Quando Deus nos chama para enxergar além do que vemos


Vladimir Chaves

“Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.” Jeremias 33:3

Em meio aos dias difíceis, quando tudo parece cercado e sem saída, Deus nos convida a fazer algo simples, mas poderoso: clamar. Foi assim com Jeremias. Ele estava preso, Jerusalém estava sendo destruída, o futuro parecia um grande ponto de interrogação. Nada indicava esperança. Mas é justamente nesse cenário que a voz de Deus ecoa com ternura e autoridade: “Clama a mim.”

É como se Ele dissesse: “Não olhe para a prisão, olhe para Mim. Não se desespere com o que está acontecendo, abra seu coração e fale Comigo.”

Deus sabia que Jeremias enxergava apenas o caos diante de si, mas havia muito mais acontecendo nos bastidores espirituais. Havia promessas, planos, restauração, futuro. Mesmo quando o povo via destruição, Deus via reconstrução.

Mesmo quando o profeta via muros caindo, Deus via um novo tempo chegando.

Por isso Ele acrescenta:

“Responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.”

Há respostas que só chegam quando nos colocamos aos pés de Deus. Há entendimentos que só são revelados quando paramos de olhar apenas para o problema e passamos a ouvir a voz do Senhor. Ele continua falando com quem continua clamando.

Assim como Jeremias, muitas vezes também nos sentimos cercados, limitados, presos a situações que não podemos mudar. Mas Deus nos chama a levantar os olhos. Ele está dizendo:

“Me busque. Eu tenho algo maior do que o que você está vendo agora.”

O caos não é o fim. A dor não é o final da história. A pressão não define o seu futuro.

Deus ainda anuncia coisas grandes. Ele ainda revela o que está escondido aos olhos naturais. Ele ainda transforma cenários impossíveis em testemunhos de restauração.

Clamar é confiar. Ouvir é descansar. Crer é enxergar além do visível.

E assim, como Jeremias, descobrimos que Deus sempre tem algo maior preparado; mesmo quando tudo ao redor parece ruínas. Porque, para cada muro que cai, há um plano divino que se levanta. Porque, para cada lágrima, há uma resposta a caminho. Porque, para cada oração, há um Deus que diz:

“Eu vou te mostrar.”

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

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Epafrodito: o exemplo de cristão comum que marcou a história


Vladimir Chaves

Quando pensamos em personagens marcantes do Novo Testamento, geralmente lembramos de Paulo, Pedro, João, Marcos ou Lucas. Mas, entre esses grandes nomes, surge um personagem aparentemente simples, quase anônimo, cuja vida e atitude deixaram uma marca profunda na Igreja: Epafrodito, membro da congregação de Filipos.

Apenas em Filipenses 2:25–30 e 4:18 encontramos informações sobre ele. Contudo, essas poucas linhas revelam

muito sobre a importância desse cristão comum, que não pregou sermões famosos, não escreveu cartas, nem realizou sinais extraordinários, mas viveu um cristianismo autêntico, fiel e sacrificial.

Um homem comum, mas altamente honrado por Paulo

Paulo descreve Epafrodito com títulos impressionantes: “irmão”, “cooperador” e “companheiro de lutas” (Fp 2:25)

Essas palavras mostram que Epafrodito não era apenas um membro de igreja; ele era alguém de confiança, que caminhava ao lado do apóstolo com maturidade espiritual. Enquanto muitos buscavam prestígio, ele servia em silêncio.

Um servo disposto ao sacrifício

Epafrodito foi enviado pela igreja de Filipos para cuidar de Paulo enquanto estava preso. Essa missão exigia coragem: visitar prisioneiros romanos poderia despertar suspeitas e até punições. Ele enfrentou riscos, cruzou longas distâncias e, ao chegar, ficou gravemente enfermo, quase morrendo (Fp 2:27,30).

Paulo afirma: “por causa da obra de Cristo, chegou às portas da morte” (Filipenses 2:30)

Epafrodito não buscava glória. Ele buscava obedecer, amar, servir, mesmo que isso lhe custasse a própria vida.

Um coração sensível e espiritual

Mesmo doente, Epafrodito não estava preocupado consigo. Paulo diz que:

“ele estava angustiado porque havíeis ouvido que estivera doente” (Filipenses 2:26)

Enquanto muitos, nos dias de hoje, se preocupam com autoimagem e reconhecimento, Epafrodito estava preocupado com o coração da igreja, não com sua própria dor.

