A direção do PT decidiu: o
partido vai aderir ao voto distrital misto, sistema eleitoral defendido
oficialmente pelo PSDB. No ano passado, a cúpula petista orientou a sua bancada
no Congresso a apoiar o voto em lista fechada para deputados estaduais e
federais.
A lista fechada é o
sistema em que o eleitor vota numa lista pré-ordenada dos candidatos do
partido, em vez de escolher um candidato, como acontece hoje. Só que o PT não
conseguiu apoio para esse modelo. Uma pesquisa feita no Congresso mostra que a
lista fechada tem 68% de rejeição dos parlamentares. Agora, o plano alternativo
do PT é fazer campanha pelo distrital misto, que preserva, em parte, a lista
fechada inicialmente defendida pelos petistas.
No distrital misto, metade
das vagas para deputados de um estado é escolhida pela lista fechada. A outra
metade é eleita a partir do voto majoritário por distrito. Exemplo: o estado de
São Paulo tem direito a 70 deputados federais. Com esse modelo, o estado será
dividido em 35 distritos – todos com números de habitantes bem próximos.
Cada distrito será um
conjunto de cidades em que o eleitor terá direito a dois votos para deputado.
Num, ele escolherá a lista fechada oferecida por uma legenda. No outro, ele
votará num candidato indicado por um partido – e cada sigla só poderá lançar um
nome, como na eleição para prefeito. A lista fechada com mais votos e o
candidato com mais votos serão os eleitos. Dessa maneira, cada um dos 35
distritos de São Paulo elegerá dois deputados, o que contemplará o total de 70
cadeiras que o estado tem direito na Câmara.
Aos poucos, esse sistema,
que é adotado na Alemanha, ganha adesão no Congresso. PSDB, DEM e PPS, que
juntos contam 86 deputados, defendem o distrital misto. Eles se preparam para
fechar acordo com o PT, que tem mais 64 deputados. No total, esses quatro
partidos somam 150 deputados. Já o PMDB quer instalar o voto distrital puro,
chamado de distritão, em que cada estado elegerá os mais votados. O relator da
reforma política na Câmara, o peemedebista Marcelo Castro (PI), tenta convencer
o líderes do seu partido a trocarem o distritão pelo distrital misto, que é de
sua preferência.
Época.