Uma geração que “ama” o Jesus que conforta e rejeita o que confronta.


Vladimir Chaves

Vivemos tempos onde a fé tem sido moldada mais pela cultura das redes sociais do que pela verdade das Escrituras. A geração atual, muitas vezes, tem abraçado um Cristo seletivo — aquele que conforta, que cura, que prospera, que abraça — mas rejeita o Cristo que confronta, que exorta, que corrige e que chama ao arrependimento.

É fácil amar o Jesus que perdoa a mulher adúltera, mas ignorar o Jesus que disse: “Vá e abandone sua vida de pecado" (João 8:11). O Cristo da Bíblia não é um amigo tolerante, é um Senhor que exige mudança, renúncia e santidade. O problema é que muitos querem um Salvador, mas não querem um Senhor. Querem bênçãos do Reino, mas não aceitam viver sob o governo do Rei.

Essa geração que publica versículos com filtros bonitos nas redes sociais muitas vezes vive como escrava de prazeres que agradam ao diabo. Se embriagam, se perdem em músicas que glorificam a promiscuidade, o adultério, a violência e as drogas. São “seguidores de Jesus” nos stories, mas negam a cruz no cotidiano.

O apóstolo Paulo alertava sobre essa realidade espiritual e moral dos dias atuais:

"Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afasta-te também destes." (2 Timóteo 3:1-5)

Essa é uma geração que detesta ser confrontada. Basta um sermão mais firme sobre santidade, sobre pecado, sobre inferno ou arrependimento, e já surgem acusações de “julgamento” ou “religiosidade”. Mas o evangelho verdadeiro não passa pano para o pecado — ele o denúncia. Deus nos ama como somos, mas nos ama tanto que não nos deixa permanecer como estamos.

O que falta a essa geração é temor de Deus. Não o medo servil, mas o temor reverente, que reconhece a santidade de Deus, que leva ao arrependimento sincero, à renúncia de si mesmo, à busca por uma vida limpa e separada para Deus.

Enquanto o coração não for quebrantado, enquanto a cruz for apenas um acessório e não um estilo de vida, o evangelho continuará sendo apenas um “tema bonito” para ser postado, e não uma verdade que salva, liberta e transforma.

Cristo não veio para ser moldado à imagem das preferências humanas. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre (Hebreus 13:8). Ele conforta os cansados, sim, mas também confronta os pecadores. Ele cura os feridos, mas também fere com a verdade que salva. A geração que rejeita o confronto rejeita a correção que leva à salvação. E sem arrependimento, não há reconciliação com Deus.

Assim diz o Senhor:

"Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados” (Atos 3:19)

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