Uma vida que trouxe alegria à igreja e ao apóstolo

Epafrodito levou o sustento financeiro enviado pelos filipenses a Paulo (Fp 4:18), trouxe consolo, amizade, apoio e serviu como um verdadeiro representante do amor da igreja.

Paulo ordena: “Recebei-o pois no Senhor com toda alegria, e honrai homens como ele” (Filipenses 2:29)

Ou seja: a Bíblia manda honrar cristãos como Epafrodito; pessoas simples, mas fiéis; discretas, mas indispensáveis.

O exemplo de Epafrodito para os dias atuais

Vivemos um tempo em que muitos querem palco, posição, visibilidade e influência. Mas Epafrodito nos lembra que:

Deus usa pessoas comuns

Ele não era apóstolo, profeta, líder de igreja ou pregador. Era apenas um crente fiel, e isso foi mais do que suficiente para marcar a história bíblica.

A Igreja depende de servos anônimos

A obra de Deus avança pelo trabalho de pessoas que ninguém aplaude: intercessores, voluntários, ofertantes, visitantes de enfermos, evangelistas simples, irmãos que servem em silêncio.

O verdadeiro valor está no serviço, não no destaque

Epafrodito não buscava ser lembrado, mas é lembrado até hoje porque serviu com amor sacrificial.

Cristãos como Epafrodito ainda são necessários

Gente que cuida dos outros.

Que se preocupa com a dor do próximo.

Que coloca o reino de Deus acima do próprio conforto.

Que faz o que Deus manda, mesmo que ninguém veja.

Epafrodito é a prova viva de que não é o tamanho da função que define a grandeza, mas a disposição em servir. Ele representa todos os cristãos comuns que, nos bastidores, fortalecem a Igreja de Cristo. Seu exemplo continua ecoando nos dias atuais, desafiando cada um de nós a viver um cristianismo real, generoso, humilde e fiel.

Como Paulo disse, que a igreja de hoje também saiba honrar homens e mulheres como Epafrodito.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

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Quando os pastores se esquecem das ovelhas


Vladimir Chaves


“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! diz o Senhor. Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor.” Jeremias 23:1–2

As palavras de Jeremias ecoam com uma força impressionante nos nossos dias. O Senhor direciona um alerta severo àqueles que deveriam cuidar do seu povo, mas que se desviaram do propósito. Embora ditas há mais de dois milênios, essas palavras se encaixam perfeitamente na realidade espiritual atual.

Hoje, vivemos tempos em que muitos líderes espirituais se preocupam mais com visibilidade do que com cuidado; mais com autoridade do que com responsabilidade; mais com estruturas do que com almas. E o texto de Jeremias nos lembra de algo essencial: Deus sempre observa como seus pastores tratam suas ovelhas.

Quando Ele diz: “Vocês dispersaram e afugentaram as minhas ovelhas”, não fala apenas de erros administrativos, mas de corações feridos, fé abalada e vidas que se afastam porque não foram cuidadas. Há pessoas que chegam à igreja quebradas, mas saem ainda mais machucadas porque encontraram liderança sem compaixão, sem atenção e sem verdade.

Mas a mensagem não é apenas de denúncia. É também um consolo.

Deus afirma que pedirá contas dos que negligenciam o rebanho. Isso significa que a injustiça espiritual não passa despercebida. Aquele que vê o oculto também vê a ovelha que chora e o pastor que ignora. E Ele promete: as ovelhas são dEle, e Ele não permitirá que sejam abandonadas.

Essa passagem é um chamado à reflexão.

Líderes, sãos chamados a cuidar, e não a controlar.

A aproximar, e não a dispersar.

A visitar, e não a ignorar.

E se somos ovelhas, essa palavra nos lembra que, acima de qualquer liderança humana, existe um Pastor perfeito que jamais falha: Cristo, o Renovo Justo anunciado logo adiante nos versículos 3 e 4.

Que esta reflexão nos leve a uma busca sincera: líderes mais sensíveis ao coração de Deus e ovelhas mais firmes no Pastor verdadeiro.

Porque o rebanho é dEle, e Ele cuida.

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Renunciar a própria vontade para seguir a de Cristo


Vladimir Chaves

Renunciar à própria vontade é um dos maiores desafios da fé cristã. Isso porque, desde o Éden, o ser humano luta com o desejo de decidir por si mesmo o que é certo, conveniente ou desejável. Porém, quando Cristo nos chama, Ele nos convida a algo maior do que nossas inclinações naturais: Ele nos chama a viver sob o governo dEle, não sob o nosso próprio.

