Quando o Espírito desperta a nossa consciência


Vladimir Chaves

A Palavra de Deus nos conduz a compreender uma verdade profunda e transformadora: existe uma comunhão real e viva entre o espírito humano e o Espírito de Deus. Essa comunhão não é apenas doutrinária, mas experiencial. À luz das Escrituras e da vivência pentecostal, percebemos como o Espírito Santo atua de forma amorosa e contínua, despertando a consciência, gerando fé, renovando a mente e guiando o crente em sua caminhada diária.

Tudo começa na consciência. O Espírito Santo desperta o ser humano para a realidade do pecado e para a necessidade urgente do perdão. Jesus ensinou que essa é uma das primeiras obras do Espírito: convencer do pecado, da justiça e do juízo. Esse convencimento não visa condenar, mas conduzir ao arrependimento e à reconciliação com Deus. Ao mesmo tempo, o Espírito remove a incredulidade do coração e produz fé por meio da Palavra. Assim, aquilo que antes parecia distante ou incompreensível passa a ser crido com o coração e confessado com a boca.

Nesse processo, ocorre a regeneração; o novo nascimento. O espírito humano, antes separado de Deus, é vivificado. Surge o “novo homem”, agora espiritual, com uma mente renovada e sensível à direção divina. A partir daí, torna-se claro por que o homem natural não consegue compreender as coisas espirituais: sem a ação do Espírito, elas parecem loucura. Somente o Espírito de Deus pode revelar as verdades que procedem de Deus.

A regeneração, porém, não é o fim, mas o começo de uma nova jornada. O Espírito Santo assume também um papel pedagógico em nossa vida. Ele nos ensina, nos lembra das palavras de Jesus e nos conduz ao conhecimento das dádivas que Deus nos concede gratuitamente. Por isso, o cristão não pode se acomodar a uma mentalidade moldada pelos padrões deste mundo. Filosofias, ideologias e “novas” teologias tentam influenciar a mente, mas o Espírito nos chama a discernir e a permanecer firmes na verdade.

Essa caminhada exige uma mente continuamente renovada. Viver segundo a vontade de Deus implica consagração, entrega total e comunhão constante com o Espírito Santo. A oração e a leitura das Escrituras tornam-se práticas essenciais, pois nelas encontramos direção, sabedoria e luz para cada área da vida. Não há decisão, desafio ou caminho em que o Espírito não possa nos orientar com segurança.

Quando paramos para ouvir o Espírito, Ele fala ao nosso íntimo. Sua voz traz clareza em meio às dúvidas, paz em tempos de conflito e entendimento para decisões difíceis. Ele ilumina os “olhos do coração”, isto é, o nosso homem interior, capacitando-nos a enxergar além do visível e a compreender as realidades eternas. Assim, passamos a viver conscientes da esperança da vocação que recebemos e das riquezas da herança que Deus preparou para os santos.

Ouvir o Espírito é caminhar na luz. É permitir que Ele forme em nós uma fé viva, uma mente renovada e um coração sensível à vontade de Deus; para esta vida e para a eternidade.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

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Deus não ignora o clamor do oprimido


Vladimir Chaves



“O Senhor é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de angústia.” (Salmo 9:9)

O versículo nasce de um contexto de lutas reais, perseguições e ameaças, não de uma fé ingênua ou distante da dor. É a declaração de quem experimentou o socorro divino em meio à aflição.

Quando o salmista chama o Senhor de “alto refúgio”, ele aponta para uma segurança que está acima do alcance do opressor. Não é um esconderijo frágil, mas uma fortaleza firme, elevada, onde o injustiçado encontra proteção verdadeira. Enquanto os recursos humanos falham e as portas se fecham, Deus permanece como abrigo seguro.

O texto também deixa claro que esse refúgio é para o “oprimido”. Deus não se coloca ao lado da injustiça nem se mantém neutro diante da dor. Ele se inclina para ouvir quem foi ferido, esquecido ou esmagado pelas circunstâncias. O Senhor vê aquilo que muitos ignoram e age no tempo certo.

Nas “horas de angústia”, quando o coração está apertado e a esperança parece pequena, Deus não se ausenta. Pelo contrário, é nesse momento que sua presença se torna ainda mais evidente. O salmo não promete ausência de sofrimento, mas garante companhia, cuidado e proteção em meio a ele.

Salmo 9:9 nos ensina que confiar em Deus não é negar a dor, mas encontrar descanso mesmo quando ela existe. O Senhor continua sendo refúgio hoje como foi no passado. Para quem sofre, essa palavra é um convite à fé: há um lugar seguro acima da injustiça, e esse lugar é o próprio Deus.

