A Igreja que abandona a Escritura sufoca o Evangelho


Vladimir Chaves


O maior inimigo da igreja não está fora dela, mas dentro: uma religiosidade mascarada de santidade. O legalismo, com suas normas humanas travestidas de mandamentos divinos, tem sufocado a liberdade do Evangelho e desviado os olhos da graça de Cristo. A Palavra é clara: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a um jugo de escravidão” (Gálatas 5:1). Uma igreja que troca a cruz pelo moralismo e a fé pela aparência perde sua essência e trai a mensagem da salvação.

Ao mesmo tempo, cresce outro veneno: a negação da autoridade das Escrituras e a diluição da mensagem para se ajustar ao mundo. O resultado é um cristianismo sem confronto, sem arrependimento, sem transformação. É a fé moldada ao gosto da plateia. Mas a Bíblia já havia advertido: “Pois virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Timóteo 4:3). Não é isso o que vemos hoje? Púlpitos que deixaram de ser altares para se tornarem palcos. Pregações que já não proclamam Cristo, mas distribuem motivação barata.

Essa distorção não é nova. Os fariseus também faziam isso: “invalidavam a Palavra de Deus por causa da tradição” (Marcos 7:13). Hoje, não é diferente. Tradições humanas, filosofias passageiras e a busca por relevância cultural têm se sobreposto à Escritura. Assim, em vez de ser luz, a igreja reflete as trevas; em vez de transformar o mundo, é moldada por ele.

Mas a igreja não pode ser espelho do sistema. Ela é o corpo de Cristo! E ser corpo de Cristo significa viver e proclamar a verdade, ainda que doa, ainda que confronte. Pois “a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hebreus 4:12). A missão da igreja não é chamar ao conformismo, mas ao arrependimento. Não é aprisionar pela lei, mas libertar pela graça. Não é exaltar tradições, mas glorificar a Cristo.

Lembremos: a igreja não foi chamada para agradar aos homens, mas para ser “coluna e baluarte da verdade” (1 Timóteo 3:15). Ela só voltará a brilhar como luz no meio das trevas quando rejeitar os extremos do legalismo e do liberalismo, e recuperar a centralidade da Escritura e a suficiência de Cristo.

E aqui está o ponto decisivo: o que está em jogo não é apenas a reputação da igreja, mas a fidelidade ao Senhor que a comprou com o seu sangue (Atos 20:28). Quando a igreja abandona a Palavra, ela sufoca o Evangelho. Mas quando volta à Escritura, ela revive, resplandece e cumpre sua missão: ser sal da terra e luz do mundo.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...” (Ap 2:1)

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