“E a meu povo ensinarão a
distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o
puro.” Ezequiel 44:23
A Palavra de Deus nos chama
a viver com discernimento. Em um mundo que mistura luz e trevas, verdade e
tradição humana, o cristão precisa aprender a separar o que vem do Senhor
daquilo que apenas parece vir dEle. E poucos temas revelam tão claramente essa
mistura quanto a celebração do Natal como é conhecida hoje.
A Bíblia não registra
qualquer instrução para celebrar o nascimento de Jesus em 25 de dezembro.
Aliás, não existe no Novo Testamento sequer um mandamento para estabelecer uma
data anual de comemoração. Essa data foi criada séculos depois, pelos líderes de
Roma, com a intenção de “cristianizar” povos pagãos. Em vez de abandonar os
rituais idolátricos, muitos foram apenas revestidos de linguagem cristã.
As raízes pagãs da data
O 25 de dezembro era o
período da Saturnália, uma festa em honra ao deus Saturno, divindade que
representava o tempo e a colheita. Durante esses dias, havia: trocas de
presentes, banquetes exagerados, libertinagem sexual e orgias, suspensão
temporária de regras sociais.
A ideia de alegria e
festividade foi preservada, mas a essência era totalmente pagã. Roma percebeu
que substituir o nome da festa seria mais fácil do que tentar extingui-la, e
assim nasceu a celebração do “Natal”, agora com o rótulo cristão, mas mantendo
muitos elementos anteriores.
O Festival do Sol Invicto
Outra influência direta veio
do Dies Natalis Solis Invicti, o “Dia do Nascimento do Sol Invencível”. No
solstício de inverno, celebrava-se o triunfo do sol sobre as trevas, pois os
dias voltariam a crescer.
Cristo foi associado ao “Sol
da Justiça”, e a antiga festa pagã foi absorvida com uma nova roupagem. Porém,
a origem continuou sendo idolatria ao sol, não ao Salvador.
O Papai Noel e a mitologia nórdica
O famoso “bom velhinho”
também não tem origem bíblica. Muito antes de qualquer referência cristã, povos
nórdicos celebravam o Festival de Yule, ligado ao deus Odin.
Segundo a tradição:
Odin cavalgava pelos céus
distribuindo presentes, crianças deixavam botas ou meias para receber
recompensas, existiam rituais com árvores perenes, símbolos de vida e magia.
Séculos depois, esse
personagem foi adaptado, suavizado e pintado como figura cristã, mas sua origem
continua firmada na mitologia germânica, não no Evangelho.
Discernir para honrar a Deus
O cristão não é chamado ao
fanatismo, mas sim ao discernimento. O problema não está apenas na data ou nos
costumes, mas na mistura que apaga a verdade e exalta tradições humanas como se
fossem mandamentos divinos.
Quando a Palavra diz para
distinguir entre o santo e o profano, é para que o nosso coração não seja
enganado.
Podemos e devemos celebrar o
nascimento de Cristo, mas de maneira bíblica, verdadeira, limpa, sem
tradicionalismos pagãos revestidos de espiritualidade.
A essência que precisamos resgatar
O foco da fé não está em
luzes, árvores, rituais importados ou personagens inventados. Está em Jesus, seu
nascimento humilde, sua vida perfeita, sua morte redentora e sua ressurreição
gloriosa.
Celebrar Cristo é:
lembrar seu propósito;
exaltar sua encarnação;
viver gratidão e adoração;
ensinar nossos filhos a
verdade, não a fantasia;
e manter um coração separado
para Deus, mesmo quando o mundo inteiro caminha em outra direção.