A Unicef emitiu um alerta
sobre os riscos de aplicar um lockdown (bloqueio total) de forma
indiscriminada. O modelo pode resultar na morte de mais de 1,2 milhão de
crianças, nos próximos seis meses devido à interrupção dos serviços de saúde e
suprimentos de comida.
Devido à pandemia de
covid-19, o risco de crianças morrerem de malária, pneumonia ou diarréia nos
países em desenvolvimento vem crescendo, “muito mais que qualquer ameaça
apresentada pelo coronavírus”, alertou a Unicef. O registro representa um aumento
de 45% na taxa de mortalidade infantil.
O Dr. Stefan Peterson,
chefe de saúde da Unicef, afirmou que os bloqueios impostos não são uma maneira
eficaz de controlar a doença. E ainda destacou que os governos estão confusos e
sem saber o que fazer, por isso medidas drásticas e desnecessárias vem sendo
adotadas, o que pode refletir em um prejuízo ainda maior.
“Estou preocupado que as
medidas de bloqueio tenham sido copiadas entre os países por falta de saber o
que fazer, raramente com qualquer contextualização para a situação local.
Precisamos levantar os olhos e olhar para o quadro total da saúde pública”,
disse ao The Telegraph.
A Unicef lançou a campanha
‘Save Generation Covid’. A diretora executiva da Unicef no Reino Unido, Sacha
Deshmuk, fez um apelo:
“Esta pandemia está tendo
consequências de longo alcance para todos nós, mas é sem dúvida a maior e mais
urgente crise global que crianças têm enfrentado desde a Segunda Guerra
Mundial. Não podemos permitir que quase uma década de progresso prevenindo
mortes evitáveis de crianças seja desfeita sob nossa vigilância”, disse.
As campanhas de vacinação
contra doenças como sarampo foram interrompidas em diversos países, e portanto,
pelo menos 117 milhões de crianças em todo o mundo perderão as imunizações de
rotina este ano, de acordo com a organização.
O Dr. Peterson pediu aos
países que não imponham bloqueios drásticos, e se concentrem em pontos
críticos, pois essas medidas estão impedindo as pessoas de acessar serviços
essenciais de saúde.
“Covid não é uma doença
infantil. Sim, existem casos raros e os vemos divulgados na mídia. Mas
pneumonia, diarréia, sarampo, morte no parto, essas são as razões pelas quais
veremos o aumento das mortes ”, disse o chefe de saúde. “Essas ameaças superam
em muito qualquer ameaça apresentada pelo coronavírus em países de baixa e
média renda”, completou.
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