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Jesus Cristo, o Senhor de todos


Vladimir Chaves

Quando Pedro declarou que Deus enviou “o evangelho da paz por meio de Jesus Cristo, que é Senhor de todos”, ele estava atravessando uma fronteira que, por séculos, parecia intransponível. Não era apenas a porta da casa de um gentio que se abria, mas a compreensão de que o agir de Deus não se limita a povos, rótulos ou tradições humanas.

Até aquele momento, muitos criam que a salvação era um privilégio restrito a Israel. No entanto, diante de Cornélio e de sua família, Pedro entende que o coração do evangelho é maior do que qualquer divisão religiosa ou cultural. Deus toma a iniciativa, envia sua Palavra e oferece paz; não uma paz superficial, mas a reconciliação do ser humano com o próprio Criador.

Essa paz só é possível por meio de Jesus Cristo. Não vem das obras, da posição social ou da origem, mas da obra perfeita da cruz. Em Cristo, o inimigo é vencido, o pecado é perdoado e a separação entre Deus e o homem é desfeita. É por isso que Pedro afirma com clareza: Jesus é o Senhor de todos.

Essa declaração muda tudo. Se Ele é Senhor de todos, então ninguém está excluído do chamado, e ninguém está acima da necessidade de arrependimento. Judeus e gentios, religiosos e improváveis, todos estão no mesmo nível diante da graça. A fé cristã deixa de ser um território fechado e se revela como uma mensagem viva, acessível e transformadora.

Atos 10:36 nos convida a revisar nossos próprios limites. Quantas vezes ainda tentamos definir quem pode ou não receber a graça de Deus? O evangelho da paz nos chama a enxergar como Deus enxerga e a anunciar como Ele anunciou: com verdade, amor e sem acepção de pessoas.

Reconhecer Jesus como Senhor de todos não é apenas uma afirmação teológica, mas um compromisso de vida. É viver submetido à sua autoridade e disposto a levar essa paz a todos que cruzarem o nosso caminho.

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Dia da Bíblia: Celebrando a luz da Palavra de Deus


Vladimir Chaves


Neste Dia da Bíblia, celebrado no segundo domingo do mês de dezembro, lembramos e honramos o presente mais precioso que Deus nos concedeu: a sua Palavra. Ela não é apenas um livro antigo, mas uma voz viva que continua falando ao coração de cada geração. Como declara o salmista, “A tua Palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Salmos 119:105). Em meio às incertezas da vida, a Bíblia nos orienta, traz clareza às decisões e nos ajuda a caminhar com segurança.

A Palavra de Deus ilumina porque revela a verdade. Ela nos mostra quem Deus é, quem nós somos e qual caminho devemos seguir. Quando tudo parece escuro, quando as dúvidas surgem e as forças diminuem, a Escritura acende a luz da esperança, apontando direção e propósito.

O apóstolo Paulo nos lembra que “toda a Escritura é divinamente inspirada” (2 Timóteo 3:16). Isso significa que cada ensinamento, cada conselho e cada correção têm origem no próprio Deus. A Bíblia nos ensina, nos confronta quando erramos, nos corrige com amor e nos instrui para vivermos de maneira justa. Ela não apenas informa, mas transforma.

Ao celebrarmos este dia especial, somos convidados a valorizar a leitura da Bíblia, meditar em seus ensinamentos e colocá-los em prática. Que a Palavra continue sendo nossa luz diária, formando em nós um caráter aprovado por Deus e nos preparando para toda boa obra.

Que neste Dia da Bíblia, comemorado no segundo domingo de dezembro, renovemos o compromisso de caminhar guiados pela luz da Palavra, certos de que quem anda com ela jamais estará perdido.

domingo, 14 de dezembro de 2025

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O antídoto bíblico contra o medo


Vladimir Chaves


“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e de moderação.” (2 Timóteo 1:7)

Medo do futuro, medo da injustiça, medo de perder, medo de falar, medo de permanecer firme. Esse cenário não é novo. Timóteo também enfrentava tempos difíceis, pressões externas e inseguranças internas. Por isso, Paulo o lembra de uma verdade essencial: o que vem de Deus nunca paralisa, nunca enfraquece e nunca escraviza o coração.

Deus não colocou em nós um espírito de medo. O temor que nos faz recuar, silenciar e desistir não tem origem divina. Quando o medo governa nossas decisões, deixamos de viver o propósito para o qual fomos chamados. O Senhor não nos chamou para sobreviver acuados, mas para caminhar confiantes, mesmo em meio às lutas.

