Igreja: A urgência da união no Corpo de Cristo


Vladimir Chaves

Nas Escrituras, a igreja é chamada de corpo de Cristo (1 Coríntios 12:27). Essa é uma verdade espiritual que revela a íntima ligação entre Cristo, a Cabeça, e cada cristão, que é membro desse corpo. Nesse corpo, não há espaço para rivalidades, disputas ou busca de superioridade, pois “o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti” (1 Coríntios 12:21). Cada um é essencial, mas nenhum é melhor do que o outro.

É doloroso perceber que muitos têm permitido que contendas, fofocas e divisões enfraqueçam a missão dada pelo Senhor. Paulo já advertia os coríntios, que se dividiam entre grupos que diziam ser de Paulo, de Apolo ou de Pedro: “Acaso Cristo está dividido?” (1 Coríntios 1:13). Paulo não os elogiou pela diversidade de opiniões, mas os repreendeu por deixarem que a vaidade e a carnalidade minassem a comunhão.

É triste assistir a irmãos que deveriam edificar-se mutuamente tornando-se rivais, transformando o altar em palco de disputas e a igreja em arena de poder. A Palavra é clara ao afirmar: “Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não vos consumais também uns aos outros” (Gálatas 5:15). Quando o corpo de Cristo se alimenta de contendas, ele se autodestrói.

A advertência não me coloca como juiz dos irmãos, mas busca chamar a atenção para que cada um examine o próprio coração. A igreja de Cristo é o único lugar onde, na desunião, todos perdem e ninguém vence, porque a glória de Deus deixa de ser refletida e o testemunho do Evangelho é manchado diante do mundo. Jesus declarou: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:35). Onde o amor é substituído pela competição, perde-se a marca essencial do cristão.

Portanto, é urgente que a igreja compreenda: a divisão não é obra do Espírito Santo, mas da carne. A unidade, pelo contrário, é fruto da submissão à vontade de Deus. Não se trata de uniformidade de pensamento, mas de comunhão no Espírito, onde as diferenças são suportadas em amor e os dons de cada um contribuem para o bem de todos.

Aos que insistem em viver em contendas, fica o alerta bíblico: “Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões; antes, sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (1 Coríntios 1:10).

A Bíblia deixa claro que não se trata de um pedido, e sim de uma ordem de Deus. Ignorá-la é caminhar em desobediência, colocando em risco a própria saúde espiritual e o testemunho da igreja diante do mundo.

Que cada membro do corpo de Cristo, com humildade, renuncie ao orgulho, à soberba e ao espírito de facção, lembrando que somente unidos poderemos cumprir a missão que o Senhor nos confiou: ser sal da terra e luz do mundo.

 

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