade porque fui chamado. Deus, na Sua infinita misericórdia, me tirou do caminho incerto, pôs luz diante de meus passos e me colocou na rota da vida eterna. Minha escolha de servi-lo não nasceu de um simples desejo, mas de um encontro real com Aquele que me chamou pelo nome e me deu propósito. Quando decidi seguir Jesus, decidi também conduzir minha casa nesse mesmo caminho; não como imposição, mas como testemunho vivo.

Hoje sei que servir ao Senhor é mais que uma escolha: é um compromisso diário que molda minhas atitudes, prioridades e valores. É colocar Deus acima das influências da cultura, acima da opinião das pessoas e das próprias conveniências.

Josué nos lembra que a fé é pessoal, mas também precisa ser vivida em família. Nossa casa pode e deve ser um altar de adoração e serviço, um lugar onde a presença de Deus é buscada e Sua Palavra é respeitada.

A pergunta que fica para cada um de nós é: quem será o Senhor da sua casa? Porque, se existe um momento para tomar essa decisão, esse momento é agora. Servir ao Senhor talvez não seja o caminho mais fácil, mas é o único que conduz à verdadeira vida.

 

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Conheça os países da América Latina que mais perseguem cristãos.


Vladimir Chaves

A perseguição aos cristãos não é apenas um fenômeno distante do nosso continente. Em vários países da América Latina, irmãos e irmãs em Cristo enfrentam pressões, violência e até prisão por sua fé. Segundo a Lista Mundial da Perseguição 2025, da Portas Abertas, quatro países da região estão entre os 50 mais perigosos para seguir a Jesus.

1. Cuba

(Estado socialista de partido único, com forte controle governamental sobre a religião)

Cristãos sofrem vigilância, intimidação e restrições severas para se reunir e pregar. Igrejas independentes são constantemente multadas, fechadas ou demolidas.

Ore por liberdade religiosa e por coragem aos líderes que enfrentam pressão do Estado.

2. Nicarágua

(Regime autoritário com repressão estatal à Igreja)

Nos últimos anos, pastores e bispos foram expulsos ou presos, rádios e TVs cristãs foram fechadas e cultos públicos restringidos.

Clame por proteção aos líderes e para que a Igreja permaneça firme diante da perseguição institucional.

3. México

(República democrática, mas com intensa violência de cartéis e grupos armados)

Líderes cristãos são alvo de ameaças, sequestros e até assassinatos em regiões controladas pelo crime organizado. Comunidades indígenas também expulsam cristãos por se recusarem a participar de rituais locais.

Peça a Deus por segurança e ousadia para os cristãos nessas áreas de risco.

4. Colômbia

(República democrática com zonas dominadas por guerrilhas de esquerda e narcotraficantes)

Pastores e missionários que pregam em territórios de grupos armados enfrentam ameaças, extorsões e violência. Em regiões indígenas, há proibição da pregação cristã.

Ore para que o Evangelho alcance até os lugares mais fechados e por proteção aos missionários.

“Lembrem-se dos que estão na prisão, como se estivessem presos com eles” (Hebreus 13:3)

A perseguição na América Latina pode não ser tão noticiada quanto no Oriente Médio ou na Ásia, mas ela é real e crescente. Que possamos orar, apoiar e nos envolver para que a luz de Cristo brilhe mesmo nas regiões mais hostis.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

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Ore pelos 13 países mais perigosos do mundo para cristãos


Vladimir Chaves

A fé cristã segue sendo um ato de coragem em várias partes do mundo. Segundo o relatório World Watch List 2025, da organização Portas Abertas (Open Doors), mais de 380 milhões de cristãos enfrentam altos níveis de perseguição ou discriminação por causa de sua crença. Isso significa que 1 em cada 7 cristãos no planeta vive sob constante risco.

Entre os 50 países monitorados, 13 se destacam pelo nível extremo de perseguição, onde seguir Jesus pode custar a liberdade ou até a vida. Conheça a lista e o contexto de cada nação.

Coreia do Norte (Estado totalitário comunista ateísta)

Cristãos são caçados como criminosos, presos em campos de trabalho e até mortos. Ore para que Deus fortaleça e proteja a Igreja subterrânea.

Somália (Estado falido com regime islâmico radical e influência da sharia)

Extremistas e até familiares perseguem e matam quem decide seguir Cristo. Peça a Deus coragem e perseverança para os novos convertidos.

Iémen (República com regime teocrático islâmico, dominado por facções xiitas e sunitas em guerra)

No caos da guerra civil, cristãos são alvos fáceis de milícias armadas. Clame por paz e por portas abertas para o Evangelho.

Líbia (Estado em colapso com facções islâmicas rivais e aplicação parcial da sharia)

A instabilidade expõe cristãos à violência de grupos radicais. Ore por segurança e comunhão secreta para os fiéis.

Sudão (Regime militar com forte imposição da sharia islâmica)

Leis islâmicas severas e guerra expulsam famílias cristãs de suas casas. Interceda por abrigo e sustento para os refugiados.

Eritreia (Estado autoritário de partido único, com religião oficial controlada pelo governo)

Centenas de cristãos estão presos, alguns há décadas, por causa da fé. Peça a Deus que renove suas forças e traga libertação.

Nigéria (República federativa democrática, mas com forte atuação de grupos jihadistas no norte)

O país lidera o número de cristãos mortos por perseguição. Ore por consolo às famílias e pela conversão dos agressores.

