“E o juízo se retirou para trás, e a justiça se pôs longe;
porque a verdade tropeçou na praça, e a retidão não pôde entrar. Sim, a verdade
falta; e quem se desvia do mal se faz presa. E o Senhor viu isso, e foi mau aos
seus olhos que não houvesse justiça.” (Isaías 59:14–15)
Essas palavras do profeta Isaías atravessaram os séculos e hoje
ecoa com força na realidade do Brasil de hoje. O texto descreve uma sociedade
onde a justiça foi afastada, a verdade caiu em público e fazer o que é certo se
tornou motivo de perseguição. Não é difícil reconhecer esse cenário ao nosso
redor.
Vivemos em um país onde, muitas vezes, a verdade é
relativizada, manipulada ou simplesmente descartada quando não convém. Nos
debates públicos, nas instituições e até nas relações cotidianas, a mentira
encontra espaço, enquanto a honestidade é tratada como ingenuidade. A “praça”,
que hoje pode ser entendida como a política, a mídia, as redes sociais e os
tribunais, tornou-se um lugar onde a verdade tropeça e é ridicularizada.
Isaías afirma que “quem se desvia do mal se faz presa”. No
Brasil, isso se manifesta quando cidadãos corretos são atacados, quando valores
morais são invertidos e quando defender o que é justo, ético e verdadeiro gera
isolamento, críticas ou represálias. O errado passa a ser normal, e o certo,
inconveniente.
O mais grave, porém, não é apenas a crise social, mas a crise
espiritual. Assim como em Israel, o afastamento da justiça é resultado do
afastamento de Deus. Quando o pecado é tolerado, a injustiça se torna regra.
Quando a verdade é rejeitada, o caos moral se instala.
Mas o texto não termina no desespero. Ele afirma que o Senhor
viu. Deus não está alheio ao que acontece no Brasil. Ele vê a corrupção, a
violência, a inversão de valores e a dor dos que sofrem injustiça. E mais: “foi
mau aos seus olhos que não houvesse justiça”. Isso revela que Deus se
entristece, mas também se posiciona.
Isaías 59 aponta que, quando os homens falham, o próprio Deus
age. A esperança do Brasil não está apenas em reformas políticas ou mudanças de
sistema, mas em um retorno à verdade, à justiça e ao temor do Senhor. A
transformação começa no coração, passa pela família e se reflete na sociedade.
Este texto nos chama à reflexão pessoal: temos sido parte do
problema ou instrumentos de justiça? Temos defendido a verdade ou nos calado
diante da mentira? Em tempos em que a verdade tropeça, Deus continua procurando
pessoas que permaneçam firmes, mesmo quando fazer o bem tem um custo.
Porque, ainda hoje, o Senhor vê. E Ele continua sendo justo.


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