Jesus não escondeu o custo desse chamado. Pelo contrário, deixou claro que segui-lo envolve uma decisão diária, consciente e profunda. Ele declarou:

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24)

Negar a si mesmo não é anular a personalidade, os sonhos ou a identidade, mas submeter tudo isso ao senhorio de Cristo. É dizer: “Senhor, meus caminhos, desejos e planos podem ser bons, mas os Teus são perfeitos”. É confiar que a vontade dEle não nos empurra para o sofrimento sem propósito, mas nos conduz ao centro da verdadeira vida.

O apóstolo Paulo expressa essa entrega de maneira magistral: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas 2:20)

Quando Paulo diz “não mais eu”, ele não está falando de abandono da vida, mas de entrega. Ele reconhece que sua vontade, sem Cristo, tende ao egoísmo, ao pecado e à autossuficiência. Mas quando Cristo governa o interior, a vida ganha direção, propósito e força.

Renunciar à própria vontade também significa confiar na sabedoria divina, mesmo quando não entendemos o que Deus está fazendo. No Getsêmani, Jesus mostrou o maior exemplo de rendição:

“Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42)

A submissão de Cristo à vontade do Pai abriu o caminho da salvação. Da mesma forma, nossa submissão diária abre espaço para que a graça transforme nosso caráter, nossos relacionamentos e nossa missão.

Seguir a vontade de Cristo implica:

1. Obedecer, mesmo quando é difícil

A obediência nem sempre coincide com o nosso conforto. Mas Deus honra os que se rendem à Sua Palavra.

“Melhor é obedecer do que sacrificar.” (1 Samuel 15:22)

2. Confiar, mesmo sem respostas

Há momentos em que parece mais fácil seguir nossos impulsos do que esperar em Deus, mas a Bíblia declara:

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.” (Provérbios 3:5)

3. Transformar a mente

A renúncia começa no coração, mas permanece pela renovação da mente.

“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

Renunciar à própria vontade para seguir a de Cristo não é perda, mas ganho. É deixar para trás uma vida dirigida por impulsos e assumir uma caminhada conduzida pela sabedoria eterna. É trocar o controle limitado que temos pela direção perfeita do Senhor.

Quem renuncia por Cristo descobre que Ele nunca pede algo para empobrecer a alma, mas sempre para libertá-la. E, no fim, percebemos que a vontade dEle é infinitamente melhor do que tudo aquilo que poderíamos planejar para nós mesmos.

Se você deseja seguir a Cristo, comece por entregar a Ele o governo do seu coração. A verdadeira vida está do lado de dentro da rendição.

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

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Uma reflexão bíblica sobre o perigo interno, a obra da graça e o caminho da vitória.


Vladimir Chaves

A Bíblia nos ensina que o ser humano é composto de corpo, alma e espírito. Cada parte pode ser usada para glorificar a Deus ou pode ser afetada pelo pecado. Porém, entre todos os tipos de pecado, os mais perigosos são aqueles que se instalam no espírito, justamente na área mais profunda do nosso ser, onde Deus deseja habitar e agir.

Pecados do espírito: o perigo que nasce por dentro

Existem pecados visíveis, como os cometidos pelo corpo, e existem pecados perceptíveis, como os que ocorrem na alma por meio dos pensamentos. Mas há também os pecados do espírito, mais sutis e muitas vezes escondidos: orgulho, soberba, vanglória, arrogância, inveja.

A Palavra mostra que esses pecados são especialmente destrutivos (Pv 16.18). Eles não apenas ferem quem os pratica, mas corroem relacionamentos, abrem portas para contendas e espalham divisão (Tg 3.13-16). Muitas atitudes exteriores (explosões de ira, discussões, maledicências) são sintomas de um coração já intoxicado por esses venenos interiores.

O exemplo de Neemias é esclarecedor: mesmo diante da soberba e da inveja de Sambalate e Tobias, ele permaneceu firme, vigilante e em oração (Ne 4.1-8). Assim também precisamos agir. As oposições podem ser constantes e disfarçadas, mas a ordem bíblica permanece: “não te deixes vencer do mal” (Rm 12.21). A vitória começa em manter o espírito alinhado com Deus.

Raízes do pecado: uma transformação que começa no coração

Paulo ensina que Deus deseja santificar o ser humano por completo (espírito, alma e corpo) (1Ts 5.23). A ordem não é aleatória. No Éden, Deus formou o corpo e soprou o espírito (Gn 2.7). Mas na redenção, o processo se dá do interior para o exterior: primeiro o espírito é vivificado, depois a alma é transformada e, por fim, o corpo será plenamente redimido (1Pe 1.23; Rm 8.23).

