O senador Eduardo Girão
(Novo-CE) defendeu o fim das "indicações políticas" para tribunais
superiores. Ele entende que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) agiu como um
"tribunal político" ao cassar os mandatos do ex-deputado e
ex-procurador Deltan Dallagnol e do ex-deputado estadual Delegado Francischini
e ao tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível.
“Está errado se tirar um
mandato, a possibilidade de uma nova eleição do ex-presidente por motivo de uma
reunião com embaixadores [...] para apresentar inquietações e dúvidas que havia
sobre o sistema eletrônico eleitoral brasileiro, quando buscou trazer ao debate
público tantas interrogações que existem no país, que existem no povo
brasileiro sobre esse tema” afirmou o senador, por entender que nenhum assunto
deve ser proibido em uma democracia.
Para ele, há "dois
pesos e duas medidas", já que há políticos que fazem críticas a decisões
judiciais e o sistema eleitoral sem serem punidos. "Para um lado pode
tudo; para o outro, nada. Punição completa", disse, condenando ainda o que
chamou de "ativismo judicial", com aquiescência do Senado, que não
analisa pedidos de impeachment de ministros de tribunais superiores.
Foro de São Paulo
No pronunciamento, o
senador também criticou o 26º encontro do Foro de São Paulo, em Brasília,
ocorrido na quinta-feira (29). O grupo reúne partidos políticos e
organizações de esquerda da América Latina. Para o parlamentar, o evento
foi “vergonhoso” e jamais deveria ter contado com a participação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Girão condenou declaração
de Lula em defesa do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao afirmar que
“conceito de democracia é relativo”.
‘Todos os dias, irmãs e
irmãos venezuelanos atravessam a fronteira, desesperados, com a roupa do corpo.
Deixam tudo no seu país. Tudo que construiu, trabalhou para conseguir
conquistar, fugindo da fome e da perseguição de um governo como aquele, do
Maduro, que humilha a oposição, que simplesmente comete todo tipo de abuso,
inclusive sexual, denunciado em cortes internacionais e organismos e que tem
tocado o terror naquele país, num projeto de poder pelo poder. Uma ditadura,
com todas as letras. O Brasil, como se não bastasse receber esse ditador com
honra de Estado aqui nesta nação [...] ainda se submete a fazer um foro de
projetos dessa turma aí para a América Latina. É mole um negócio desse?”
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