Paquistão (República islâmica com leis severas de blasfêmia)

Leis de blasfêmia e violência em massa ameaçam cristãos diariamente. Clame por justiça e proteção, especialmente para mulheres e crianças.

Irã (República teocrática islâmica xiita)

Ser cristão, especialmente ex-muçulmano, pode levar à prisão e até à morte. Ore para que o Evangelho continue a crescer, mesmo na clandestinidade.

Afeganistão (Emirado islâmico sob regime talibã)

O regime talibã proíbe o cristianismo e pune com morte quem se converte. Peça ao Senhor estratégias seguras para que Sua Palavra chegue ali.

Índia (República democrática, mas com crescente nacionalismo hindu)

Leis anti-conversão e ataques de nacionalistas hindus aumentam a perseguição. Ore por coragem e perseverança para as igrejas locais.

Arábia Saudita (Monarquia absoluta islâmica wahhabita)

A liberdade religiosa é inexistente. O cristianismo só pode ser vivido em segredo. Clame para que Deus mova corações e abra portas para o Evangelho.

Mianmar (Regime militar autoritário com forte budismo nacionalista)

Conflitos armados destroem igrejas e expulsam comunidades cristãs. Ore por reconstrução, esperança e firmeza na fé.

A perseguição não é apenas uma estatística: são vidas, famílias e igrejas inteiras que continuam a declarar que Jesus é Senhor, mesmo sob ameaça.

O apóstolo Paulo nos lembra:

"Lembrem-se dos que estão na prisão, como se estivessem presos com eles" (Hebreus 13:3)

Que possamos nos unir em oração, apoio e conscientização, lembrando que o corpo de Cristo é um só, e quando um membro sofre, todos sofremos juntos.

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A sabedoria humana não transforma só o Espírito Santo é capaz


Vladimir Chaves

O conhecimento humano é por muitos valorizado como fonte suprema de poder e transformação. No entanto, por mais útil que o aprendizado humano possa ser, ele não tem o poder de quebrantar o coração endurecido nem de gerar verdadeira transformação espiritual. Essa obra é exclusiva do Espírito Santo.

A Bíblia nos lembra que a sabedoria deste mundo é limitada e insuficiente diante das realidades espirituais. O apóstolo Paulo, ao escrever aos coríntios, afirmou:

"A minha mensagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus."     (1 Coríntios 2:4-5)

Paulo reconhecia que argumentos intelectuais, por mais elaborados que fossem, não poderiam produzir arrependimento genuíno. O que transforma uma vida não é a eloquência do pregador, mas a ação sobrenatural do Espírito de Deus no íntimo do ser humano.

Jesus também deixou claro que o novo nascimento é obra exclusiva do Espírito Santo:

"O que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito. O vento sopra onde quer; você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito." (João 3:6,8)

A transformação verdadeira não é apenas uma mudança de comportamento, mas uma mudança de natureza. É quando Deus tira o coração de pedra e coloca um coração de carne (Ezequiel 36:26). Essa troca de essência não pode ser produzida por ações humanas, mas somente pela ação divina.

Isso não significa que a sabedoria humana seja inútil; ela pode instruir, esclarecer e até inspirar. Contudo, ela é incapaz de curar a raiz do problema humano: o pecado. Somente o Espírito Santo convence “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8) e conduz o homem ao arrependimento e à fé salvadora em Cristo.

Assim, o papel da Igreja e de cada cristão não é confiar em recursos meramente humanos, mas se render à direção e ao poder do Espírito Santo. Como vasos de barro, carregamos um tesouro (2 Coríntios 4:7) para que fique evidente que a excelência do poder vem de Deus e não de nós.

Portanto, que nossa pregação, ensino e testemunho estejam sempre regados de oração, dependência e sensibilidade à voz do Espírito. Afinal, só Ele pode quebrantar o coração mais endurecido e transformar o pecador em nova criatura.

"Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo." (2 Coríntios 5:17)

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Não confunda homens da igreja com homens de Deus


Vladimir Chaves


É comum vermos pessoas confundirem frequentadores de igreja com homens de Deus. A presença física no templo pode ser apenas um hábito social, cultural ou até mesmo uma tentativa de autopromoção.

A Bíblia deixa claro que há uma diferença profunda entre ter aparência de piedade e viver, de fato, em comunhão com o Senhor. O apóstolo Paulo advertiu:

“Tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afaste-se também desses.” (2 Timóteo 3:5)

O próprio Cristo nos alertou:

“Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” (Mateus 7:21)

Muitos podem falar o nome de Jesus, participar de atividades religiosas e até realizar grandes obras, mas isso não significa que sejam homens de Deus. O que realmente conta é a prática da vontade do Pai e uma vida frutífera diante Dele.

O homem da igreja pode ter boa oratória, ocupar cargos de liderança e exercer influência entre os irmãos, mas, se suas atitudes, palavras, decisões e estilo de vida não refletirem a santidade e o amor de Deus, ele é apenas um frequentador. Já o homem de Deus manifesta, no dia a dia, o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23).

Nos Evangelhos, vemos que os fariseus eram extremamente zelosos na frequência ao templo e na observância de tradições religiosas. Contudo, Jesus os repreendeu duramente, pois, apesar da aparência de santidade, seus corações estavam longe de Deus (Mateus 23:27-28).

Assim, frequentar a igreja não é garantia de salvação nem de intimidade com Deus. É possível estar próximo das coisas de Deus e, ainda assim, distante do próprio Deus.


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