Paulo escreveu aos Romanos:
“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos
outros; porque quem ama aos outros cumpre a lei” (Romanos 13:8). Ele não
falava de finanças, mas daquilo que é impagável: o amor. Uma dívida eterna que não
pode ser ignorada.
No entanto, muitos que se
dizem cristãos falham justamente aqui. Vestem a capa da fé, levantam as mãos em
louvor, citam versículos de cor, mas não se comovem diante da dor do próximo.
Tornaram-se especialistas em liturgia, mas analfabetos em compaixão. Sabem
falar de amor, mas não sabem praticá-lo.
A frieza espiritual tem
crescido dentro das igrejas como uma sombra silenciosa. Não é a falta de
doutrina que destrói, mas a indiferença travestida de religiosidade. Pessoas
que se emocionam com cânticos, mas não se movem diante da miséria do irmão.
Cristãos que discutem teologia com fervor, mas ignoram o choro do necessitado
ao lado. Essa contradição é gritante, e Paulo já nos advertira: sem amor, não
há cumprimento da lei.
É fácil levantar a voz
contra os pecados visíveis do mundo; difícil é reconhecer que a maior falha de
muitos que se dizem de Cristo está no silêncio gelado diante da dor alheia.
Saiba: quando a dor do próximo não te incomoda, não é o próximo que está doente
— é você. Pois um coração que não sente compaixão já se afastou de Deus.
A indiferença é um evangelho adulterado, o oposto da cruz. É possível estar na igreja e não estar em Cristo; é possível cantar sobre o amor sem jamais amar. É por isso que Paulo fala de uma dívida permanente: não existe cristianismo verdadeiro sem amor ativo.
Quem não se importa com a
dor do próximo nega, na prática, o próprio Cristo, que se entregou por amor. O
evangelho que não nos leva a amar não passa de religião vazia.
Portanto, examine-se. Se
você consegue conviver com a dor do próximo sem ser movido a estender a mão, a
orar, a socorrer, a chorar por ele, então não é o próximo quem precisa de ajuda
urgente — é você. Pois a frieza do coração é sinal de morte espiritual, e
somente quem retorna à fonte do amor, o próprio Deus, pode ser restaurado.
0 comentários:
Postar um comentário
Conteúdo é ideal para leitores cristãos interessados em doutrina, ética ministerial e fidelidade bíblica.