Em muitas igrejas, vemos o
cenário se repetir: membros comprometidos, ativos em ministérios, sempre
prontos para servir. São as “Martas”, pessoas que, como na passagem bíblica, se
preocupam com cada detalhe, desejando fazer o melhor para Deus e para a
comunidade. Esse zelo é admirável, mas também perigoso quando nos rouba o foco
principal: estar na presença do Senhor.
Jesus, ao visitar a casa de
Marta e Maria, mostrou que, embora o serviço seja importante, ele não pode
ocupar o trono do nosso coração. O ativismo religioso, quando desprovido de
comunhão verdadeira, torna-se um substituto vazio para a intimidade com Cristo.
A boa parte ninguém pode
tirar
Maria, por outro lado,
representa aqueles que entendem que o maior privilégio não é fazer algo para
Deus, mas estar com Deus. Ao se sentar aos pés de Jesus para ouvir Sua palavra,
ela fez a escolha mais sábia e eterna.
A “boa parte” mencionada em Lucas
10:42 não se refere a um momento de descanso ou a uma pausa nas atividades,
mas a uma prioridade espiritual que molda toda a vida. Eventos, programações e
ministérios podem passar, mas o que é semeado na presença de Deus permanece
para sempre.
“Maria, porém, escolheu a
boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lucas 10:42)
O perigo do ativismo
religioso
O trabalho na obra de Deus é
essencial, mas quando ele se torna o centro, acabamos confundindo produtividade
com espiritualidade. Há um risco real de viver para o ministério e esquecer do
Senhor do ministério. É possível estar tão ocupado para Jesus que deixamos de
estar com Jesus.
O perigo é sutil: quem se
envolve apenas em atividades, mas não alimenta a alma na presença de Cristo,
corre o risco de se esgotar, perder a alegria e até servir de forma mecânica,
sem o frescor da unção do Espírito.
Equilibrando serviço e permanência
O exemplo de Marta e Maria
não nos convida a abandonar o serviço, mas a reordenar nossas prioridades.
Jesus não repreendeu Marta por servir, mas por permitir que a ansiedade e a
distração tirassem o lugar daquilo que é eterno.
Servir a Deus deve ser fruto
de estar com Ele. Primeiro, nos alimentamos da Palavra, nos fortalecemos na
comunhão, e então nosso serviço se torna leve, cheio de sentido e poder
espiritual.
Um chamado para a igreja de hoje
O desafio para a igreja
contemporânea é não perder o foco no essencial. Festividades, eventos e
programações têm seu valor, mas não podem substituir o momento de se assentar
em silêncio aos pés do Senhor. O corpo de Cristo precisa de mais “Marias” que
escolham diariamente a boa parte, pois é dela que brota um serviço verdadeiro e
frutífero.
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