Pesquisa realizada pela
Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil) mostra que
67,79% dos inquéritos instaurados em 2022 na região Nordeste foram
solucionados. Os estados com números mais expressivos de resolutividade e
elucidação são Alagoas, com 86% entre janeiro e agosto, Maranhão, com 96,65%, e
o Ceará, com 68%, no ano de 2022.
No Nordeste, também se
destacam os índices de solução de homicídios, roubos e violência doméstica.
Sergipe, por exemplo, solucionou 83,41% do casos de homicídios ocorridos no ano
passado.
O delegado Rodolfo Queiroz
Laterza, presidente da Adepol, explica que o levantamento é feito a pedido da
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos
Deputados desde 2021.
“Baseado em fontes
oficiais, com dados fornecidos diretamente por cada instituição policial
demandada, esse é um estudo inédito e embasado sobre os índices de
resolutividade e elucidação de inquéritos policiais das Polícias Civis e da
Polícia Federal”, diz Laterza.
Os quesitos apresentados
foram vinculados à existência de algum índice de resolução de inquéritos
policiais em base anual na Polícia Civil. Caso existente, qual foi o indicador
de resolutividade, considerando a proporção entre inquéritos instaurados e
relatados, e quais os indicadores de resolutividade de inquéritos de crimes de
homicídio, patrimônio e violência doméstica, considerando o mesmo parâmetro de
aferição.
“No âmbito da Polícia
Federal, o índice de resolução de inquéritos em 2021 foi de 81,29%, e dos
relatados até 31/08/2022, 82,31% tiveram solução. Já os indicadores de crimes
de homicídio, art. 121 e seus parágrafos, o índice de solução foi de 78,38% em
2021 e 80,46% em 2022, números comparáveis àqueles apresentados pelos EUA, 66%,
e superiores aos Inglaterra, 7,8%” detalha o presidente da Adepol.
A pesquisa foi feita com os 26 estados mais o Distrito Federal, e a média aritmética nacional (tabela abaixo) de resolução de inquéritos corresponde a 64,16% de elucidação em 2022.
Na visão da Associação, a
metodologia aplicada e os quesitos apresentados produzem um rico substrato
documental e estatísticos das instituições, abrangendo, inclusive, o déficit de
efetivo, o subfinanciamento crônico e o sucateamento progressivo das Polícias.
“Esses números são
significativos e podem ser atribuídos ao trabalho abnegado e dedicado de todos
os servidores das Polícias Civil e Federal”, conclui Laterza.
Estados Inquéritos conclusos
Acre - 57%
Paraíba - 38%
Alagoas - 86%
Paraná 71,9%
Amapá 74,5%
Pernambuco 63,51%
Amazonas 60%*
Piauí Não informou
Bahia 39,02%
Rio de Janeiro 56,65%
Ceará 68%
Rio Grande do Norte Não
informou
Distrito Federal 58%
Rio Grande do Sul 80%
Espírito Santo 54,66%*
Rondônia 80,93%
Goiás 61,89%*
Roraima 31,07%
Maranhão 96,65%
Santa Catarina 31%
Mato Grosso 93,51%
São Paulo 26,2%
Mato Grosso do Sul 94,9%*
Sergipe 83,41%*
Minas Gerais 72,26%*
Tocantins 35,4%
Pará 89,59%
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