A instalação da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes no Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) vai demorar mais do que o previsto
inicialmente. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil/AP),
anunciou que a leitura do requerimento de criação da comissão ocorreria no dia
17 de junho, durante sessão conjunta do Congresso Nacional.
A expectativa anterior era
de que o procedimento fosse realizado já em 27 de maio, conforme Alcolumbre
havia sinalizado. A sessão de 17 de junho também servirá para a apreciação de
vetos presidenciais, cuja análise está pendente — são cerca de 60 vetos aguardando
deliberação.
Segundo o presidente do
Senado, o adiamento foi motivado pela falta de consenso entre os líderes
partidários sobre quais vetos serão votados e se serão mantidos ou derrubados.
“Cabe a mim fazer o certo. E o certo é marcar a data, convocar e aguardar que as
lideranças façam um compromisso, para que a gente possa deliberar”, justificou
Alcolumbre.
Nos bastidores, no entanto,
o adiamento tem sido interpretado como uma estratégia política para postergar a
instalação da CPMI, permitindo ao governo federal ganhar tempo frente ao
desgaste gerado pelo escândalo no INSS.
Com a leitura marcada para
junho, a instalação do colegiado ocorrerá próxima às festas de São João,
período em que muitos parlamentares se deslocam para suas bases eleitorais.
Além disso, a CPMI deve coincidir com a proximidade do recesso parlamentar, previsto
para iniciar em 18 de julho, o que pode empurrar os trabalhos efetivos para o
segundo semestre deste ano.