Intolerância contra evangélicos se alastra nas universidades


Vladimir Chaves

Nos últimos meses, vieram à tona episódios preocupantes em universidades públicas brasileiras: estudantes e grupos evangélicos sendo impedidos de realizar encontros de oração, cultos ou simples reuniões de leitura bíblica em seus campi. Casos na UDESC, em Santa Catarina, e na UFRGS, no Rio Grande do Sul, ganharam repercussão nacional, evidenciando uma contradição que precisa ser denunciada: justamente os espaços que deveriam ser o berço da pluralidade e da livre circulação de ideias estão se tornando terreno fértil para a intolerância religiosa.

É fato notório que as universidades públicas, há décadas, são dominadas por setores da esquerda, que hegemonizam diretórios estudantis, centros acadêmicos e reitorias. Em nome da defesa da “laicidade”, aquilo que se vê na prática é uma hostilidade cada vez maior contra manifestações de fé, especialmente contra o público evangélico, que cresceu e se consolidou como força social e política no Brasil.

O paradoxo é claro: quando o tema é política, ideologia de gênero ou militância partidária, os campi se abrem sem restrições, sob a bandeira da liberdade de expressão. Porém, quando se trata de um grupo que deseja orar, ler a Bíblia ou cantar louvores, a mesma liberdade é imediatamente cerceada, com justificativas frágeis e, muitas vezes, carregadas de preconceito.

O perigo desse avanço da intolerância é evidente. Se as universidades públicas, financiadas com recursos de toda a sociedade, passam a perseguir manifestações religiosas legítimas, abre-se a porta para um Estado que, em vez de ser laico, torna-se antirreligioso. Laicidade não é expulsar a fé do espaço público, mas garantir que todas as crenças convivam em igualdade, sem privilégios e sem perseguições.

Tratar evangélicos como cidadãos de segunda classe dentro das universidades é corroer os pilares da democracia. A liberdade de crença está inscrita na Constituição como um direito fundamental, e negá-la sob o manto da “autonomia universitária” é não apenas inconstitucional, mas também injusto e perigoso para o futuro da convivência plural no país.

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