O cristão que silencia diante do aborto nega a vida e o evangelho


Vladimir Chaves

Quando o tema é aborto, a ética cristã não deixa espaço para relativismos, justificativas frágeis ou discursos políticos disfarçados de compaixão. A Palavra de Deus é cristalina:

“Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Sl 139.16).

A vida não é acidente, nem acaso biológico. A vida é obra direta do Criador desde o primeiro instante da concepção. Reduzi-la a um “produto” manipulável por ideologias humanas é rasgar o plano divino e profanar o sopro de Deus.

O Senhor é o único doador da vida (Gn 2.7; Jó 12.10). É Ele quem sopra o fôlego vital no ser humano, concedendo-lhe dignidade inegociável. Por isso, qualquer tentativa de interromper esse processo não é apenas uma escolha: é afronta declarada contra o Autor da vida. Defender o aborto é negar a essência do cristianismo. E pior: um cristão que relativiza, silencia ou se alia a ideologias abortistas trai a revelação divina e se coloca em oposição direta ao Deus que declara: “Antes que te formasse no ventre, eu te conheci” (Jr 1.5).

É necessário falar com clareza: aborto não é “direito reprodutivo”, não é “autonomia da mulher”, não é “questão de saúde pública”. Aborto é assassinato de inocentes. É feticídio. É o sacrifício cruel de vidas indefesas em nome do prazer, da conveniência ou de uma ideologia perversa. Parte da sociedade pode tentar suavizar, chamando-o de “procedimento médico”. Mas a Escritura desmascara e o chama pelo nome que carrega seu peso: assassinato.

O ventre materno, criado por Deus para ser o abrigo mais seguro da vida, tem sido transformado em campo de extermínio silencioso. Isso não é progresso. É pacto com ideologias satânicas que banalizam o sangue inocente.

Por isso, não existe neutralidade para o cristão: ou se defende a sacralidade da vida, ou se apoia a cultura da morte. Não há meio-termo. Um cristão que vota ou apoia defensores do aborto escolhe as trevas em vez da luz e nega o evangelho da vida. Defender o nascituro não é questão de opinião política, mas de fidelidade absoluta a Deus e à Sua Palavra.

O aborto é um dos gritos mais altos da decadência humana da nossa geração. E diante dessa barbárie, cabe aos filhos de Deus não apenas rejeitar, mas denunciar, resistir e proclamar a verdade: a vida é dom sagrado do Senhor, e ninguém tem o direito de arrancá-la de quem não pode se defender.

Cristãos não foram chamados para o silêncio, mas para ser sal e luz. Defender o bebê no ventre é missão de justiça, é compromisso com a verdade e é prova de amor ao próximo em sua forma mais vulnerável. Não há vida mais preciosa a ser protegida do que aquela que ainda nem pode clamar por si mesma.

0 comentários:

Postar um comentário

Conteúdo é ideal para leitores cristãos interessados em doutrina, ética ministerial e fidelidade bíblica.