Cristo no centro ou o Evangelho se perde


Vladimir Chaves

As antigas heresias não desapareceram; apenas mudaram de aparência. O inimigo continua o mesmo, embora assuma novas formas.

Mas a arma para enfrentá-lo permanece a mesma: “Prega a Palavra, insta, a tempo e fora de tempo” (2Tm 4.2).

A verdade de Deus continua sendo a única luz capaz de dissipar as trevas do engano. As heresias prosperam quando os que conhecem a verdade escolhem o silêncio: seja por medo, conveniência ou indiferença.

O silêncio dos santos é o terreno fértil onde as mentiras crescem e ganham força.

Sigamos o exemplo do apóstolo Paulo e reafirmemos com coragem: “Pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1.23).

O Evangelho não é uma mensagem de autoafirmação, mas de renúncia do eu. É preciso resistir à transformação dos púlpitos em palcos de autoajuda, onde o homem ocupa o centro e Cristo é apenas figurante.

A verdadeira pregação tem um único propósito: exaltar o Cordeiro e apontar para a cruz; não para o pregador, nem para o espelho.

Em nossos dias, o sincretismo religioso tenta diluir o Evangelho, misturando-o com filosofias humanas e crenças antigas. Essa mistura cria uma fé adulterada, na qual o santo e o profano convivem lado a lado.

Mas o apóstolo Paulo adverte: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Co 10.21). O Evangelho não se mistura.

Seguir a Cristo exige exclusividade e entrega total, pois quem tenta conciliar o inconciliável acaba perdido na confusão espiritual desta geração.

Devemos também denunciar o mercado da fé, que transforma o nome de Jesus em marca e o altar em vitrine.

Desde os tempos apostólicos, Paulo já alertava sobre os que faziam da piedade uma fonte de lucro. Hoje, muitos pregam um cristianismo sem cruz, sem arrependimento e sem senhorio, um “evangelho do coach”, que vende bênçãos como produtos e transforma a esperança em negócio.

É a fé reduzida a mercadoria, onde o lucro vale mais que a verdade.

Outros ainda ensinam que a graça permite viver no pecado, mas Paulo responde: “Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum” (Rm 6.1-2).

A graça não é permissão para pecar, e sim poder para vencer o pecado. Um evangelho sem cruz é um evangelho sem Cristo.

Crer é apenas o início; é preciso obedecer e viver conforme a vontade de Deus, rejeitando tradições humanas disfarçadas de santidade.

Em meio a tantas vozes que tentam moldar a fé à cultura, o verdadeiro discípulo permanece firme na Escritura.

É tempo de despertar, empunhar a espada do Espírito e proclamar com ousadia: Cristo é o centro de tudo: ontem, hoje e eternamente.

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