Quando a religiosidade afasta em vez de aproximar


Vladimir Chaves

Muitos não se afastam da igreja por falta de fé, mas por causa da religiosidade pesada que encontram dentro dela. São irmãos que um dia se aproximaram de Deus com sinceridade, mas acabaram machucados por exigências humanas, cobranças exageradas e julgamentos que nada têm a ver com o evangelho de Cristo.

Jesus já havia alertado sobre isso quando disse que alguns líderes colocavam “fardos pesados sobre os ombros dos homens” (Mateus 23:4). É exatamente isso que acontece quando a igreja perde a simplicidade do evangelho e se torna um lugar mais de regras do que de amor, mais de tradição do que de compaixão, mais de aparência do que de verdade.

A religiosidade cria rótulos, mas não cura feridas.

Exige perfeição, mas não estende a mão.

Aponta erros, mas não oferece perdão.

E assim, aos poucos, irmãos cansados e feridos se afastam. Não porque deixaram de acreditar, mas porque já não suportam carregar pesos que Deus nunca colocou sobre eles. A distância, porém, não resolve a dor — apenas a esconde por algum tempo.

Mas há uma boa notícia: Jesus não é a religiosidade que decepciona.

Ele é o descanso, e não o peso.

É o acolhimento, e não o julgamento.

É a restauração, e não a cobrança vazia.

A fé verdadeira não é uma coleção de obrigações, mas um relacionamento vivo com Cristo. E quem se afastou por causa dos homens ainda pode encontrar n’Ele a cura para voltar a caminhar. Não para uma igreja perfeita — ela não existe —, mas para uma comunidade que aprende, cresce e busca refletir o amor de Jesus.

Porque, no fim, o que mantém alguém perto de Deus não é a religiosidade, e sim o encontro real com o Salvador.

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