Em lugar do medo, Deus nos concede fortaleza. É uma força que não depende das circunstâncias, mas da presença do Espírito Santo em nós. Essa fortaleza nos sustenta quando tudo parece contrário e nos mantém firmes quando seria mais fácil desistir.

Junto com a fortaleza, Deus nos dá amor. O amor verdadeiro vence o medo, porque nos faz olhar além de nós mesmos. Quem ama, serve. Quem ama, permanece fiel. Quem ama, não se deixa dominar pelo ódio, pela amargura ou pela indiferença.

E Deus também nos concede moderação, uma mente equilibrada e sóbria. Em tempos de confusão, o Espírito nos ensina a agir com sabedoria, sem desespero e sem impulsividade. A moderação nos guarda de decisões precipitadas e nos conduz por caminhos de discernimento e paz.

2 Timóteo 1:7 é um lembrete poderoso para os nossos dias: não fomos criados para viver com medo, mas para viver com coragem, amor e equilíbrio. Quando confiamos nessa verdade, enfrentamos o presente com fé e caminhamos para o futuro com esperança, certos de que Deus está conosco em cada passo.

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Fidelidade ao Evangelho em dias de relativismo


Vladimir Chaves

“Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; àqueles a quem os retiverdes, são retidos.” (João 20:23)

Vivemos dias em que muitos falam em nome de Deus, mas nem todas anunciam o que Ele realmente disse. Ao declarar essas palavras em João 20:23, Jesus não entregou aos discípulos um poder humano de julgar consciências, mas uma missão espiritual: anunciar o Evangelho com fidelidade. O perdão não nasce da autoridade do homem, mas da graça de Deus revelada em Cristo.

João 20:23 nos lembra que o perdão dos pecados está diretamente ligado à resposta das pessoas à mensagem do Evangelho. Quando a Igreja proclama a verdade de Cristo e alguém crê, ela pode afirmar com segurança: há perdão, há reconciliação, há nova vida. Porém, quando essa mesma mensagem é rejeitada, não há como suavizar a realidade: o pecado permanece, não por falta de amor de Deus, mas por resistência do coração humano.

Nos dias atuais, esse texto nos chama à responsabilidade. Não fomos enviados para agradar pessoas, adaptar a mensagem ou negociar a verdade. Fomos enviados para anunciar o caminho da salvação, mesmo quando isso confronta, incomoda ou exige arrependimento. Reter pecados, nesse sentido, não é condenar com dureza, mas não mentir em nome de uma falsa misericórdia.

Ao mesmo tempo, João 20:23 nos livra do peso de tentar ocupar o lugar de Deus. Não somos juízes das almas, somos embaixadores da graça. Nossa missão não é decidir quem merece perdão, mas apontar para aquele que perdoa todo aquele que se arrepende e crê. Onde há arrependimento sincero, a Igreja deve anunciar esperança, restauração e vida nova.

Assim, este texto nos convida ao equilíbrio: verdade sem crueldade e graça sem engano. Em um tempo de relativismo espiritual e discursos vazios, a Igreja é chamada a permanecer firme, proclamando que há perdão em Cristo, e somente n’Ele. Quem recebe essa mensagem encontra liberdade; quem a rejeita, infelizmente, permanece preso.

Que, nos dias de hoje, sejamos fiéis ao chamado de Jesus: anunciar o Evangelho com coragem, amor e clareza, confiando que é Deus quem perdoa, transforma e salva.

 

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Zelo religioso ou obediência a Cristo?


Vladimir Chaves


“Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus” João 16:2

O alerta de Jesus em João 16:2 soa hoje mais atual do que nunca. A perseguição que Ele anunciou não se limita a prisões ou mortes físicas; muitas vezes, ela se manifesta de forma silenciosa, disfarçada de “zelo espiritual”, “defesa da fé” ou “tradição religiosa”.

Ainda vemos pessoas sendo excluídas, difamadas e atacadas simplesmente por permanecerem fiéis às Escrituras. Em nome de Deus, muitos levantam palavras duras, cancelam, julgam e ferem, acreditando sinceramente que estão fazendo a coisa certa. O problema não está na intenção declarada, mas na ausência de um verdadeiro conhecimento do Pai.

A religião sem Cristo continua sendo um terreno fértil para o engano. Quando a fé se apoia mais em sistemas, líderes, datas, rituais ou tradições do que na Palavra, o coração se endurece. Nesse ambiente, o amor é substituído pelo orgulho, o discernimento pela intolerância e a verdade pela conveniência. O erro passa a ser combatido com ódio, e não com luz.

