Deus não aceita adorações que nascem em lábios, mas que são negadas nas atitudes


Vladimir Chaves

A verdadeira adoração nunca foi uma questão de palavras bem ensaiadas ou de cânticos entoados apenas com os lábios; sempre foi, e continua sendo, um reflexo de vida, de obediência e de coerência entre o que se declara diante de Deus e o que se pratica no dia a dia. Jesus denunciou essa hipocrisia religiosa quando disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:8-9). Aqui, Ele deixa claro que Deus não se impressiona com a forma exterior da adoração, se o coração estiver distante e as atitudes negarem o louvor entoado.

No Antigo Testamento, os profetas repetidamente confrontaram Israel por esse mesmo problema: pessoas que ofereciam sacrifícios no templo, mas viviam em injustiça, opressão e pecado. Isaías registra a palavra do Senhor: “De que me serve a multidão de vossos sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros... Quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Isaías 1:11,15). O Senhor rejeitava aquele culto porque não vinha acompanhado de arrependimento e transformação de vida.

A adoração verdadeira precisa brotar de um coração regenerado e obediente, que expressa em atitudes aquilo que declara em palavras. O apóstolo João reforça essa ideia quando ensina: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 João 3:18). O amor e a adoração não podem ser apenas discurso; precisam ser visíveis nas obras e no testemunho cotidiano.

Paulo também aponta esse caminho quando fala aos Romanos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1). Aqui, o apóstolo mostra que o culto verdadeiro não se limita a cânticos ou liturgias, mas se traduz em entrega, santidade e vida consagrada.

Portanto, toda adoração que sai dos lábios, mas não encontra respaldo na vida é rejeitada por Deus. Ele não busca vozes afinadas, mas corações quebrantados; não espera rituais vazios, mas frutos de justiça. A adoração que agrada ao Senhor é aquela que se expressa não apenas no cântico, mas também na prática da justiça, no amor ao próximo e na obediência à Sua Palavra.

Assim, se queremos que nossa adoração seja aceita, precisamos alinhar os lábios com o coração e as palavras com as atitudes.

0 comentários:

Postar um comentário

Conteúdo é ideal para leitores cristãos interessados em doutrina, ética ministerial e fidelidade bíblica.