O problema do pecado não começa no comportamento, mas na raiz, no coração (Mt 15.19). Por isso, a verdadeira santificação é sempre um movimento de dentro para fora (Ez 36.26-27; Gl 5.22). Quando alguém tenta mudar apenas o exterior, cai inevitavelmente no legalismo e se afasta da verdadeira graça (Ef 2.8-10). Deus não quer apenas bons hábitos; Ele quer um coração transformado.

Vencendo o pecado: não por força humana, mas pela graça

A força dos pecados enraizados no espírito não pode ser quebrada por disciplina humana. A vitória vem quando deixamos de confiar em nós mesmos e nos rendemos totalmente à ação da graça de Deus (Rm 6.14; Hb 10.10). É o Espírito Santo quem nos liberta da lei do pecado e da morte (Rm 8.2).

O que para nós é impossível, para Deus é plenamente possível (Rm 8.3-4). Mas há um caminho bíblico para que essa libertação se manifeste: humildade e mansidão, as marcas do próprio Cristo (Fp 2.3-8). Orgulho e arrogância são incompatíveis com uma vida espiritual saudável. Quando contendas, inclusive públicas, são justificadas “em nome de Cristo”, revela-se que ainda não compreendemos o verdadeiro evangelho. Afinal, “ao servo do Senhor não convém contender” (2Tm 2.24).

A ordem é clara: purificar-nos de todos os pecados (inclusive os do espírito) e aperfeiçoar a santificação no temor de Deus (2Co 7.1).

Guardando aquilo que é essencial

O espírito é o âmago do ser humano. É nele que Deus habita, fala e transforma. Por isso, não permita que os cuidados da vida ou as pressões do dia a dia abafem sua sensibilidade espiritual. Quando o espírito é fortalecido pela presença de Deus, a alma encontra paz e o corpo recebe vigor para enfrentar a jornada.

Viver em santificação é mais do que evitar erros externos: é cultivar um coração humilde, dependente, cheio do Espírito, caminhando diariamente rumo ao Céu.

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A paz que engana não cura


Vladimir Chaves

“Tratam da ferida do meu povo como se fosse coisa leve, dizendo: Paz, paz, quando não há paz.” Jeremias 8:11

Há momentos em que o ser humano prefere ouvir palavras que confortam do que palavras que curam. Hoje, como nos dias de Jeremias, muita gente se acostumou a buscar “paz” nas coisas rápidas, fáceis e superficiais. Uma mensagem motivacional, um conselho que afaga, uma frase bonita… e pronto: parece que tudo está resolvido. Mas no fundo, o coração continua ferido, a alma continua doendo e a vida continua sem direção.

Jeremias denuncia exatamente isso: tratamento superficial para feridas profundas. E isso ainda acontece nos nossos dias.

Vivemos tempos em que muitos evitam a verdade porque a verdade incomoda. Preferem ouvir que “está tudo bem”, mesmo quando não está. Preferem alguém que diga “vai passar”, mesmo quando é preciso reconhecer que algo precisa mudar. E assim, repetimos o erro do passado: colocamos curativos sobre feridas que precisam de cura verdadeira.

A falsa paz é confortável, mas não transforma. É como apagar a notificação do celular sem resolver o problema. A dor fica lá, escondida atrás de um silêncio que engana.

Deus, porém, não age assim.

Ele não mascara feridas; Ele cura.

Ele não dá palavras vazias; Ele traz verdade.

Ele não oferece ilusões; Ele oferece restauração.

E para receber essa restauração, é preciso coragem para encarar o que está machucado. É preciso aceitar que algumas mudanças são necessárias, que alguns caminhos precisam ser deixados para trás, que algumas rachaduras precisam ser expostas para que Ele possa tocar.

A mensagem de Jeremias continua ecoando hoje: não aceite uma paz que só anestesia, busque a paz que cura.

A verdadeira paz não vem de palavras bonitas, mas da verdade de Deus trabalhando dentro de nós, limpando, restaurando e renovando tudo que parecia perdido. É essa paz que transforma a vida e o coração. É essa paz que permanece.

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Só há um motivo verdadeiro para se orgulhar


Vladimir Chaves

“Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se em me conhecer.” (Jeremias 9:23–24)

Vivemos em um tempo em que as pessoas correm atrás de muitas coisas: diplomas, seguidores, dinheiro, status, influência. A pressão para “ser alguém” nunca foi tão grande. Somos empurrados o tempo todo a provar que somos fortes, inteligentes e bem-sucedidos.