O mais perigoso é que muitos não se veem como perseguidores; consideram-se defensores da verdade. Assim como no passado, rejeitam a correção, resistem ao confronto bíblico e se fecham para o arrependimento. A expulsão da “sinagoga”, nos dias de hoje, pode significar ser afastado de círculos religiosos, rotulado, ignorado ou atacado publicamente por simplesmente permanecer fiel ao Evangelho.

Por isso, o chamado de Deus para este tempo é o mesmo revelado em Ezequiel 44:23: aprender a discernir entre o santo e o profano. Nem tudo o que usa o nome de Deus vem de Deus. Nem todo discurso religioso carrega o Espírito de Cristo. Onde não há amor, verdade e humildade, Cristo não está sendo refletido.

Jesus não prometeu aplausos, mas fidelidade. Ele não nos chamou para agradar sistemas, e sim para obedecer à Sua voz. Permanecer na verdade pode custar aceitação, mas jamais custará a presença de Deus. Que, nos dias atuais, não sejamos movidos por um zelo cego, mas por um coração quebrantado, que conhece o Pai, ama o Filho e anda na direção do Espírito.

Porque, no fim, agradar a Deus será sempre mais importante do que ser aceito pelos homens. Estejamos atentos e firmes na Palavra, pois nem toda ação feita “em nome de Deus” vem de Deus. Onde há a prática da verdadeira fé, há amor, verdade e justiça; não perseguição.

Como cristãos, somos chamados a discernir entre o zelo religioso e a obediência genuína à vontade de Cristo.

sábado, 13 de dezembro de 2025

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O que te impede de orar, te impede de crescer


Vladimir Chaves

“Quando tiveres removido tudo o que te impede de orar, terás removido tudo o que te impede de progredir.” — J. C. Pilgrim

Há coisas em nossa vida que não percebemos de imediato, mas que, aos poucos, vão levantando barreiras silenciosas dentro de nós. Pequenas distrações, preocupações desnecessárias, mágoas acumuladas e sentimentos que nunca entregamos a Deus começam a ocupar o espaço que deveria ser da oração, da paz e da presença do Senhor.

Orar não é apenas falar com Deus; é alinhar o coração, ajustar a rota e abrir espaço para que Ele conduza nossos passos. Quando algo nos impede de orar, quase sempre também nos impede de avançar. A falta de oração revela um coração pesado, noites mal dormidas, irritações sem motivo, ansiedade e angústias que insistem em ficar.

Por isso, remover o que atrapalha a oração é também retirar o que bloqueia o progresso da alma. Quando deixamos de lado o excesso, o barulho, os pesos e até mesmo as ilusões, descobrimos que orar se torna mais simples… e viver também.

O verdadeiro progresso não começa em grandes conquistas, mas em pequenos alinhamentos internos: um coração limpo, uma mente em paz, um espírito sensível à voz de Deus.

E quando a oração volta ao centro, tudo volta ao lugar.

Orar abre caminhos.

Orar clareia a jornada.

Orar fortalece os passos.

No fim, o progresso que tanto buscamos começa naquele momento silencioso em que escolhemos nos aproximar de Deus sem barreiras.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

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Discernir o santo e o profano: Um olhar reflexivo sobre o Natal


Vladimir Chaves

“E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o puro.” Ezequiel 44:23

A Palavra de Deus nos chama a viver com discernimento. Em um mundo que mistura luz e trevas, verdade e tradição humana, o cristão precisa aprender a separar o que vem do Senhor daquilo que apenas parece vir dEle. E poucos temas revelam tão claramente essa mistura quanto a celebração do Natal como é conhecida hoje.

A Bíblia não registra qualquer instrução para celebrar o nascimento de Jesus em 25 de dezembro. Aliás, não existe no Novo Testamento sequer um mandamento para estabelecer uma data anual de comemoração. Essa data foi criada séculos depois, pelos líderes de Roma, com a intenção de “cristianizar” povos pagãos. Em vez de abandonar os rituais idolátricos, muitos foram apenas revestidos de linguagem cristã.

As raízes pagãs da data

O 25 de dezembro era o período da Saturnália, uma festa em honra ao deus Saturno, divindade que representava o tempo e a colheita. Durante esses dias, havia: trocas de presentes, banquetes exagerados, libertinagem sexual e orgias, suspensão temporária de regras sociais.

A ideia de alegria e festividade foi preservada, mas a essência era totalmente pagã. Roma percebeu que substituir o nome da festa seria mais fácil do que tentar extingui-la, e assim nasceu a celebração do “Natal”, agora com o rótulo cristão, mas mantendo muitos elementos anteriores.

