Zelo religioso ou obediência a Cristo?


Vladimir Chaves


“Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus” João 16:2

O alerta de Jesus em João 16:2 soa hoje mais atual do que nunca. A perseguição que Ele anunciou não se limita a prisões ou mortes físicas; muitas vezes, ela se manifesta de forma silenciosa, disfarçada de “zelo espiritual”, “defesa da fé” ou “tradição religiosa”.

Ainda vemos pessoas sendo excluídas, difamadas e atacadas simplesmente por permanecerem fiéis às Escrituras. Em nome de Deus, muitos levantam palavras duras, cancelam, julgam e ferem, acreditando sinceramente que estão fazendo a coisa certa. O problema não está na intenção declarada, mas na ausência de um verdadeiro conhecimento do Pai.

A religião sem Cristo continua sendo um terreno fértil para o engano. Quando a fé se apoia mais em sistemas, líderes, datas, rituais ou tradições do que na Palavra, o coração se endurece. Nesse ambiente, o amor é substituído pelo orgulho, o discernimento pela intolerância e a verdade pela conveniência. O erro passa a ser combatido com ódio, e não com luz.

O mais perigoso é que muitos não se veem como perseguidores; consideram-se defensores da verdade. Assim como no passado, rejeitam a correção, resistem ao confronto bíblico e se fecham para o arrependimento. A expulsão da “sinagoga”, nos dias de hoje, pode significar ser afastado de círculos religiosos, rotulado, ignorado ou atacado publicamente por simplesmente permanecer fiel ao Evangelho.

Por isso, o chamado de Deus para este tempo é o mesmo revelado em Ezequiel 44:23: aprender a discernir entre o santo e o profano. Nem tudo o que usa o nome de Deus vem de Deus. Nem todo discurso religioso carrega o Espírito de Cristo. Onde não há amor, verdade e humildade, Cristo não está sendo refletido.

Jesus não prometeu aplausos, mas fidelidade. Ele não nos chamou para agradar sistemas, e sim para obedecer à Sua voz. Permanecer na verdade pode custar aceitação, mas jamais custará a presença de Deus. Que, nos dias atuais, não sejamos movidos por um zelo cego, mas por um coração quebrantado, que conhece o Pai, ama o Filho e anda na direção do Espírito.

Porque, no fim, agradar a Deus será sempre mais importante do que ser aceito pelos homens. Estejamos atentos e firmes na Palavra, pois nem toda ação feita “em nome de Deus” vem de Deus. Onde há a prática da verdadeira fé, há amor, verdade e justiça; não perseguição.

Como cristãos, somos chamados a discernir entre o zelo religioso e a obediência genuína à vontade de Cristo.

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