A verdadeira adoração nunca
foi uma questão de palavras bem ensaiadas ou de cânticos entoados apenas com os
lábios; sempre foi, e continua sendo, um reflexo de vida, de obediência e de
coerência entre o que se declara diante de Deus e o que se pratica no dia a
dia. Jesus denunciou essa hipocrisia religiosa quando disse: “Este povo
honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:8-9).
Aqui, Ele deixa claro que Deus não se impressiona com a forma exterior da
adoração, se o coração estiver distante e as atitudes negarem o louvor entoado.
No Antigo Testamento, os
profetas repetidamente confrontaram Israel por esse mesmo problema: pessoas que
ofereciam sacrifícios no templo, mas viviam em injustiça, opressão e pecado.
Isaías registra a palavra do Senhor: “De que me serve a multidão de vossos
sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros... Quando estendeis as
vossas mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas
orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Isaías
1:11,15). O Senhor rejeitava aquele culto porque não vinha acompanhado de
arrependimento e transformação de vida.
A adoração verdadeira
precisa brotar de um coração regenerado e obediente, que expressa em atitudes
aquilo que declara em palavras. O apóstolo João reforça essa ideia quando
ensina: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em
verdade” (1 João 3:18). O amor e a adoração não podem ser apenas
discurso; precisam ser visíveis nas obras e no testemunho cotidiano.
Paulo também aponta esse
caminho quando fala aos Romanos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).
Aqui, o apóstolo mostra que o culto verdadeiro não se limita a cânticos ou
liturgias, mas se traduz em entrega, santidade e vida consagrada.
Portanto, toda adoração que
sai dos lábios, mas não encontra respaldo na vida é rejeitada por Deus. Ele não
busca vozes afinadas, mas corações quebrantados; não espera rituais vazios, mas
frutos de justiça. A adoração que agrada ao Senhor é aquela que se expressa não
apenas no cântico, mas também na prática da justiça, no amor ao próximo e na
obediência à Sua Palavra.
Assim, se queremos que nossa
adoração seja aceita, precisamos alinhar os lábios com o coração e as palavras
com as atitudes.
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