O Festival do Sol Invicto

Outra influência direta veio do Dies Natalis Solis Invicti, o “Dia do Nascimento do Sol Invencível”. No solstício de inverno, celebrava-se o triunfo do sol sobre as trevas, pois os dias voltariam a crescer.

Cristo foi associado ao “Sol da Justiça”, e a antiga festa pagã foi absorvida com uma nova roupagem. Porém, a origem continuou sendo idolatria ao sol, não ao Salvador.

O Papai Noel e a mitologia nórdica

O famoso “bom velhinho” também não tem origem bíblica. Muito antes de qualquer referência cristã, povos nórdicos celebravam o Festival de Yule, ligado ao deus Odin.

Segundo a tradição:

Odin cavalgava pelos céus distribuindo presentes, crianças deixavam botas ou meias para receber recompensas, existiam rituais com árvores perenes, símbolos de vida e magia.

Séculos depois, esse personagem foi adaptado, suavizado e pintado como figura cristã, mas sua origem continua firmada na mitologia germânica, não no Evangelho.

Discernir para honrar a Deus

O cristão não é chamado ao fanatismo, mas sim ao discernimento. O problema não está apenas na data ou nos costumes, mas na mistura que apaga a verdade e exalta tradições humanas como se fossem mandamentos divinos.

Quando a Palavra diz para distinguir entre o santo e o profano, é para que o nosso coração não seja enganado.

Podemos e devemos celebrar o nascimento de Cristo, mas de maneira bíblica, verdadeira, limpa, sem tradicionalismos pagãos revestidos de espiritualidade.

A essência que precisamos resgatar

O foco da fé não está em luzes, árvores, rituais importados ou personagens inventados. Está em Jesus, seu nascimento humilde, sua vida perfeita, sua morte redentora e sua ressurreição gloriosa.

Celebrar Cristo é:

lembrar seu propósito;

exaltar sua encarnação;

viver gratidão e adoração;

ensinar nossos filhos a verdade, não a fantasia;

e manter um coração separado para Deus, mesmo quando o mundo inteiro caminha em outra direção.

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A importância da disciplina: Orar, jejuar e permanecer na Palavra


Vladimir Chaves

Assim como o corpo perde força quando deixamos de exercitá-lo, a vida espiritual também enfraquece quando negligenciamos as disciplinas da fé. Quanto menos oramos, jejuamos e lemos a Bíblia, menos vontade temos de fazer essas coisas. A alma vai perdendo vigor. Os movimentos espirituais (antes firmes e amplos) tornam-se lentos e curtos. Surge o risco da “atrofia” espiritual.

A Palavra nos convoca a reagir: “Tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (Hb 12.12). A fraqueza pode ser grande, mas não é definitiva. Deus nos chama a renovar as forças, a lutar e a retomar a caminhada (Jl 3.10; 1Co 16.13).

Apatia, engano e pecado

Quando diminuem a oração, o jejum e a meditação nas Escrituras, diminui também o discernimento. Convicções antes claras tornam-se superficiais, cedendo espaço a ideias distorcidas, “filosofias e vãs sutilezas” (Cl 2.8). O pecado passa a ser relativizado (1Jo 3.7-8). A mente vai sendo moldada não mais pela Palavra, mas pelos valores deste século.

Igrejas e cristãos inteiros podem ser absorvidos pelo secularismo, pela indiferença e por ideologias contrárias ao Evangelho (Lc 18.8; 2Pe 2.1-3). Por isso, a pergunta é urgente: como estão nossas disciplinas espirituais pessoais e da igreja?

Da teoria à prática

A vida cristã não se sustenta apenas com boa teoria, é preciso prática diária. Reservar tempo para a oração e para a Palavra logo ao amanhecer fortalece a alma. Ao longo do dia, pequenos momentos de meditação ajudam a manter o coração alinhado com Deus. E à noite, antes de dormir, retornar à Bíblia e à oração renova o espírito (Sl 55.17; Dn 6.10).

O jejum, quando praticado com propósito, aprofunda nossa dependência de Deus. A frequência aos cultos e, especialmente, às reuniões de oração e consagração é indispensável.  Além disso, hinos sacros e boa literatura cristã edificam a alma e mantêm viva a fé (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).

A jornada da santificação não é sustentada pela força humana, mas pela graça divina. Contudo, essa graça nos chama à disciplina, ao compromisso e à prática consciente da fé. Quando cuidamos da vida espiritual como quem cuida do corpo, renovamos forças, abrimos espaço para a ação de Deus e permanecemos firmes contra a apatia e o engano.

E assim seguimos, sustentados pela verdade eterna: tudo é pela graça, e somente pela graça.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

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