O Brasil é um dos países
mais perigosos para exercer a profissão de jornalista, afirmou o coordenador
para as Américas do Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), Carlos Lauría,
na quarta-feira (12) no lançamento do último relatório do grupo, na sede da ONU
em Nova York.
“O número de jornalistas
mortos cresceu nos últimos anos e a resposta oficial do governo tem sido
insuficiente. O Brasil se converteu em um país perigoso para o exercício do
jornalismo. Os jornalistas, especialmente no interior do país, têm problemas
quando investigam casos de corrupção. E nos casos de censura, o Brasil também
[tem] este problema”, disse Lauría à Rádio ONU.
Segundo o documento
“Ataques à Imprensa”, cujo lançamento recebeu o apoio da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Síria é o país mais
perigoso para ser um profissional da mídia, já que, no ano passado, 29 deles
foram assassinados. Em seguida vem Egito e Iraque.
Ao todo, afirma o Comitê,
70 jornalistas morreram em 2013, a maioria durante as coberturas de conflito, e
outros 25 casos estão sob investigação para saber se os assassinatos estão
relacionados à profissão.
Outras tendências em 2013
observadas pelo grupo são novas leis para reprimir a liberdade de imprensa no
Equador, Libéria, Rússia e Vietnã; demissões solicitadas pelo governo da
Turquia; aumento do sequestro de jornalistas na Síria e repressão ao jornalismo
online na Rússia e em Bangladesh.
A página do CPJ na
Internet aponta que o Brasil é o décimo no ranking mundial da impunidade relacionada
a crimes contra a imprensa. Também destaca 98 casos de violações à liberdade de
imprensa em 2013 e o fato de o país ser o campeão de pedidos judiciais para a
retirada de conteúdo do Twitter.
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