Renunciar à própria vontade
é um dos maiores desafios da fé cristã. Isso porque, desde o Éden, o ser humano
luta com o desejo de decidir por si mesmo o que é certo, conveniente ou
desejável. Porém, quando Cristo nos chama, Ele nos convida a algo maior do que
nossas inclinações naturais: Ele nos chama a viver sob o governo dEle, não sob
o nosso próprio.
Jesus não escondeu o custo
desse chamado. Pelo contrário, deixou claro que segui-lo envolve uma decisão
diária, consciente e profunda. Ele declarou:
“Se alguém quer vir após
mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)
Negar a si mesmo não é anular
a personalidade, os sonhos ou a identidade, mas submeter tudo isso ao senhorio
de Cristo. É dizer: “Senhor, meus caminhos, desejos e planos podem ser bons,
mas os Teus são perfeitos”. É confiar que a vontade dEle não nos empurra para o
sofrimento sem propósito, mas nos conduz ao centro da verdadeira vida.
O apóstolo Paulo expressa
essa entrega de maneira magistral: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas 2:20)
Quando Paulo diz “não mais
eu”, ele não está falando de abandono da vida, mas de entrega. Ele reconhece
que sua vontade, sem Cristo, tende ao egoísmo, ao pecado e à autossuficiência.
Mas quando Cristo governa o interior, a vida ganha direção, propósito e força.
Renunciar à própria vontade
também significa confiar na sabedoria divina, mesmo quando não entendemos o que
Deus está fazendo. No Getsêmani, Jesus mostrou o maior exemplo de rendição:
“Pai, se queres, passa de
mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas
22:42)
A submissão de Cristo à
vontade do Pai abriu o caminho da salvação. Da mesma forma, nossa submissão
diária abre espaço para que a graça transforme nosso caráter, nossos
relacionamentos e nossa missão.
Seguir a vontade de Cristo
implica:
1. Obedecer, mesmo quando é
difícil
A obediência nem sempre
coincide com o nosso conforto. Mas Deus honra os que se rendem à Sua Palavra.
“Melhor é obedecer do que
sacrificar.” (1 Samuel 15:22)
2. Confiar, mesmo sem
respostas
Há momentos em que parece
mais fácil seguir nossos impulsos do que esperar em Deus, mas a Bíblia declara:
“Confia no Senhor de todo o
teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.” (Provérbios 3:5)
3. Transformar a mente
A renúncia começa no
coração, mas permanece pela renovação da mente.
“Não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos
12:2)
Renunciar à própria vontade
para seguir a de Cristo não é perda, mas ganho. É deixar para trás uma vida
dirigida por impulsos e assumir uma caminhada conduzida pela sabedoria eterna.
É trocar o controle limitado que temos pela direção perfeita do Senhor.
Quem renuncia por Cristo
descobre que Ele nunca pede algo para empobrecer a alma, mas sempre para
libertá-la. E, no fim, percebemos que a vontade dEle é infinitamente melhor do
que tudo aquilo que poderíamos planejar para nós mesmos.
Se você deseja seguir a
Cristo, comece por entregar a Ele o governo do seu coração. A verdadeira vida
está do lado de dentro da rendição.


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