Discernindo a voz espiritual que te inspira


Vladimir Chaves

Muitos confundem emoção com unção, impulso com inspiração, e voz interior com a voz do Espírito Santo. Mas é preciso discernir: o Espírito Santo é santo, e jamais conduzirá alguém ao pecado, à injustiça ou à maldade. Ele é o Espírito da verdade, e não da mentira; da edificação, e não da destruição.

Jesus declarou: “Mas quando vier o Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade” (João 16:13).

Isso significa que toda inspiração que conduz à mentira, à fofoca, ao roubo ou à difamação não vem de Deus, ainda que pareça justificada por emoções ou “boas intenções”. O Espírito Santo não age fora do caráter de Deus: e Deus é luz, em quem não há treva alguma (1 João 1:5).

Desde o Éden, o diabo tem se disfarçado de inspirador. Ele sussurrou à mente de Eva com uma aparente sabedoria:

“É certo que não morrereis... sereis como Deus” (Gênesis 3:4-5).

A tentação parecia um convite à elevação espiritual, mas era, na verdade, o início da queda moral da humanidade. Assim também ocorre hoje: quando alguém diz que “sentiu no coração” para falar mal de outro, ou “teve uma direção” para agir desonestamente, é preciso lembrar que nem todo sentimento vem do Espírito Santo.

“Se tendes inveja amarga e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tiago 3:14-15).

Ou seja, há uma sabedoria falsa, uma “inspiração” que nasce da carne e é soprada pelo inimigo. Ela disfarça o pecado de zelo, a maledicência de “preocupação”, a mentira de “justiça”. Mas no fim, tudo isso destrói, divide e mata, exatamente o que o diabo veio fazer (João 10:10).

O Espírito Santo gera frutos; o espírito do mundo, escândalos.

“o fruto do Espírito é amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas 5:22-23).

Se algo que “te inspira” resulta em contenda, difamação ou injustiça, não é o Espírito Santo, mas o inimigo que está soprando em teus ouvidos.

A sedução da falsa espiritualidade

Infelizmente, muitos hoje se deixam guiar por “revelações” e “sentimentos espirituais” que não passam de impulsos carnais. Justificam o pecado com uma espiritualidade superficial, como se o Espírito Santo fosse cúmplice das suas vaidades e ressentimentos.

Se a Bíblia diz “não dirás falso testemunho” (Êxodo 20:16) e “não andarás como mexeriqueiro” (Levítico 19:16), então nenhuma “voz interior” que te incite a fazer isso pode ser divina.

“Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:21).

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