A Palavra de Deus nos conduz
a compreender uma verdade profunda e transformadora: existe uma comunhão real e
viva entre o espírito humano e o Espírito de Deus. Essa comunhão não é apenas
doutrinária, mas experiencial. À luz das Escrituras e da vivência pentecostal,
percebemos como o Espírito Santo atua de forma amorosa e contínua, despertando
a consciência, gerando fé, renovando a mente e guiando o crente em sua
caminhada diária.
Tudo começa na consciência.
O Espírito Santo desperta o ser humano para a realidade do pecado e para a
necessidade urgente do perdão. Jesus ensinou que essa é uma das primeiras obras
do Espírito: convencer do pecado, da justiça e do juízo. Esse convencimento não
visa condenar, mas conduzir ao arrependimento e à reconciliação com Deus. Ao
mesmo tempo, o Espírito remove a incredulidade do coração e produz fé por meio
da Palavra. Assim, aquilo que antes parecia distante ou incompreensível passa a
ser crido com o coração e confessado com a boca.
Nesse processo, ocorre a
regeneração; o novo nascimento. O espírito humano, antes separado de Deus, é
vivificado. Surge o “novo homem”, agora espiritual, com uma mente renovada e
sensível à direção divina. A partir daí, torna-se claro por que o homem natural
não consegue compreender as coisas espirituais: sem a ação do Espírito, elas
parecem loucura. Somente o Espírito de Deus pode revelar as verdades que
procedem de Deus.
A regeneração, porém, não é
o fim, mas o começo de uma nova jornada. O Espírito Santo assume também um
papel pedagógico em nossa vida. Ele nos ensina, nos lembra das palavras de
Jesus e nos conduz ao conhecimento das dádivas que Deus nos concede
gratuitamente. Por isso, o cristão não pode se acomodar a uma mentalidade
moldada pelos padrões deste mundo. Filosofias, ideologias e “novas” teologias
tentam influenciar a mente, mas o Espírito nos chama a discernir e a permanecer
firmes na verdade.
Essa caminhada exige uma
mente continuamente renovada. Viver segundo a vontade de Deus implica
consagração, entrega total e comunhão constante com o Espírito Santo. A
oração e a leitura das Escrituras tornam-se práticas essenciais, pois nelas
encontramos direção, sabedoria e luz para cada área da vida. Não há decisão,
desafio ou caminho em que o Espírito não possa nos orientar com segurança.
Quando paramos para ouvir o
Espírito, Ele fala ao nosso íntimo. Sua voz traz clareza em meio às dúvidas,
paz em tempos de conflito e entendimento para decisões difíceis. Ele ilumina os
“olhos do coração”, isto é, o nosso homem interior, capacitando-nos a enxergar
além do visível e a compreender as realidades eternas. Assim, passamos a viver
conscientes da esperança da vocação que recebemos e das riquezas da herança que
Deus preparou para os santos.
Ouvir o Espírito é caminhar
na luz. É permitir que Ele forme em nós uma fé viva, uma mente renovada e um
coração sensível à vontade de Deus; para esta vida e para a eternidade.


