Em nome da relevância,
muitos cristãos têm reduzido a fé a pautas ideológicas, sociais, políticas ou
econômicas, enfrentadas apenas com estratégias humanas. O resultado é um
cristianismo cada vez mais secularizado, que fala muito à sociedade, mas
confronta pouco o pecado e quase não aponta para a eternidade. Quando a fé é
retirada da arena espiritual, ela perde seu poder. E a Igreja, enfraquecida,
passa a confundir influência pública com fidelidade ao Evangelho.
A chamada “teologia
pública”, quando não nasce do arrependimento e da transformação espiritual,
empobrece a missão da Igreja. Jesus não nos chamou apenas para discursos bem
articulados, mas para uma fé viva, marcada pelos sinais que acompanham os que
creem: libertação, ação sobrenatural de Deus, curas e esperança eterna. Quanto
mais secularismo, menos dependência do poder do Espírito. E sem esse poder, a
Igreja se torna apenas mais uma voz entre tantas outras.
Outro risco evidente é o de
um cristianismo dominado por discursos, mas carente de prática. Em tempos de
comunicação rápida e opiniões abundantes, surgem muitas vozes que se dizem
cristãs, mas que desprezam a tradição bíblica e espiritual da Igreja, sem compreender
seus fundamentos. Como pentecostais clássicos, precisamos permanecer atentos
para não abraçar teologias modernas distantes da realidade do crente simples;
aquele que vive a fé no bairro, na comunidade rural, no dia a dia da luta e da
oração. O Evangelho que transforma continua sendo simples, completo e poderoso:
Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará.
Quando a expectativa da
volta de Cristo é abandonada, a santificação perde valor. A esperança deixa de
estar na eternidade e passa a se concentrar apenas no aqui e agora. Isso abre
espaço para outras distorções, como a redução da fé à prosperidade material, ao
bem-estar emocional ou ao engajamento cultural como fim em si mesmo. A história
mostra que muitos desses ventos teológicos passam, deixando frustrações e um
vazio espiritual profundo.
O apóstolo Paulo foi firme
ao confrontar uma fé sem esperança escatológica. Para ele, se tudo se resume a
esta vida, então a fé perde seu sentido mais profundo. Por isso, precisamos ter
cuidado com visões que colocam a redenção dos sistemas humanos acima da
salvação dos pecadores. A missão central da Igreja nunca foi reformar o mundo
por meios políticos ou culturais, mas anunciar o arrependimento e a conversão,
para que os pecados sejam apagados.
Diante de tudo isso, o
chamado permanece atual e urgente: conservar a fé bíblica, espiritual e cheia
de esperança. Um cristianismo que não se rende às modas teológicas, que não
troca o poder de Deus por estratégias humanas e que vive à luz da eternidade.
Só assim a Igreja continuará sendo sal da terra, luz do mundo e testemunha fiel
de que Cristo vive e voltará.


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