Quando o perigo começa dentro de nós


Vladimir Chaves

“Cada um, porém, é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” Tiago 1:14-15

Vivemos em um tempo em que é comum culpar tudo e todos pelos erros que cometemos. Culpa-se o governo, a família, o ambiente, a sociedade, o estresse, as circunstâncias…, mas Tiago 1:14-15 nos lembra de algo desconfortável e extremamente verdadeiro: o maior campo de batalha está dentro de nós.

Segundo Tiago, a tentação não aparece do nada e nem é enviada por Deus. Ela nasce quando nossos próprios desejos começam a nos puxar para longe da vontade d’Ele. É como se cada um carregasse dentro do coração pequenas sementes que, se não forem vigiadas, podem criar raízes perigosas.

Hoje essas “iscas” aparecem em muitas formas:

A vontade de responder com raiva, só porque estamos irritados.

O impulso de dar uma olhada naquele conteúdo que sabemos que não agrada a Deus.

O desejo de falar mal de alguém, apenas para parecer superior.

A tentação de mentir “só um pouquinho”, para facilitar a vida.

A inveja disfarçada de “curiosidade” sobre a vida dos outros.

Essas coisas parecem pequenas e inofensivas. Mas Tiago explica que é assim que tudo começa.

Primeiro o desejo aparece. Depois nós o alimentamos. Em seguida, ele cresce. E quando percebemos, aquele pensamento que parecia tão simples já virou um comportamento, uma ação, um pecado, e esse caminho sempre conduz à morte: morte da paz, da consciência, da alegria, dos relacionamentos e da comunhão com Deus.

A grande lição de Tiago para os nossos dias é esta:

o pecado não nasce no momento da ação, mas no momento em que aceitamos o desejo errado.

A vitória, portanto, não começa quando tentamos resistir ao pecado final, mas quando aprendemos a identificar e rejeitar a semente.

Em vez de alimentar a raiva, escolha o silêncio.

Em vez de cultivar a inveja, escolha a gratidão.

Em vez de seguir o impulso, escolha a vontade de Deus.

Não é fácil, e Tiago nunca disse que seria. Mas é libertador.

Porque quando cuidamos do coração, cuidamos do caminho. E quando tratamos os desejos logo na raiz, evitamos que eles transformem nossa vida em um campo de destruição.

Que hoje seja um dia de vigilância interna e de decisão espiritual: não permitir que o desejo errado seja gestado dentro de nós.

Que Cristo governe nossos pensamentos antes que eles se transformem em ações.

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