O silêncio, à luz da Bíblia,
não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria amadurecida. Em um mundo marcado por
disputas de palavras, vaidades intelectuais e certezas absolutas, o sábio
aprende que nem toda verdade precisa ser defendida em confronto, nem toda
provocação exige resposta. “Até o tolo, quando se cala, é tido por sábio” (Provérbios
17:28), ensina a Escritura, revelando que o domínio da língua é uma das
maiores expressões de prudência espiritual.
Bater de frente com quem se
julga dono da verdade quase sempre resulta em contendas infrutíferas. A Bíblia
adverte: “Evita questões tolas e discussões inúteis, pois sabes que produzem
contendas” (2 Timóteo 2:23). O sábio discerne que há corações fechados,
não por falta de argumentos, mas por soberba. Nesses casos, insistir não
edifica, apenas desgasta a alma e enfraquece o testemunho cristão.
O silêncio, porém, não deve
ser confundido com omissão covarde, mas entendido como escolha estratégica
guiada pelo Espírito. Jesus, diante de falsas acusações, muitas vezes se calou
(Mateus 27:12–14), não porque faltassem palavras, mas porque sabia que a
verdade não se impõe à força, ela se revela no tempo certo. O silêncio de
Cristo foi mais eloquente do que qualquer defesa apaixonada.
Nem todos merecem nossa
atenção e paciência, não por desamor, mas por discernimento. O próprio Senhor
advertiu: “Não deis aos cães o que é santo” (Mateus 7:6), ensinando que
há momentos em que a indiferença piedosa protege o coração e preserva a fé. O
sábio entende que sua energia espiritual deve ser investida onde há humildade
para ouvir e disposição para aprender.
Assim, o silêncio e a
indiferença, quando alinhados com a Palavra, tornam-se respostas sábias diante
da arrogância e da insensatez. Não é o silêncio da fuga, mas o silêncio da
confiança em Deus, que julga com justiça e conhece as intenções do coração. Falar
menos, reagir menos e confiar mais é, muitas vezes, o idioma mais alto da
verdadeira sabedoria bíblica.


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