A paz que engana não cura


Vladimir Chaves

“Tratam da ferida do meu povo como se fosse coisa leve, dizendo: Paz, paz, quando não há paz.” Jeremias 8:11

Há momentos em que o ser humano prefere ouvir palavras que confortam do que palavras que curam. Hoje, como nos dias de Jeremias, muita gente se acostumou a buscar “paz” nas coisas rápidas, fáceis e superficiais. Uma mensagem motivacional, um conselho que afaga, uma frase bonita… e pronto: parece que tudo está resolvido. Mas no fundo, o coração continua ferido, a alma continua doendo e a vida continua sem direção.

Jeremias denuncia exatamente isso: tratamento superficial para feridas profundas. E isso ainda acontece nos nossos dias.

Vivemos tempos em que muitos evitam a verdade porque a verdade incomoda. Preferem ouvir que “está tudo bem”, mesmo quando não está. Preferem alguém que diga “vai passar”, mesmo quando é preciso reconhecer que algo precisa mudar. E assim, repetimos o erro do passado: colocamos curativos sobre feridas que precisam de cura verdadeira.

A falsa paz é confortável, mas não transforma. É como apagar a notificação do celular sem resolver o problema. A dor fica lá, escondida atrás de um silêncio que engana.

Deus, porém, não age assim.

Ele não mascara feridas; Ele cura.

Ele não dá palavras vazias; Ele traz verdade.

Ele não oferece ilusões; Ele oferece restauração.

E para receber essa restauração, é preciso coragem para encarar o que está machucado. É preciso aceitar que algumas mudanças são necessárias, que alguns caminhos precisam ser deixados para trás, que algumas rachaduras precisam ser expostas para que Ele possa tocar.

A mensagem de Jeremias continua ecoando hoje: não aceite uma paz que só anestesia, busque a paz que cura.

A verdadeira paz não vem de palavras bonitas, mas da verdade de Deus trabalhando dentro de nós, limpando, restaurando e renovando tudo que parecia perdido. É essa paz que transforma a vida e o coração. É essa paz que permanece.

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