Mas Deus nos lembra de algo que atravessa os séculos: nada disso é garantia de paz, propósito ou segurança.

A sabedoria humana falha. A força passa. As riquezas mudam de valor. A vida pode virar de ponta-cabeça de uma hora para outra, e tudo aquilo que parecia sólido simplesmente desmorona.

Deus, então, nos aponta um caminho de liberdade: “Se você quiser se orgulhar de alguma coisa, orgulhe-se de Me conhecer.”

É como se Ele dissesse: “Não construa sua identidade no que você faz, mas em quem Eu sou.

Não se apoie no que você possui, mas no que Eu posso fazer.

Não coloque sua segurança em coisas que passam, mas em Mim, que não passo.”

Nos dias de hoje, isso significa parar de medir o valor da vida pelos resultados e começar a medir pela relação com o Criador.

Significa entender que a maior riqueza não está na conta bancária, mas no coração que conhece a Deus.

Significa lembrar que força não é musculatura ou poder social, mas confiança naquele que sustenta todas as coisas.

Deus se agrada de quem busca misericórdia, justiça e verdade, e isso só nasce em nós quando O conhecemos de verdade.

Que o nosso maior motivo de alegria seja este:

somos conhecidos por Deus e podemos conhecê-Lo todos os dias.

Porque quando tudo ao redor se abala, é essa certeza que permanece.

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Quando Deus se torna o nosso maior prazer


Vladimir Chaves

“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração.” Salmos 37:4

Em um mundo onde quase tudo nos empurra para a pressa, comparação e ansiedade, este versículo nos lembra de algo simples e profundo: a verdadeira satisfação nasce quando encontramos prazer em Deus, e não nas circunstâncias ao nosso redor.

Hoje, muitas pessoas passam a vida correndo atrás de coisas que acreditam que trarão felicidade; reconhecimento, estabilidade, conquistas, status, resultados imediatos. Mas a Palavra nos chama para um caminho diferente: não buscar primeiro o que desejamos, mas buscar primeiro a Deus.

Agradar-se do Senhor não é uma obrigação pesada; é uma mudança de foco. É quando o coração descobre alegria em estar com Deus, ouvir sua voz, confiar em seus planos e descansar em sua fidelidade. Não é algo místico, é prático. É acordar e entregar o dia a Ele. É escolher confiar mesmo quando não entendemos. É decidir que Deus é maior que qualquer insegurança, maior que qualquer comparação, maior que qualquer notícia ruim.

E é justamente nesse lugar de comunhão e confiança que algo lindo acontece: Deus molda nossos desejos. O coração que antes pedia apenas por soluções rápidas e caminhos fáceis passa a desejar aquilo que realmente tem valor: paz, propósito, direção, maturidade, relacionamentos saudáveis, vida transformada. E Deus, que conhece cada detalhe do nosso interior, começa a realizar esses desejos que Ele mesmo plantou.

O versículo não é uma fórmula para receber tudo o que queremos; é um convite para que Deus transforme o que queremos. E quando nossos sonhos se alinham ao coração dEle, a vida ganha novo sentido, o peso diminui, e até as batalhas ficam mais leves, porque sabemos que não estamos caminhando sozinhos.

Agradar-se do Senhor é escolher diariamente que Deus será a nossa maior alegria.

E quem encontra alegria nEle, encontra também a realização que o mundo não pode oferecer.

domingo, 23 de novembro de 2025

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A Igreja precisa voltar à Graça e abandonar o jugo da religião


Vladimir Chaves

A carta aos Gálatas é um dos mais fortes apelos de Paulo para que a igreja retorne ao essencial do Evangelho: a Graça de Cristo. Aqueles cristãos estavam sendo levados a trocar a liberdade do Espírito pelo jugo pesado da religião, e Paulo não hesita em corrigir, alertar e chamar de volta ao único caminho que salva.

“É para a liberdade que Cristo nos libertou. Permaneçam, pois, firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão.”  Gálatas 5:1

O mesmo espírito que tentou aprisionar os gálatas, impondo regras, tradições humanas e exigindo méritos pessoais, ainda atua hoje. Muitos servem não por amor, mas por medo; não vivem pela fé, mas pela cobrança; não experimentam alegria, porque estão ocupados tentando “merecer” aquilo que Cristo já conquistou na cruz.

