Ao longo da história, o ser
humano tenta compreender a si mesmo pela razão e pela ciência. Contudo, mesmo
com todo o conhecimento adquirido, permanece incapaz de entender plenamente sua
própria natureza. A razão sozinha não explica o mistério da vida. Somente pela
fé e pela revelação das Escrituras é possível compreender que fomos criados por
Deus, de forma completa (corpo, alma e espírito) para refletir a imagem de
Cristo.
Deus, em sua sabedoria,
formou o homem do pó da terra (Gn 2.7). De algo simples, criou o
complexo; de matéria inerte, fez brotar vida. Cada detalhe do corpo humano
revela o poder do Criador, que continua a formar cada vida no ventre materno (Sl
139.13-15; Jr 1.5). Por isso, a vida é sagrada desde a concepção e deve ser
tratada com reverência.
Contemplar a criação é
reconhecer a grandeza divina. A harmonia do universo testemunha que crer em um
Criador é mais racional do que acreditar nas narrativas do homem.
Deus não criou o homem por
necessidade, mas por amor. Negar essa origem é esvaziar o sentido da existência
e afastar-se da fonte da vida.
O corpo é para glória de
Deus
O corpo humano é uma
expressão da glória de Deus. O salmista declarou: “Eu te louvarei, porque de um
modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (Sl 139.14). Quando o homem
reconhece que é obra das mãos de Deus, encontra paz e propósito; quando rejeita
essa verdade, mergulha na confusão e na idolatria (Rm 1.18-32).
A história revela dois
extremos: há quem despreze o corpo e há quem o idolatre. O cristão, porém, é
chamado ao equilíbrio: cuidar do corpo sem transformá-lo em centro da vida. Ele
deve ser instrumento de adoração: “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer
outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).
O corpo, feito do pó, só tem
valor porque Deus nele soprou o fôlego de vida. É esse sopro que nos dá
existência e propósito. Sem Ele, somos apenas matéria. Toda força, dom e
habilidade procedem de Deus, e Nele está o verdadeiro valor do ser humano.
O corpo e a comunhão
Criado à imagem de Deus, o
ser humano foi feito para viver em comunhão. Desde o princípio, Deus instituiu
a convivência e a família (Gn 1.28). A solidão não faz parte do plano
divino. Mesmo em tempos de tecnologia e comunicação virtual, nada substitui o
contato humano, o abraço, o olhar e o serviço mútuo.
A fé verdadeira se manifesta
por meio de ações concretas e relacionamentos reais (Tg 2.14-18). Da
mesma forma, o corpo físico participa ativamente da vida da Igreja. O cristão é
chamado à comunhão e à presença, porque o culto envolve corpo, alma e espírito:
mãos que se levantam, vozes que louvam, corações que se rendem.
Embora os meios digitais
possam “auxiliar” na adoração, o excesso de dependência deles pode esfriar o
coração e distrair a mente. Deus deseja ser adorado com todo o nosso ser,
corpo, alma e espírito (Rm 12.1).
Adorar ao Senhor é oferecer-lhe
tudo o que somos. Quando o corpo é consagrado, a alma é rendida e o espírito é
vivificado, o homem reencontra sua verdadeira identidade.
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