O maior vilão da fé não é o mundo


Vladimir Chaves

Redes sociais, entretenimentos vazios, ideologias contrárias à fé, tudo parece ser colocado como vilão da fé cristã. Mas será que apenas o mundo é responsável por afastar os crentes de Deus? Ou seria o pecado, que já não provoca mais vergonha no coração humano?

Muitos já não sentem vergonha de pecar. Aliás, sequer sabem que estão pecando, pois estão dominados pela soberba, pelo espírito de julgamento contra o próximo, por atitudes que geram contendas, um espírito que se autodenomina santo e acima de todos, sem ao menos ser exemplo.

A banalização do pecado

Jesus, em Mateus 24:12, alerta:

“Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.”

A multiplicação da iniquidade não é apenas um fenômeno social; é uma tragédia pessoal e espiritual. Quando o pecado deixa de causar constrangimento, ele passa a ser aceito, defendido e pior: praticado com orgulho. A consciência adormece, o coração endurece, e a fé se torna apenas uma casca.

O perigo da falsa santidade

O segundo alerta é ainda mais desconfortável: a soberba disfarçada de santidade. Aqueles que se autodenominam santos, que apontam o dedo para os pecadores enquanto escondem suas próprias misérias, tornam-se agentes de divisão. Criam contendas em nome da “verdade”, mas se esquecem de que a verdade bíblica caminha de mãos dadas com o amor, a humildade e o serviço.

Julgar com arrogância, expor o erro do outro sem compaixão, alimentar disputas religiosas e não ser exemplo de transformação, tudo isso contribui para o esfriamento do amor. A falsa santidade repele em vez de atrair; afasta em vez de restaurar.

A responsabilidade pessoal

O mundo sempre foi mundo. Desde os tempos bíblicos, ele é descrito como um sistema contrário ao Reino de Deus. Mas a responsabilidade pelo nosso relacionamento com Deus é pessoal e intransferível. Não adianta culpar as influências externas se o problema está na falta de vigilância interna.

O salmista orava: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.” (Salmo 139:23)

Falta hoje esse clamor sincero. Falta arrependimento real. Falta vergonha do pecado.

O que fazer, então?

Voltar ao arrependimento genuíno: sentir tristeza pelo pecado e desejo de mudança;

Silenciar a soberba religiosa: trocar julgamento por compaixão e intercessão;

Buscar ser exemplo antes de ser juiz: viver de forma coerente antes de apontar incoerências alheias;

Restaurar o primeiro amor: como Jesus ordenou à igreja de Éfeso (Apocalipse 2:4-5), voltar ao início, ao lugar da humildade e do fervor verdadeiro.

Enfim, o maior inimigo da fé cristã não é o mundo, mas: O pecado disfarçado de liberdade e a soberba camuflada de santidade, o amor que se esfria por dentro, enquanto se mantém uma aparência de religiosidade por fora.

A porta da graça ainda está aberta. Não aceite a normalidade do pecado. Quem ama a Deus não brinca com aquilo que o crucificou.

1 comentários:

Glória ao senhor Deus em nome de Jesus

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