Paulo é direto: qualquer evangelho que substitua a Graça por esforço humano, não é o Evangelho de Cristo.

“Estou admirado que vocês estejam se afastando tão depressa daquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho, que na realidade não é outro.”  Gálatas 1:6-7

A religião tenta mudar o exterior, mas a Graça transforma o coração. A religião exige obras para aceitar o pecador; a Graça aceita o pecador para depois gerar boas obras. A religião coloca pesos; a Graça coloca asas.

E Paulo lembra que voltar à antiga lógica de merecimento é como anular a cruz:

“Anulo a graça de Deus; pois, se a justiça vem pela lei, Cristo morreu inutilmente!” Gálatas 2:21

Quando a igreja se esquece disso, ela perde sua alegria, sua leveza e sua missão. Torna-se crítica, pesada, cansada, exatamente como os gálatas estavam se tornando. O chamado de Paulo ecoa hoje:

Voltem à liberdade. Voltem à fé. Voltem à Graça.

Não somos sustentados por regras, mas pelo Espírito:

“Se vocês são guiados pelo Espírito, já não estão debaixo da lei.” Gálatas 5:18

E onde o Espírito governa, há fruto verdadeiro; fruto que não nasce da pressão, mas da transformação interior:

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” Gálatas 5:22-23

A mensagem de Gálatas continua atual porque o mesmo espírito religioso ainda tenta aprisionar muitos hoje. Mas a cruz continua sendo a porta para a liberdade, e o Espírito continua sendo o caminho para uma vida de verdadeira transformação.

Que cada cristão e cada igreja ouçam novamente o clamor de Paulo: Voltem à Graça. Permaneçam na liberdade. Vivam pelo Espírito.

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Influências que sufocam o propósito de Deus


Vladimir Chaves

“Eu mesmo te plantei como vide excelente… como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada?” Jeremias 2:21

Se esse texto fosse escrito hoje, ele soaria como um alerta amoroso de Deus a uma geração que Ele criou com propósito, mas que é constantemente bombardeada por distrações, pressões e filosofias que tentam deformar aquilo que Ele plantou.

Hoje, Deus continua dizendo:

“Eu te formei com cuidado, coloquei em você dons, caráter, identidade, potencial. Te plantei como uma vide excelente.”

Mas vivemos em um tempo em que as “influências estranhas” são mais sutis e numerosas do que nunca:

Redes sociais moldando comportamentos, padrões e valores;

Narrativas que relativizam tudo, até o que Deus chama de verdade;

Uma cultura imediatista que troca profundidade por aparência;

Pressões emocionais e espirituais que tentam sufocar a fé;

Ideologias que prometem liberdade, mas escravizam a alma.

Assim como Israel se deixou influenciar por outros povos, hoje muitos se afastam do propósito divino porque se alimentam de fontes que não vêm de Deus. O resultado? Um coração confuso, uma identidade distorcida, uma vida que não produz o fruto que poderia produzir.

O versículo, portanto, ecoa como uma pergunta atual:

Como alguém que Deus plantou com tanto amor pode se transformar a ponto de perder a essência?

Não por acaso, essa mesma pergunta poderia ser dita a um jovem consumido pela comparação, a um adulto exausto pelo materialismo, a uma família que perdeu o altar doméstico, ou a qualquer pessoa que deixou a voz de Deus ser abafada pelo barulho do mundo.

Mas o texto também traz esperança.

O Agricultor não desiste da sua plantação.

Deus ainda restaura raízes, renova a seiva, poda o que é necessário e reaviva a vida onde parecia haver apenas decadência.

Onde o pecado deformou, Ele restaura.

Onde as circunstâncias machucaram, Ele cura.

Onde os desvios afastaram, Ele chama de volta.

Onde a identidade se perdeu, Ele revela novamente quem você é n’Ele.

A mensagem de Jeremias 2:21, aplicada hoje, nos chama à reflexão:

Estou produzindo o fruto que Deus espera da minha vida?

O que Deus plantou em mim está florescendo ou foi sufocado pelas distrações e influências modernas?

Minha identidade está firmada em Cristo ou moldada pelo mundo?

A resposta sincera a essas perguntas não nos leva ao desespero, mas ao convite do Pai: Volte para o propósito. Conecte-se de novo à Videira Verdadeira. Viva a identidade que Deus projetou.

Porque, mesmo em meio ao caos do século XXI, a verdadeira vida ainda floresce no terreno da fidelidade, simplicidade e obediência ao amor de Deus.

sábado, 22 de novembro de 2025

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