Se a fatura da eleição
ainda é incerta, o funcionamento dos 35 partidos políticos que existem no
Brasil já é uma conta paga por você. É que o Fundo Partidário, que é dinheiro
público, foi responsável por 91,3% dos R$ 957 milhões que as legendas tiveram de
receita em 2015, último ano com prestações de contas já disponíveis no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Em Pernambuco, os diretórios estaduais de 15 partidos
receberam R$ 10,8 milhões.
Num gesto inédito, o TSE
desaprovou as contas do PPS de 2011, na última semana, e determinou o partido a
devolver R$ 2,2 milhões aos cofres públicos. As contas do PT e do PSL do mesmo
ano também foram parcialmente desaprovadas, e as siglas terão de ressarcir
respectivamente R$ 5,6 milhões e R$ 519 mil do fundo partidário. Outras 11
legendas tiveram as contas aprovadas com ressalva. Foi um gesto importante, mas
tardio. Após seis anos, os processos entraram na pauta às vésperas da
prescrição. E seis partidos sequer foram analisados.
O maior problema é que as
finanças dos partidos são uma caixa preta que a Justiça Eleitoral não consegue
analisar a fundo e julgar com rapidez. Reportagem do Estadão sobre as contas de
2011 mostrou que o PPS apresentou uma nota de R$ 160, referente a duas garrafas
de vinho, e outra de R$ 9,50 de uma caipirinha consumida em um hotel de
Brasília. No mesmo ano, diz a matéria, o PRP pagou contas de água e luz do
endereço residencial do então presidente do partido, que não é a sede da
legenda. Os dois partidos prometeram devolver os recursos em caso de irregularidade.
0 comentários:
Postar um comentário