A Bíblia: origem, propósito e destino da vida


Vladimir Chaves

A Bíblia não é apenas um livro entre tantos outros; é a revelação suprema de Deus à humanidade. Escrita ao longo de aproximadamente 1.500 anos, por mais de 40 autores de diferentes épocas, culturas, línguas e contextos históricos, carrega uma unidade impressionante de pensamento e propósito. Essa harmonia não pode ser atribuída ao acaso ou à habilidade humana, mas ao sopro do Espírito Santo que guiou cada escritor, preservando, em cada linha, a revelação do plano eterno de Deus.

O Antigo Testamento contém cerca de 23.145 versículos e o Novo Testamento 7.957, somando aproximadamente 31.102 versículos. Destes, cerca de 8 mil são profecias, muitas já cumpridas com precisão surpreendente. Essa fidelidade profética transforma a Escritura em um testemunho vivo de que Deus conduz a história com mão soberana. O que para alguns poderia ser apenas um compêndio de escritos antigos, revela-se como a manifestação da fidelidade divina registrada ao longo dos séculos.

Basta observar as profecias messiânicas: séculos antes da encarnação de Cristo, detalhes de sua vida já estavam profetizados. Miqueias predisse o nascimento em Belém (Mq 5:2), Isaías descreveu o ministério de libertação (Is 61:1-3), Números apontou para a estrela do oriente (Nm 24:17), Davi relatou com precisão a crucificação no Salmo 22, mil anos antes de ela acontecer, e Zacarias anunciou as trinta moedas da traição (Zc 11:12-13). Esses registros não são meras coincidências históricas, mas evidências claras do governo absoluto de Deus sobre o tempo e a eternidade.

Além das profecias sobre Cristo, a Bíblia também descreve ascensão e queda de impérios e governantes, revelando que nenhum poder humano se mantém fora do controle do Criador. Ao lermos Mateus 24, percebemos que as palavras de Jesus acerca dos últimos dias ressoam em nossos tempos: guerras, crises, sinais naturais e transformações sociais que, em épocas passadas, seriam inimagináveis, hoje se cumprem diante de nossos olhos.

No entanto, o propósito central da Escritura não é apenas registrar fatos históricos, antecipar eventos ou instruir em mandamentos morais. A Bíblia tem como centro a revelação do plano de salvação em Cristo. De Gênesis a Apocalipse, encontramos o fio vermelho da redenção: o Cordeiro prometido, o Messias esperado, o Salvador crucificado e ressurreto, que voltará em glória. Cada livro, cada narrativa, cada profecia aponta para Ele.

É nesse ponto que a Bíblia responde às questões mais profundas da existência: De onde viemos? Qual é o sentido da vida? Para onde vamos? Suas páginas não são apenas palavras humanas, mas declarações eternas do próprio Deus, repetidas expressões como “Disse Deus” e “Assim diz o Senhor” recordam-nos que ali não encontramos apenas opinião, mas a voz viva do Criador que continua a falar hoje.

Por isso, não é possível tratá-la como um simples documento histórico ou tradição cultural. A Bíblia é viva, eficaz e atual; sua mensagem atravessa gerações, governos e sistemas humanos. Negá-la ou reduzi-la a um livro antigo é o maior erro do homem moderno, pois nela está a chave para compreender a vida, a morte e a eternidade.

Ela continua sendo, como sempre foi, a lâmpada que ilumina os nossos passos e a luz que guia o caminho (Sl 119:105). Não apenas um livro a ser lido, mas a Palavra eterna a ser crida, obedecida e vivida, a única capaz de revelar a verdadeira origem, o real propósito e o destino final de cada ser humano diante de Deus.

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