Ao analisarmos
cuidadosamente o texto de 1 Coríntios 3:1–9, percebemos que muitas
igrejas de hoje não se diferenciam muito da igreja de Corinto, descrita por
Paulo. Havia ali uma aparência de maturidade espiritual, mas a essência
revelava o contrário.
No capítulo 3 da primeira
carta aos coríntios, vemos que a comunidade era formada por crentes imaturos:
“Eu, porém, irmãos, não vos
pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em
Cristo.” (1 Co 3:1)
Paulo deixa claro que os
coríntios não eram escravos do pecado, mas não haviam amadurecido. Eram
“crianças em Cristo”. Sua tristeza era perceber que, mesmo com anos de
caminhada na fé, continuavam mimados e imaturos, disputando por coisas pequenas
e irrelevantes.
O pastor Clint Archer, em
seu artigo “5 Signs of Spiritual Maturity”, expressa bem essa ideia ao dizer:
“Não é errado para um novo
convertido ser imaturo, assim como não é errado uma criança ser infantil. A
infantilidade só é irritante em um adulto. Quando uma criança de quatro anos
veste uma capa, uma cueca por sobre a calça, alegando ter visão de raio-x, isso
é fofo. Quando o seu pai faz isso, é preocupante!”
Na vida cristã, o mesmo
princípio se aplica. Quando um crente com muitos anos de ministério se magoa
por qualquer motivo, se prende a picuinhas que nada edificam, ou usa o púlpito
como palmatória para ofender em vez de edificar, isso é sinal claro de imaturidade
espiritual.
No versículo 1, Paulo
recorda seu primeiro contato com os coríntios durante sua segunda viagem
missionária e confessa que não podia tratá-los como espirituais. No versículo
2, ele lamenta que, mesmo com o passar do tempo, a situação não havia mudado:
“Leite vos dei a beber, não
vos dei alimento sólido, porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora
podeis, porque ainda sois carnais.”
Infelizmente, essa realidade
pouco mudou. Ainda hoje, Paulo veria os mesmos sintomas de imaturidade entre
muitos cristãos.
Sinais de Imaturidade
Espiritual (1 Co 3:3–9)
1. Ciúmes entre irmãos (v.
3)
A imaturidade se manifestava
nas relações dentro da igreja. O ciúme gerava contendas e divisões,
enfraquecendo o testemunho cristão.
2. Partidarismo na igreja
(v. 4)
Alguns membros exaltavam
Paulo, outros Apolo, outros Cefas. Amar um líder é normal, mas colocá-lo num
pedestal acima do próprio Cristo é idolatria e infantilidade espiritual.
Dividir a igreja por preferências humanas é sinal de carne e não de Espírito.
3. Esquecimento de quem
realmente faz crescer (v. 6–7)
“Eu plantei, Apolo regou;
mas Deus é quem dá o crescimento.”
Paulo lembra que foi ele
quem plantou a semente do Evangelho em Corinto, e Apolo a regou. Mas ambos
reconheciam: sem a graça de Deus, o trabalho seria inútil.
A maturidade espiritual
entende que todo crescimento vem de Deus, não da eloquência, carisma ou cultura
humana.
4. Unidade no serviço (v.
8–9)
Enquanto os coríntios
brigavam entre si, Paulo e Apolo trabalhavam em unidade, conscientes de que
serviam ao mesmo Senhor.
“Porque de Deus somos
cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.”
Eles não buscavam glória
pessoal, mas serviam humildemente como cooperadores de Cristo.
Conclusão
O crente imaturo vive
dominado por ciúmes, contendas e partidarismos.
O crente maduro busca
unidade e humildade, mesmo em meio às adversidades.
Os imaturos dão crédito aos
homens pelo seu crescimento espiritual; os maduros reconhecem que tudo vem de
Deus.
Os imaturos pensam que são
alguma coisa; os maduros sabem que sem Cristo nada são.
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz
às igrejas” Apocalipse 2:7


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