O maior inimigo da igreja
não está fora dela, mas dentro: uma religiosidade mascarada de santidade. O
legalismo, com suas normas humanas travestidas de mandamentos divinos, tem
sufocado a liberdade do Evangelho e desviado os olhos da graça de Cristo. A Palavra
é clara: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois,
firmes e não vos submetais, de novo, a um jugo de escravidão” (Gálatas
5:1). Uma igreja que troca a cruz pelo moralismo e a fé pela aparência
perde sua essência e trai a mensagem da salvação.
Ao mesmo tempo, cresce outro
veneno: a negação da autoridade das Escrituras e a diluição da mensagem para se
ajustar ao mundo. O resultado é um cristianismo sem confronto, sem
arrependimento, sem transformação. É a fé moldada ao gosto da plateia. Mas a Bíblia
já havia advertido: “Pois virá tempo em que não suportarão a sã doutrina;
pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como
que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Timóteo 4:3). Não é isso o que
vemos hoje? Púlpitos que deixaram de ser altares para se tornarem palcos.
Pregações que já não proclamam Cristo, mas distribuem motivação barata.
Essa distorção não é nova.
Os fariseus também faziam isso: “invalidavam a Palavra de Deus por causa da
tradição” (Marcos 7:13). Hoje, não é diferente. Tradições humanas,
filosofias passageiras e a busca por relevância cultural têm se sobreposto à
Escritura. Assim, em vez de ser luz, a igreja reflete as trevas; em vez de
transformar o mundo, é moldada por ele.
Mas a igreja não pode ser
espelho do sistema. Ela é o corpo de Cristo! E ser corpo de Cristo significa
viver e proclamar a verdade, ainda que doa, ainda que confronte. Pois “a
Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois
gumes” (Hebreus 4:12). A missão da igreja não é chamar ao conformismo, mas
ao arrependimento. Não é aprisionar pela lei, mas libertar pela graça. Não é
exaltar tradições, mas glorificar a Cristo.
Lembremos: a igreja não foi
chamada para agradar aos homens, mas para ser “coluna e baluarte da verdade”
(1 Timóteo 3:15). Ela só voltará a brilhar como luz no meio das trevas
quando rejeitar os extremos do legalismo e do liberalismo, e recuperar a
centralidade da Escritura e a suficiência de Cristo.
E aqui está o ponto
decisivo: o que está em jogo não é apenas a reputação da igreja, mas a
fidelidade ao Senhor que a comprou com o seu sangue (Atos 20:28). Quando
a igreja abandona a Palavra, ela sufoca o Evangelho. Mas quando volta à
Escritura, ela revive, resplandece e cumpre sua missão: ser sal da terra e luz
do mundo.
“Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...” (Ap 2:1)
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